sábado, 17 de março de 2018

O INSUSTENTÁVEL PESO DO SABER




O INSUSTENTÁVEL PESO DO SABER

Acabo de ler num jornal  nacional de grande circulação, num artigo subscrito por um acutilante expoente da direita lisboeta, uma prosa sobre o  Dr. Feliciano  Barreiras Duarte. Por uma vez, o acre comentador diz qualquer coisa  de útil, ao dar a conhecer alguns luminosos excertos de um trabalho académico do referido investigador.

Ficámos  pois a saber que o esforçado académico queimou arduamente as pestanas, ao longo de meses,  para descobrir que o nossos sistema político era semipresidencialista. Fiquei deslumbrado. O homem descobriu num sagaz labor intelectual essa verdade escondida que a tantos e tantos havia escapado durante décadas. Notável!

Em contrapartida, o sagaz constitucionalista é citado como  alegado autor de algumas longas  frases em que as vírgulas cercam traiçoeiramente as palavras, dando razões  à língua portuguesa para se queixar aflitivamente e escondendo, mesmo dos leitores mais atentos, o que verdadeiramente se quer dizer.

Talvez por isso, perguntei a mim próprio, qual a razão pela qual o messiânico Rui Rio, apostado em salvar tão duramente os portugueses de si próprios, escolheu para seu braço executivo este Dr. Feliciano. E o meu espanto é tanto maior quanto estou firmemente convencido, depois de estudar meticulosamente os excertos referidos, que verdadeiramente o Dr. Barreiras não é ele próprio. Não é. Ele é na verdade a reencarnação do Conselheiro Acácio que, não se sabe bem como, se escapuliu do imaginário queirosiano, para se vir matricular na Universidade Autónoma e ajudar Rui Rio.

Esta deriva acaciana deixa aliás na penumbra dos “faits divers” a célebre proeza do citado académico, que resolveu enfeitar o seu curriculum vitae com a transcendente qualidade de “visiting scholar” na Universidade norte-americana de Berkeley. Enfeite esse que, insolidariamente, a referida Universidade acha despropositado, dado o facto de alegar não conhecer o citado curriculante. Este, aliás, já alertou para uma possível falsificação imputável  a terceiros desconhecidos, conquanto reconheça ser verdade que há muito tem esse enfeite no seu currículo, embora esteja também certo de nunca ter posto os pés em tal  Universidade.

Em todo este pesadelo acaciano, só esteve bem o corpo de detetives da República que acerca do evento ordenou um rigoroso inquérito.

quinta-feira, 15 de março de 2018

Da diferença aflita entre o "assim" e os "assados".




Da diferença aflita entre o "assim" e os "assados".


O Sr. Presidente da República diz que o país está “ assim”. Os cabecilhas dos partidos da direita parlamentar dizem que o país está “assado”. Estes partidos apoiam , no entanto, o Sr. Presidente da República, sem revelarem tergiversações.

Sapos, os nossos partidos da direita são por vezes forçados a engolir. Mas o sapo de terem que reconhecer que o país está “assim” é demasiado grande para se disporem a tanto.

“ Não nos faça engolir esse sapo, Sr. Presidente” – murmuram ansiosos.
“Vale mais vocês engolirem esse sapo, do que ser também eu engolido pela realidade que querem esquecer” – retorquiu o grande chefe de todos nós.

A claque dos “assados” vê-se  assim forçada a venerar piamente uma das vozes mais audíveis do “assim”.

O fio doce das tardes continua a correr tranquilo. Olhando pausadamente o sol a perder-se no Tejo, o Presidente da República pensa para com os seus botões:” Tem-me saído cada caramelo na rifa!!!!

segunda-feira, 12 de março de 2018

SONHAR É FÁCIL !






SONHAR É FÁCIL !

Há uns largos anos atrás, o líder bombástico de um pequeno partido de orientação maoista, cujas preferências  eleitorais indicadas nas sondagens rondavam esforçadamente 1%, numa campanha eleitoral assumiu com convicção a possibilidade de vir a ser primeiro-ministro. No espaço mediático de então perpassou apenas a sombra silenciosa de um sorriso, complacente e demolidor. A política tocou ligeiramente o campo da anedota.

