quarta-feira, 2 de novembro de 2011

POLÍTICA ITALIANA

Uma sondagem, feita recentemente em Itália, mostra continuidade na descida da popularidade de Berlusconi. O seu partido (PDL) está agora com 25% e a coligação de direita que lidera fica-se pelos 35,5%. O chamado terceito pólo, uma congregação heterogénea de ex-democratas cristãos ( UDC), ex-neo-fascistas ( FLI), ex-apoiantes do centro-esquerda (API) e defensores das autonomias (MPA), mantém-se nos 13%, continuando a UDC a ser o partido dominante, com os seus 7%. O centro-esquerda no seu conjunto chega a 45,5%, o que talvez lhe desse a possibilidade de formar governo, se os resultados de umas possíveis eleições correspondessem ao número desta sondagem. O Partido Democrático, partido liderante, ficou-se, no entanto, por uns modestos 28%, sendo significativo o resultado obtido pela Esquerda e Liberdade ( 7,5%) e pela Itália dos Valores ( 7%). Os Verdes(0,8%) o Partido Socialista Italiano(0,7%) e as listas Bonimo-Panella (1,5%) tiveram um expressão reduzida. Fora dos três blocos, surge a esquerda mais radical com 1,5% e o Movimento 5 Estrelas, que busca apoios principalmente na esquerda, com 3,5%.




Dado o desastre político em que se transformou o "berlusconismo", não pode deixar de se mencionar como significativo o facto de o partido alternativo, o Partido Democrático, resultado da estranha fusão entre o sector maioritário do ex-PCI e de os democratas cristãos de esquerda não reunir intenções de voto que cheguem sequer aos 30%.Registe-se a resistência da Itália dos valores , cada vez mais claramente um fenómeno não conjuntural e uma recuperação da esquerda que não aderiu ao PD, por intermédio da Esquerda e Liberdade, eventualmente na esteira do carisma de N. Vendola. As tentativas de ressuscitar, como força política a ter em conta, o velho Partido Socialista Italiano,parecem não ter eco no eleitorado. Ou seja, a direita italiana afunda-se, mas a esquerda não se revela como uma alternativa entusiasmante. O centro heterogéneo parece sem força para se assumir como solução autónoma , mas com a importância suficiente para ser , mais ou menos discretamente cortejado.

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