Oposição de esquerda na grande
cozinha.
Moralidade:
- Uma coisa é discutir o cardápio, esmiuçar o menu,
louvar a grande cozinha portuguesa, olhar de lado para a “cuisine française”,
torcer o nariz ao “risotto”, abominar o rosbife à inglesa.
- Outra
coisa é preconizar arduamente um bacalhau à gomes sá energicamente gomes,
defender a salsa, falar na urgência última dos coentros, estrugir com
intransigência, exigir mais três ajudantes de cozinha, um lavador de panelas e dois cortadores de batatas.
- Uma coisa
é discutir a filosofia da cozinha com percuciente exigência, outra mergulhar implacavelmente no corte de batatas como se dessa energia dependesse o
sabor e a qualidade da iguaria.
E que não
seja esquecido: na grande cozinha, quem mergulha em demasia na metafísica da cebola, dificilmente contribui
para a melhoria do cardápio.
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