No passado fim de semana a Drª Cristas, liderando uma formosa legião de meninas “pecebes” e um grupo de bons filhos da boas famílias, polvilhados  de algumas pitadas de povo para sabermos que se estava no século XXI, subiu acima do banco de uma retórica de congresso e assustou o mundo com uma novidade imponente: ELA ia ser primeira –ministra de Portugal por vontade dos eleitores de direita e de todos os distraídos que corressem atrás dos seus foguetes.

A realidade ficou de boca aberta. Então e os 5,4% atribuídos pela mais recente sondagem ao CDS?

O delírio da Dr.ª Cristas ficou 4% acima do delírio do mencionado maoista do século passado, mas milhões de votos abaixo da realidade. A azougada política ameaçava energicamente trazer a lua para dentro do CDS e meter a direita no seu imaginário bolso. Se o antigo magazine de anedotas, “Os Ridículos”, tivesse sobrevivido, a citada doutora seria figura de capa.

Esperava-se, por isso, a chegada ao espaço mediático de uma tempestade de gargalhadas e a pergunta fatal: “ E não irá ser também imperatriz do Japão?”
Nada disso. Os circunspectos comentadores políticos e os argutos  jornalistas com acesso aos grandes écrans analisaram gravemente a ameaça de Cristas, inscrevendo-a de imediato como crédito do CDS, enquanto os que viram mais longe não hesitaram em inscrevê-la também como débito do PSD. Ao Dr. Rio confinaram-no a uns esquálidos 28% que colocaram muito atrás dos exuberantes quase 6 % do CDS, tendo-o colocado assim de imediato na honrosa posição de “Ministro sem Pasta” de um tonitruante governo da Dr.ª Cristas.

A realidade ficou ainda mais surpreendida. E gritou para os senhores jornalistas e seus arredores: “ Estou aqui! Estou aqui!”. 

Em vão. O cortejo mediático , em vez de solidariamente aconselhar repouso à Dr.ª Cristas para que ela pudesse restabelecer uma , ainda que ténue, ligação à realidade, ocupou-se judiciosamente da grande notícia. Observou-a com gravidade, inquiriu sobre o possível número de deputados a conquistar, esqueceu-se de dizer por que razão em dezenas de anos não chegou a um quarto do que precisaria de ter para o sonho da Drª Cristas se poder cumprir. E claro achou natural que a Dr.ª Cristas  subtraísse um cabrito  ao Dr. Rio e o convidasse depois para uma jantarada onde ambos o comessem.

Por mim, como sou um otimista inveterado, não acredito que a matilha mediática tenha sido reduzida a uma fábrica de dislates, que os talentos que todos os dias julgam assombrar-nos se tivessem convertido numa floresta de tontos. Inclino-me mais para uma sofisticada operação de cosmética política cometida em favor da Dr.ª Cristas. Para quê? Porquê? Ignoro. Mas pode falhar. A Senhora  pode não ir além de uma modesta perna de primeira-ministra.

 Mas não esqueçam, ó grandes glórias mediáticas,  uma coisa é condená-la a ela pelo pecado político do exagero. A pena será sempre simbólica. Outra coisa é integrar jornalistas e comentadores no clube dos idiotas. A recuperação será longa e difícil.

domingo, 11 de março de 2018

O PS em Coimbra ─ algumas ideias




O PS em Coimbra ─ algumas ideias

Ser militante de uma Federação como a de Coimbra,  em que mais de 4000 socialistas participaram num processo eleitoral interno, valoriza o peso político de cada um deles, no quadro geral do Partido, independentemente das posições que tenha assumido na disputa interna.

Isto parece uma trivialidade, mas é um alicerce muito importante para o que quer que se faça a seguir. Quer no plano externo, quer internamente.Neste, especialmente em termos comparativos, em face da dimensão de outras Federações. Todas elas naturalmente têm igual dignidade e são todas credoras de uma mesma consideração. Mas em tudo o que tenha a ver com a importância relativa de cada uma não é legítimo ignorar-se a sua amplitude.

