terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Marcha breve



Têm-se acumulado vozes dentro das várias oposições que, em termos mais ou menos claros, preconizam a demissão do Governo. Numa estranha aliança, cujo modo de se exprimir enlameia muitos dos que nela participam, embora reflicta também o lixo que outros são, vociferam de mão dada na praça pública, esquecidos do respeito que devem a si próprios e dos valores que se julgaria partilharem.

Mas apesar de tudo, espanta-me um tal ruído, pois não passa afinal de um esforço inútil.
De facto, bastaria uma simples, cordata e prosaica moção de censura, apresentada na Assembleia da República pelos partidos cujos representantes se têm sucedido nessas catilinárias veementes contra o Governo, para que Sócrates, o Governo e o PS deixem de ser um problema para eles.

Na verdade, os implacáveis atiradores de lama estão em maioria. Podem, portanto, sem custo formar democraticamente um governo só deles em que mutuamente se possam deleitar com as amplas liberdades com que certamente se presentearão.

No entanto, se o não fizerem, ficam prisioneiros de um incontornável dilema: ou são inconsequentes, por não terem a coragem política necessária para porem em prática aquilo que sustentam; ou são irresponsáveis, já que se metem em caminhos que não podem percorrer.

A não ser que os soldados das oposições parlamentares se tenham deixado envolver pela tropa fandanga dos tecnocratas chiques, numa tempestade gratuita de ruídos sem nexo. Sem nexo e sem sentido, mas com o resultado provável de fazer afundar ainda mais a economia portuguesa. Alguém ganha com isso. Quem puxa os cordelinhos ?

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