"Sobre a nudez forte da verdade, o manto
diáfano da fantasia"
1-
Os factos
- uma conjugação dos votos de todas as direitas e do BE, do
PCP e dos Verdes chumbou o orçamento logo na votação na generalidade.
- esse chumbo foi precedido por negociações entre o PS (
único partido com responsabilidade governamental directa e que dispõe de um
apoio eleitoral bastante superior ao de cada um dos outros partidos) e os
outros partidos de esquerda, tendo as que ocorreram com o PCP e os Verdes decorrido até à véspera
do votação.
- nessas negociações foram alcançados resultados que se
traduziram numa proposta de orçamento claramente mais próxima das posições das
esquerdas não PS do que os anteriores, especialmente no que diz respeito às
posições do PCP e dos Verdes.
- a direita sozinha não tinha força para chumbar o
Orçamento.
- a parte mais significativa das razões invocadas pelas esquerdas
que chumbaram o orçamento não dizia
respeito directamente ao conteúdo do orçamento
2.
A fantasia
- quem chumbou a proposta de orçamento foi o PS, único
partido que votou a favor, e não aqueles que votaram realmente a sua reprovação.
- ou seja, para a fantasia : o
PS manipulou os outros partidos, induzindo-os a votar contra a proposta de
orçamento, tal como a ele lhe convinha que votassem; e assim, contra aquilo que
falsamente dizia querer aprovar;
- pelo que as negociações
havidas foram um mero exercício de hipocrisia política;
- o ilusionista chefe que tudo
urdiu foi António Costa, que é nessa medida um actor de comédia disfarçado e não um
dirigente político nacional e internacionalmente prestigiado, hábil e
consistente.
- mas esse ilusionista não
avaliou bem os riscos que corria ao praticar o seu golpe de mágica pelo que até
pode perder as eleições.
3.Uma lógica de geleia
- os partidos de esquerda que
se juntaram à direita, vítimas da extrema perversidade de os fazerem tomar uma
posição que só os prejudicava, respondem a esse golpe de ilusionismo, apelando
ao não voto no PS sob a desculpa de assim estarem a esconjurar o demónio de uma
maioria absoluta do PS, mas esperam que ele possa formar um governo que realize
as medidas que eles inscrevem nos seus programas.
- embora aleguem ter sido vítimas da perversidade ilusionista do PS as
outras esquerdas ciciam estar abertas a dialogar com ele após as eleições,
dando a entender que preferem um governo do PS do que um de direita
4. Moralidade Esquisita
- os culpados aparentes estão
inocentes, o inocentes ostensivos são afinal culpados
5. Evocando Eça de Queirós
-“Sob o manto diáfano da
fantasia, a nudez forte da verdade”
1 comentário:
António Costa sente-se envergonhado por ter aceitado fazer parte da geringonça. O que não vão pensar e dizer os amigos Sociais-Democratas de cá e de além mar? Ainda há pouco cá estivaram a senhora pelosi e que vergonha não é estar a explicar o que se passou.
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