Não esqueçamos, no entanto, que uma coisa é 4000 militantes projetarem uma imagem de conjunto, embora de um conjunto multicolor, outra coisa é esse conjunto ser fonte de várias projeções menores e separadas.

 Por isso, é indispensável conseguirmos conjugar cada vez melhor uma clarificação sem ambiguidades daquilo em que divirjamos, quando for tempo de escolha interna, com uma convergência  sem reservas  num feixe comum, quando for tempo de afirmação, em face de tudo o que nos seja exterior. 

É preciso que deixemos as nossas vozes  combaterem-se ,quando for caso disso, mas sempre cientes que haverá um tempo em que a nossa razão de ser como Partido nos levará naturalmente a fazer convergir numa só as vozes que antes se haviam defrontado.

Agora que se decidiu a liderança no plano distrital  e se caminha para um Congresso, seria bom que o que atrás se diz merecesse alguma reflexão.

sábado, 10 de março de 2018

Universidade de Coimbra - PG em Economia Social

Ontem e hoje, decorreram duas sessões abertas ao público, integradas na Pós-graduação em Economia Social promovida  na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra pelo seu Centro de Estudos Cooperativos e da Economia Social (CECES/FEUC).
O conteúdo de ambas consta do cartaz que abaixo se reproduz.


PS – economia social e coesão territorial.




PS – economia social e coesão territorial.
Para se concluir o percurso através da Moção de Pedro Coimbra, a qual serve de base à sua candidatura à Federação de Coimbra do PS , vou  divulgar  hoje alguns excertos seus, sobre três  temas que ainda não haviam sido mencionado: economia social, coesão territorial e salvaguarda do ambiente.
1º Quanto ao fomento da economia social
“A Federação de Coimbra, no âmbito das suas atribuições, participará ativamente no processo de constituição e robustecimento do Departamento Nacional de Economia Social atualmente em curso, por iniciativa do Secretariado Nacional do PS.
Dando valor à importância do contributo da economia social para a qualidade de vida das pessoas, para o aprofundamento da democracia, para o robustecimento das lógicas solidárias, associativas, comunitárias e cooperativas, bem como para o desenvolvimento local, a Federação incentivará no nosso distrito o reforço de uma política ativa de fomento da economia social, em consonância plena com o que foi assumido pelo Partido no mais recente Congresso Nacional.
Procuraremos compaginar esse fomento com uma estratégia de desenvolvimento local, suscetível de reverter a desertificação do interior do país e a degradação acelerada da qualidade de vida dos portugueses que aí vivem. Nessa mesma lógica, valorizaremos as potencialidades da economia social na humanização do quotidiano dos aglomerados urbanos”.

2º Quanto ao reforço da coesão territorial
“A plena integração do principio da coesão territorial na conceção e execução das politicas públicas ─ em particular naquelas que mais eficazmente podem combater as assimetrias regionais e valorizar o território, como sejam as politicas de saúde, turismo, ambiente, agricultura, florestas, educação, cultura, investigação cientifica e inovação, emprego, empreendedorismo, desenvolvimento regional, obras públicas e de ordenamento do território ─  são o caminho que defendo para gerar e fixar a riqueza e o emprego indispensáveis para inverter as tendências regressivas que nos limitam o desenvolvimento e/ou nos ameaçam de declínio”. (…)
“Um exemplo paradigmático da mudança que preconizamos, mas que só será possível se soubermos continuar a trabalhar de forma unida e persistente, respeita ao domínio das acessibilidades, e inclui projetos de potencial absolutamente transformador como o desenvolvimento de um serviço de transporte aéreo de passageiros com o Aeroporto Internacional em Coimbra, ou a concretização do Sistema de Mobilidade do Mondego ou ainda a, há muito tempo reclamada, mas sempre adiada, Autoestrada Coimbra-Viseu. Sem esquecer a Conclusão do IC6 ou a Requalificação do IP3.” (…)
“Nesta linha de atuação, é possível encontrar o compromisso de continuar a lutar pela defesa do Programa Revive, onde se incluem os projetos de intervenção no Mosteiro de Santa Clara-a-Nova e no Mosteiro de Lorvão. Estes exemplos são demonstrativos de que a articulação da oferta e da atratividade turística com as atividades produtivas locais é uma condição fundamental para o seu impacto social e económico e a sua própria sustentabilidade a médio e longo prazo”.

