sexta-feira, 19 de julho de 2019

EUROPEEMOS



Europeemos.

Políticos, euro -filósofos, bruxelo -jornalistas, pensadores mais ou menos graves, mais ou menos ligeiros, chegaram aos magotes. E encheram o espaço mediático de tudo aquilo que se esperava que dissessem sobre a eleição de Úrsula para timoneira do perturbado barco europeu. 

Embrulharam-se em esotéricas elucubrações sobre o jogo de xadrez político ente conservadores,  liberais e socialistas democráticos, tendo sabiamente concluído que ninguém sofreu xeque-mate. Aos outros grupos, verdes incluídos ainda circunspectamente, foi deixado o irrequieto papel de chamarem nomes aos árbitros, se é que os houve, e de cometerem uma ou oura pedrada civilizada contra os participantes no jogo.


Úrsula escapou à guilhotina por uns modestos nove votos. Com que alegria passou a mão pelo pescoço! A tropa fandanga que assola a comunicação social continuou fiel às melodias instituídas. Pelo seu lado, desamparada, a sombra do que de facto se passou vai mirrando em desespero . 


Mas num último assomo não resistiu e disse-me:
“ Quem salvou o lindo pescoço de Úrsula da guilhotina foram os catorze votos a seu favor dos alucinados populistas italianos do Movimento 5 Estrelas”. 


Respondi-lhe: "de facto, sem os votos dos sócios maioritários do atual governo italiano, no qual pontifica o infrequentável Salvini, Dona Úrsula tinha ido à vida. Ou seja, como se vê, está sólida a Europa…"

Sem comentários: