Eis um grupo de deputadas do BE, do
PCP, do PSD e do CDS num diligente trabalho de grupo a prepararem na Assembleia da República, em sede de
especialidade, a versão final da proposta sobre contagem do tempo de serviço dos
professores. O resultado dessa concertação viria a provocar a tomada de posição
do Governo que informou que se demitiria se essa proposta fosse aprovada ena
Votação Final Global. Uma deputada do PSD e outra do CDS, depois da reunião,
gabaram-se perante as câmaras de televisão, de que cada um dos respetivos
partidos tinha sido decisivo no alcançar da proposta em causa, com a qual
exultaram.
Eis se não quando, algum tempo mais tarde, os líderes desses
dois partidos de direita vêm dizer que era uma mentira do Governo que tivesse
acontecido aquilo que acabamos de referir. Ou seja, nós não tínhamos visto aquilo
que tínhamos visto, já que aquilo que tínhamos visto era afinal apenas uma
grande mentira do Governo.
Foi também comovente vermos a líder
do BE apelar ao PS para não se conluiar com a direita. E para dar mais realidade a essa frondosa cominação, para dar mais força e verosimilhança ao seu
apelo, atrevo-me a sugerir que recorra a uma das deputadas do BE que na foto acima reproduzida foram
apanhadas num flagrante tricotar do acordo com o PSD e o CDS.
Por último, fiquei
muito impressionado com a alegação do
PCP de que a posição do Governo era um gesto eleitoralista destinado a tornar
mais provável uma maioria absoluta. É que essa imputação era afinal o
reconhecimento tácito de que a posição tomada pelo Governo era suficientemente
acertada e boa para fazer crescer o apoio eleitoral. na esteira de um aumento de popularidade. Ora, ninguém ganha prestígio popular cometendo erros políticos.
Não é por isso lógico considerar que na raiz de
uma asneira política esteja a
sofreguidão em ganhar votos.
Numa palavra, olhando-se
para aquela comovente imagem de uma
virtuosa conspiração contra o Governo tecida por deputadas do BE, do PCP, do
PSD e do CDS , hoje já se pode pensar :”Foram à lã e acabaram tosquiadas”.
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