3º Quanto à salvaguarda do ambiente e da sustentabilidade 
“Cabe à Federação de Coimbra desenvolver as ações políticas que forem necessárias para que finalmente se concretize o cadastro florestal, com prioridade para as Zonas de Intervenção Florestal, bem como prosseguir e acelerar o planeamento e ordenamento dos solos florestais e valorizar a sua multifuncionalidade, tanto para efeitos de lazer como em termos produtivos (de que são exemplos a cortiça, a resina, os frutos secos, o mel, cogumelos e outros). Por outro lado, mas igualmente estratégico, está o compromisso de um apoio politico forte às atividades tradicionalmente ligadas à Economia do Mar (pesca, transformação do pescado, aquicultura, indústria naval, turismo, náutica de recreio), e à proteção do património natural, incluindo a gestão dos riscos colocados pelas alterações climáticas e erosão costeira.
Finalmente, pela sua importância como bem essencial à vida e de inestimável valor, como tal, objeto de inúmeros interesses, destaco a importância estratégica e politica dos sistemas de abastecimento de água e de drenagem de águas residuais. Salvaguardando que a sua gestão e utilização deve ser racional e respeitar elevados padrões de qualidade, um dos aspetos que importa acompanhar à escala regional, prende-se com os modelos de gestão, cujo caráter deve ser exclusivamente público e com plena garantia da universalidade no acesso, independentemente da condição económica ou social dos envolvidos e em respeito pela aplicação do princípio do poluidor pagador.
Em síntese, o programa politico com que me apresento aos Militantes do PS do Distrito de Coimbra estabelece que a promoção de um desenvolvimento económico equilibrado, harmonioso e ecologicamente sustentável deve assentar em ações politicas que contribuam para um ordenamento e gestão adequadas do território, do mar e suas atividades, das áreas agrícolas e florestais, com aproveitamento dos recursos naturais, através de projetos estruturados e sustentáveis, apoiados no conhecimento, no saber fazer, na inovação, nas tecnologias, e tendo por base a articulação entre programas e linhas de financiamento de âmbito nacional, regional e local, mas que envolvam, sempre e de modo efetivo, o poder local e as associações representativas dos interessados, e que atendam a critérios de eficácia e qualidade”.
Ficou claro, pelos excertos que transcrevi, hoje e nos dias anteriores, que estamos perante um texto com ideias e propostas que ilustram, a meu ver bem, o essencial das posições dos socialistas quanto às temáticas em causa. Também por isso apoio esta candidatura.


quinta-feira, 8 de março de 2018

PS - COIMBRA E A SAÚDE




PS - COIMBRA E A SAÚDE
A Moção cujo primeiro subscritor é Pedro Coimbra e que integra a sua candidatura à Presidência da Federação de Coimbra do PS também se ocupa da saúde. Eis a parte da Moção que lhe é dedicada:

