A
direita, a extrema-direita e os insultos políticos
A truculência assumida pelo PSD e pelo CDS nos
ataques ao atual Governo, a propósito do caso de Tancos, deslizou frequentemente para
o nível do insulto. Tornou-se claro que para esses partidos, alegadamente
institucionais, tudo passou a ser subordinado ao imperativo de prejudicar o PS e
de os salvar a eles de um desastre eleitoral. Insultos muitas vezes centrados em injustificados
julgamentos de carácter com incidências pessoais.
Observemos o que disseram sobre o mesmo
caso dois dos partidos que concorrem a estas eleições e que são assumida e ostensivamente de
extrema –direita ─ o PNR e o Chega . Tendo-os ouvido nos respetivos tempos de
antena sobre o mesmo tema, pode verificar-se que o PSD e o CDS partilham com eles o modo, o tom e o
conteúdo dos ataques ao Governo no caso de Tancos.
Ou seja, a sofreguidão no aproveitamento político
deste caso, para efeitos eleitorais imediatos, fez com que o PSD e o CDS fossem
absorvidos pela vertigem trauliteira da extrema-direita. Sintomático e edificante.
O PS faz bem em não descer ao ponto de lhes
responder na mesma moeda, mas não deve esquecer-se, não pode esquecer-se
das ofensas de que foi alvo . Deste modo, sob pena de perda de dignidade, não
pode deixar de cortar relações políticas com essa gente, com todas as consequências
que isso implique. Se mais tarde eles pedirem desculpa, por terem insultado tão soez
e injustificadamente o PS, reconhecendo assim o erro e mostrando-se sinceramente
arrependidos, talvez o PS possa reavaliar a situação para ver se é ou não justificado o restabelecimento de relações políticas
com eles. Até lá, fora dos contactos institucionais formais implicados pelo
funcionamento normal do sistema político, o PS tem que cortar relações com o PSD e com o CDS. Claramente. Sem equívocos.
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