sexta-feira, 19 de agosto de 2011

O PS E A ECONOMIA SOCIAL

A divulgação do Manifesto para uma Renovação Socialista prossegue. Hoje, vou difundir a parte do Manifesto que se ocupa da Economia Social. Como podem ver, trata-se de um conjunto de orientações de natureza muito genérica. Quando o PS se puser, finalmente, em movimento neste campo, de forma sistemática e sustentada, chegará o tempo dos detalhes. O importante é começar a caminhar na senda proposta. O actual Governo pode vir a ser um semeador de equívocos nesta matéria, especialmente se o PS lhe deixar, por completo o campo livre, como tem ocorrido até aqui. Mas não tem condições para desconsiderar totalmente a sua relevância. Aliás, quanto ao PS, há que sublinhar negativamente a pobreza de abordagem que a economia social mereceu a qualquer das recentes candidaturas a secretário-geral. Já na anterior campanha eleitoral para as legislativas, o PS descurara estranhamente essa temática, apesar de os Governos de Sócrates terem no seu activo o mais importante conjunto de medidas fomentadoras e reestruturadoras da economia social das últimas décadas. Foi como se o próprio PS se não tivesse apercebido da importância política do que, nesse campo, tinha feito. E se, em termos absolutos, se podia ter feito mais e, principalmente, mais depressa, em termos relativos, comparando -se com o que fizeram outros governos, o que se fez foi imenso. Não dar sequência política ao que se assim se desencadeou é por isso um absurdo, para o qual não há outra explicação que não seja a da falta de uma consciência efectiva, quanto à energia futurante da economia social e quanto à sua importância em qualquer política transformadora protagonizada pelo PS. E esta triste falha é tanto mais preocupante, quanto abre a porta ao esvaziamento estratégico do que veio sendo feito, para já não falar na oportunidade assim oferecida à exclusividade de outras visões da economia social, que assim livremente a podem encerrar nos seus estreitos limites.

Tal como ficou dito nos comentários anteriores:"Quem desejar conhecer o texto integral do documento e a lista dos seus subscritores iniciais, pode clicar sobre a imagem que se situa na coluna lateral deste mesmo blog, já que desse modo poderá aceder ao blog do próprio Manifesto. Quem, sendo militante do PS, quiser subscrever o Manifesto, basta deixar nesse outro blog um comentário em que afirme a vontade de ser um dos subscritores, o nº de militante e o concelho a que pertence". Hoje, é apenas transcrita a sétima parte:

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7. A economia social como sinal estratégico nuclear e como lugar central de intervenção estruturante do PS
7.1.Valorizou-se já a importância da intervenção nas organizações da economia social, aliás inscrita numa longa tradição programática de fomento do cooperativismo e do associativismo. Foi assim com naturalidade que o PS contribuiu , no plano nacional, para o regresso da economia social a uma relevância que não tem cessado de crescer. Isso mesmo foi espelhado, com maior ou menor intensidade, em múltiplos programas eleitorais, em diversas moções apresentadas nos seus congressos, bem como na sua acção política, quer no plano governamental, quer no plano parlamentar.
7.2. Foram já dados os primeiros passos num caminho que é necessário percorrer. Sem menosprezar a cooperação com os protagonistas directos da economia social, é a passagem para um novo patamar de importância política que está em causa quanto a ela.
Nomeadamente, há que, por um lado, apoiar sistematicamente os socialistas que já têm protagonismo nas organizações da economia social, congregando-os e estimulando-os. E, por outro lado, fazer com que o PS torne o fomento da economia social como um elemento central da sua política, quer no plano governamental à escala nacional, quer no plano regional, quer no plano autárquico.

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