“As instituições promotoras da saúde em Coimbra, enraizadas na Universidade, nos grandes hospitais e na rede de cuidados de saúde primários, mas dotadas de um protagonismo próprio, pelos serviços de excelência que prestam são uma fonte relevante de desenvolvimento humano e social, prestigiam Coimbra e o distrito e geram muitas oportunidades de trabalho qualificado.
São assim um importante foco de bem-estar para a população e um precioso recurso público. Projetam-se com particular intensidade nas regiões mais próximas, mas têm um valor que é fruído por todo o Distrito e pelo País. São ainda uma componente de relevo na imagem internacional de Coimbra, constituindo assim um fator de importância crescente na atração de visitantes, no domínio da investigação médica e em saúde, da prestação de cuidados de saúde nacionais e internacionais e no turismo da saúde.
São, desse modo, uma peça insubstituível do conjunto do Serviço Nacional de Saúde que, pelo que significa social e humanamente, mas também por razões históricas conhecidas, é especialmente valorizado e acarinhado pelos socialistas do distrito de Coimbra.
De facto, não podemos fugir à honrosa responsabilidade de termos António Arnaut em Coimbra, para nos estimular e inspirar, e de Portugal ocupar o 14º lugar na avaliação dos serviços de saúde europeus (anterior 20º lugar), à frente do Reino Unido, Espanha e Itália.
Por tudo isso, temos que conseguir cada vez mais, não só cuidar de quem perde a saúde, mas também fazer tudo para que isso aconteça o menos possível, prevenindo a doença e promovendo a educação para a saúde.
Para isso, há alguns caminhos que devem ser percorridos. Será um valioso instrumento de trabalho a criação do perfil da saúde nos concelhos, que conduza a planos municipais de saúde, com afetação de recursos e a articulação com o poder central, tendo como objetivo último a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos.
Também será importante criar a coordenação estratégica da política de saúde, no âmbito Distrital, impregnando-a de uma efetiva participação da cidadania ativa. Originar-se-á uma dinâmica de governação integrada (ARS / Hospitais) que se desburocratiza, inovando nas medidas de política tomadas e aproximando a saúde da população.
Prosseguir a expansão dos cuidados continuados, com o alargamento do número de camas, a melhoria do acesso à rede e controlo de qualidade da gestão, é também essencial para articular com eficiência os vários níveis de cuidados em saúde, rentabilizar a relação custo-benefício, assegurar a prestação de cuidados de qualidade nas pessoas mais velhas e promover o envelhecimento ativo e saudável.
Coimbra como centro de ensino, investigação e prestação de cuidados de saúde em Portugal, necessita de centro de saúde universitário, há mais de 20 anos previsto, de forma a articular as ciências da vida, incluindo a física, a química e a bioética.
Coimbra e outros municípios do distrito, como aderentes da Rede Portuguesa dos Municípios Saudáveis (associação parceira da Organização Mundial de Saúde) e da Rede Europeia de Cidades Europeias, darão credibilidade à política local e integrar-se-ão na dinâmica dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 2015-2030 das Nações Unidas.”

Concordo com estas referências em que Pedro Coimbra explicita a sua posição quanto à saúde. Como já o tem feito publicamente, associa-se assim  à  justa resistência às subreptícias e estúpidas intenções, de obscuros e incontrolados tecnocratas sediados em Lisboa, de desqualificarem o papel  que desempenham as instituições de saúde de Coimbra na  promoção da saúde dos portugueses.

quarta-feira, 7 de março de 2018

PS ─ um caminho para COIMBRA





PS ─ um caminho para COIMBRA

Ontem, salientei aqui, excertos da Moção de Orientação Política, que dá suporte à candidatura de Pedro Coimbra a Presidente da Federação de Coimbra do PS, acerca do desenvolvimento de Coimbra e do seu distrito. Hoje, vou salientar mais um outro fragmento da moção que, de algum modo, dá sequência ao anterior e que ilustra bem a consistência política e prospetiva da orientação preconizada.

