sábado, 25 de outubro de 2008

Na FEUC: mais uma sessão do Ciclo Integrado



Uma vez mais, do Júlio Mota recebi o anúncio de evento que abaixo reproduzo na íntegra. Chama-nos à atenção para mais uma realização sobre um tema de actualidade. Não a devemos perder.


Ciclo Integrado de Cinema, Debates e Colóquios na FEUC

27 -10-2008


Ciclo temático:


Economia Global, Mercadorização e Interesses Colectivos:


Pessoas, Mercadorias, Ambiente e Paraísos Fiscais


Auditório da Faculdade de Economia

Teatro Académico Gil Vicente.

" O grupo de docentes da FEUC dinamizador e organizador (em colaboração com os estudantes do Núcleo de Estudantes de Economia da FEUC e com o apoio da Coordenação do Núcleo de Economia) do Ciclo Integrado de Cinema, Debates e Colóquios na FEUC vem com a presente informar que irá decorrer, a 27 de Outubro, a segunda sessão do ciclo temático Economia Global, Mercadorização e Interesses Colectivos: Pessoas, Mercadorias, Ambiente e Paraísos Fiscais, no auditório da Faculdade de Economia e no Teatro Académico Gil Vicente.
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A segunda sessão deste Ciclo enquadra-se na problemática Economia global e interesses Colectivos versus mercadorização e tem como tema central Novas Forças de Poder na Economia Global, Financeirização e Processos de Mercadorização Nesta sessão falar-se-á assim da Economia Global a partir de dois ângulos de análise: por um lado, o peso predominante da dimensão financeira, análise esta que ficará a cargo de Ben Fine, da Universidade de Londres; e, por outro, o da violência da apropriação dos recursos de África, exemplo típico do que se entende por mercadorização, violência essa que é o ponto de passagem, o ponto da transformação dos produtos em mercadorias no mercado global. Estes últimos aspectos ficarão sobretudo a cargo de Brice Mackosso, do Congo Brazaville.
A sessão começa às 15 horas com as conferências de Ben Fine e Brice Mackosso na Faculdade de Economia sendo comentadores Adelino Fortunato e Stuart Holland, ambos da FEUC. À noite, no Teatro Académico de Gil Vicente, será projectado o filme Sombra do livro sagrado de Arto Halonen, Finlândia que, na semana passada, foi nomeado para melhor filme documentário europeu de 2007.



Programa detalhado

Hora: 15:00
Local: Auditório da Faculdade de Economia

Conferências:


Ben Fine

Da financeirização ao neo-liberalismo: O envolvimento neo-liberal


Brice Mackosso

A gestão dos recursos naturais na África: impacto político económico e social

Comentários:


Adelino Fortunato (FEUC)
Stuart Holland (FEUC)


Hora: 21:15
Local: Teatro Académico de Gil Vicente

Filme/Documentário:

Sombra do livro sagrado


Arto Halonen, 2007


Debate

O filme Sombra do livro sagrado, de Arto Halonen, já foi premiado em diversos festivais.
No Teatro Académico Gil Vicente, serão distribuídas gratuitamente duas brochuras: uma com os textos base das conferências e com um texto inédito de Stefaan Marysse (Universidade de Antuérpia) sobre as relações entre África e a China, sobre a questão se assistimos ou não à existência de um imperialismo vermelho em marcha; e uma segunda brochura com textos sobre o filme e sobre a ética (ou ausência dela) das multinacionais a operarem em países ricos em matérias-primas.

Sinopse do filme

O filme Sombra do Livro Sagrado é uma audaciosa e exuberante sátira política que nos fala da cumplicidade das empresas multinacionais no apoio e na legitimação do ditador Saparmurat Niyazov, do Turquemenistão, um dos mais notórios e brutais violadores à escala mundial dos direitos humanos. Niyazov, auto-nomeado presidente vitalício, transformou uma remota república da Ásia central num dos regimes mais opressivos, megalómanos e estranhos da história recente. O Turquemenistão, que faz fronteira com Kazakistão, Uzbequistão, Afeganistão e Irão, é igualmente uma das maiores reservas de petróleo e gás natural do mundo. Esta dotação de recursos atraiu os líderes mundiais e as maiores empresas multinacionais, que deixam de lado os conceitos morais e ajudam a manter o regime de pé, para garantir negócios altamente rentáveis.
A expressão “Livro Sagrado” no título do filme refere-se ao livro Ruhnama escrito por Niyazov, que é uma mistura da lenda e do seu próprio pensamento neurótico e que funciona como peça central na arquitectura da sua ditadura, mesmo mais do que serviu “o pequeno livro vermelho” de Mao. O Ruhnama foi inteiramente integrado no sistema educativo do Turquemenistão, ensinado nas aulas de literatura e matemática, e a sua memorização é exigida mesmo para obter uma carta de condução. Desejando ser o 13º profeta do Islão, Niyazov irritou muitos dos líderes religiosos muçulmanos do país com as suas tentativas de tornar o Ruhnama tão proeminente como o Corão, encarcerando mesmo aqueles que o criticam.
Sombra do Livro Sagrado revela que os royalties que estas empresas pagaram ao regime de Niyasov nunca beneficiaram o povo do Turquemenistão. Em vez disso, os lucros são esbanjados no embelezamento da capital do país, Ashgabad, com estátuas de Niyasov em ouro e uma enorme escultura, iluminada, do Ruhnama no parque central da cidade.
Quando, em 2006, Niyasov morreu vítima de um ataque cardíaco, vislumbrou-se uma curta oportunidade para democratizar o sistema político. Mas, a comunidade internacional e as empresas multinacionais reagruparam-se em torno de um novo ditador, Gurbanguly Berdymuhammadov, que apresenta grande semelhança física com o anterior ditador. Diz-se que também está a escrever um livro.…


Sem outro assunto e certos da vossa atenção e da vossa presença, que antecipadamente agradecemos, apresentamos os nossos cumprimentos. "

Pela Comissão Organizadora


Júlio Marques Mota

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