sexta-feira, 7 de janeiro de 2022

"Sobre a nudez forte da verdade, o manto diáfano da fantasia"

 

 

"Sobre a nudez forte da verdade, o manto diáfano da fantasia"

1- Os factos

- uma conjugação dos votos de todas as direitas e do BE, do PCP e dos Verdes chumbou o orçamento logo na votação na generalidade.

- esse chumbo foi precedido por negociações entre o PS ( único partido com responsabilidade governamental directa e que dispõe de um apoio eleitoral bastante superior ao de cada um dos outros partidos) e os outros partidos de esquerda, tendo as que ocorreram  com o PCP e os Verdes decorrido até à véspera do votação.

- nessas negociações foram alcançados resultados que se traduziram numa proposta de orçamento claramente mais próxima das posições das esquerdas não PS do que os anteriores, especialmente no que diz respeito às posições do PCP e dos Verdes.

- a direita sozinha não tinha força para chumbar o Orçamento.

- a parte mais significativa das razões invocadas pelas esquerdas que chumbaram o orçamento  não dizia respeito directamente ao conteúdo do orçamento

2. A fantasia

- quem chumbou a proposta de orçamento foi o PS, único partido que votou a favor, e não aqueles que votaram realmente  a sua reprovação.

- ou seja, para a fantasia : o PS manipulou os outros partidos, induzindo-os a votar contra a proposta de orçamento, tal como a ele lhe convinha que votassem; e assim, contra aquilo que falsamente  dizia querer aprovar;

- pelo que as negociações havidas foram um mero exercício de hipocrisia política;

- o ilusionista chefe que tudo urdiu foi António Costa, que é nessa medida  um actor de comédia disfarçado e não um dirigente político nacional e internacionalmente prestigiado, hábil e consistente.

- mas esse ilusionista não avaliou bem os riscos que corria ao praticar o seu golpe de mágica pelo que até pode perder as eleições.

3.Uma lógica de geleia

- os partidos de esquerda que se juntaram à direita, vítimas da extrema perversidade de os fazerem tomar uma posição que só os prejudicava, respondem a esse golpe de ilusionismo, apelando ao não voto no PS sob a desculpa de assim estarem a esconjurar o demónio de uma maioria absoluta do PS, mas esperam que ele possa formar um governo que realize as medidas que eles inscrevem nos seus programas.

- embora aleguem ter sido  vítimas da perversidade ilusionista do PS as outras esquerdas ciciam estar abertas a dialogar com ele após as eleições, dando a entender que preferem um governo do PS do que um de direita

4. Moralidade Esquisita

- os culpados aparentes estão inocentes, o inocentes ostensivos são afinal culpados

5. Evocando Eça de Queirós

-“Sob o manto diáfano da fantasia, a nudez forte da verdade”

 

1 comentário:

Monteiro disse...

António Costa sente-se envergonhado por ter aceitado fazer parte da geringonça. O que não vão pensar e dizer os amigos Sociais-Democratas de cá e de além mar? Ainda há pouco cá estivaram a senhora pelosi e que vergonha não é estar a explicar o que se passou.