“O Distrito de Coimbra, por razões geográficas, históricas e culturais, está especialmente vocacionado para desempenhar uma função detonadora de um desejável processo de reequilíbrio do desenvolvimento do país. Um reequilíbrio que o liberte da estéril bipolaridade entre duas grandes áreas metropolitanas, que tende a atrofiar o resto de Portugal. Mas só o protagonismo solidário e refletido dos cidadãos do distrito de Coimbra e das suas organizações pode dar corpo a essas potencialidades.
(…) É nesse contexto que a Federação procurará reforçar a sua solidariedade institucional com a Universidade de Coimbra, ciente do papel determinante que ela desempenha na visibilidade e no prestígio internacional de toda a sua região. Do mesmo modo, incentivará todas as estratégias e medidas que representam um crescimento da importância da economia do mar com o natural protagonismo da região litoral do Distrito. Prezando a importância económica e ambiental de um desenvolvimento sustentável da exploração florestal para as zonas não urbanas do Distrito, envolver-se-á decididamente na procura de soluções social e tecnologicamente inovadoras.
Defenderemos uma política de fomento e apoio à economia social em todo o distrito, em especial, nas suas componentes associativas, cooperativas e solidárias.
Valorizaremos uma política integrada de proteção dos recursos hídricos, no quadro da consideração da Bacia do Mondego como um elemento essencial para a qualidade de vida dos habitantes da região.
Todos os protagonismos implicados, pelas prioridades acima mencionadas serão encarados como alargamentos das oportunidades de trabalho e de emprego, e como tal valorizados. Sem esquecer a sua incidência global, que se não menospreza, será sublinhado o combate ao desemprego jovem bem como a promoção de emprego científico qualificado.”

Como se acaba de ler, sem que isso envolva qualquer menosprezo por outros objetivos, são identificadas algumas prioridades como suscetíveis de serem impulsionadoras do progresso de Coimbra e do seu distrito: 1) “solidariedade institucional com a Universidade de Coimbra”; 2)“importância da economia do mar”; 3) “desenvolvimento sustentável da exploração florestal”; 4)” fomento e apoio à economia social”; 5) “política integrada de proteção dos recursos hídricos”, no quadro da valorização da Bacia do Mondego.

terça-feira, 6 de março de 2018

PS ─ COIMBRA COMO RECURSO NACIONAL




PS ─  COIMBRA COMO RECURSO NACIONAL

Ainda no quadro do processo eleitoral interno que está a decorrer na Federação de Coimbra do Partido Socialista, continuando a sublinhar na Moção de Orientação Política, cujo primeiro subscritor é Pedro Coimbra, alguns excertos que para mim são mais relevantes e cujo conteúdo contribuiu para o apoiar, vou hoje transcrever mais um.

 Eis o que nos diz essa Moção, quanto ao caminho a percorrer por Coimbra e o seu distrito, em prol não só do seu próprio desenvolvimento, mas também como elemento decisivo do progresso de todo o país:

“ Deste modo, na nossa perspetiva, Coimbra e o seu Distrito constituem em si próprios não só o espaço de protagonismo cívico dos cidadãos que aqui vivem, mas também um foco de afirmação de um novo modelo de desenvolvimento nacional que supere as disfunções, os desequilíbrios e os defeitos do atual, que tanto penalizam ainda a qualidade de vida de tantos portugueses.
Por isso, para nós Coimbra e o seu Distrito devem assumir-se como foco de resistência a uma bipolaridade estéril gerada pelo paroxismo de um crescimento congestionado de duas grandes áreas metropolitanas, gerador de periferias desqualificadas, de um país onde crescem os espaços despovoados e desertificados e onde se impede a emergência de novos pólos intermédios de desenvolvimento.
Queremos que Coimbra e o seu Distrito impulsionem um novo protagonismo em rede de cidades intermédias, que criem uma teia de sinergias geradoras de um novo tipo de solidariedade interterritorial assente na cooperação e na complementaridade. Uma teia culturalmente viva na sua diversidade e ecologicamente respeitadora dos direitos das gerações futuras.
Por isso, para nós potenciar o desenvolvimento de Coimbra e do seu Distrito, no plano cultural, social e económico, gerando uma melhor qualidade de vida dos seus habitantes, embora seja um objetivo em si próprio de total relevância, é também um impulso decisivo da irradiação por todo o país de uma lógica de desenvolvimento em rede contraposta a uma estéril bipolaridade Lisboa/Porto.
Nas atuais circunstâncias, valorizar o Distrito de Coimbra, projetando esta cidade em todo ele e enriquecendo-a com o que lhe tragam as outras cidades, bem como todo o restante conjunto de habitantes, instituições e territórios que nele vivem, é o ponto de partida mais fecundo e mais realista para reverter a bipolaridade perversa hoje predominante em Portugal.
Coimbra e o seu distrito ocupam assim um lugar estratégico que induz também uma grande responsabilidade política. Uma responsabilidade que os socialistas do nosso Distrito devem assumir por completo como parcela de uma rede que se estende por todo o País, como detonador e foco de uma inovação superadora. Uma rede inovadora suscetível de romper os atuais constrangimentos e desequilíbrios territoriais que tolhem o País, impedindo um desenvolvimento saudável que humanize a qualidade de vida das pessoas.”

Não está pois em causa qualquer pequena ambição de subir lugares em listagens virtuais ou de ser mais um pólo insalubre num país desequilibrado. Trata-se de melhorar a qualidade de vida de quem aqui vive, de modo a que essa melhoria abra a porta a um país melhor. Não está em causa ser uma ilha encasulada num bairrismo saudosista, está em causa a ambição de se assumir por completo a nossa história para a fazer desabrochar num futuro cosmopolita que seja um benefício para todo o país, que contribua para uma estratégia nacional de desenvolvimento harmonioso.

segunda-feira, 5 de março de 2018

O PS EM COIMBRA




O PS em Coimbra

Apoio a candidatura de Pedro Coimbra à liderança da Federação de Coimbra do PS, tendo em conta o modo como a ela tem presidido, o conteúdo da sua proposta política consubstanciado na Moção de Orientação Política de que é o primeiro subscritor e a adequação dos seus méritos  políticos pessoais ao exercício dessa função.
Valorizo muito o conteúdo político da sua proposta. Nessa medida, vou destacar alguns dos seus excertos que me pareceram mais impressivos e cujo sentido me parece mais relevante.
Para mim, é decisiva a posição do candidato quanto à atual conjuntura política e à solução política que lhe subjaz. Diz-nos a Moção de Pedro Coimbra:
 “esta candidatura manifesta plena consonância e completo apoio quer à atual solução política que dá na Assembleia da República um apoio parlamentar maioritário ao governo do Partido Socialista quer ao trabalho do Governo em si próprio.
Nesse sentido, partilha também a valorização de uma contraposição clara em face dos partidos de direita e de uma convergência leal com os outros partidos que são nossos aliados no suporte parlamentar dado ao nosso Governo. E, no mesmo registo, apoia a continuação da autonomia estratégica do PS, em harmonia com a sua identidade histórica e com o desígnio de se caminhar para uma sociedade justa e livre, consonante com os valores do socialismo democrático”.

Também dou especial  relevância ao modo como, no plano interno, se propõe continuar a dirigir o Partido. Eis o que nos diz quanto a isso a sua Moção:
“O trabalho político de uma Federação do PS é da responsabilidade de todos os socialistas, tal como é de todos o mérito pelos êxitos alcançados. Quem lidera a Federação está obrigado a dirigir, a coordenar e a estimular. É isso que tenho feito ao longo dos anos mais recentes, por mandato democraticamente conferido pelos militantes socialistas do Distrito.
Esta candidatura propõe-se continuar esse caminho, com novas propostas para novas etapas. Aposta no confronto de ideias e de propostas, não se destina a apoucar ninguém, muito menos quem dispute com ela o apoio dos socialistas. Sabe que independentemente dos resultados, no dia seguinte, todos os socialistas são necessários para o combate político que nos opõe à direita, aos poderes de facto instalados e aos privilégios instituídos.”

Ao arrepio do que se passa entre nós, do resto da Europa vão chegando alguns sinais preocupantes. Em diversos países, há  um cerco que parece tecer-se em torno dos socialistas, dentro do qual os nossos adversários e inimigos nos colocam a todos sem distinções. A todos.
Também por isso, trazer para o debate político as grandes questões e o peso humano dos grandes problemas da sociedade, para podermos conseguir ligar o nosso trabalho político à sua resolução, sendo uma atitude que nos dignifica, é também um dever político a que não podemos fugir. O tempo não sobra. Discutamos por isso as grandes questões, mas não desperdicemos tempo em querelas marginais que apenas nos podem diminuir  e esterilmente incomodar.