quinta-feira, 7 de janeiro de 2021
Pingos de insalubridade em debates
Em dois dos debates presidenciais televisivos de ontem ocorreram dois pequenos incidentes a que poucos terão dado importância.
Num deles Clara de Sousa interpelou o presidente Marcelo, exprimindo uma posição partilhada com André Ventura a propósito de uma das ninharias mediáticas que fizeram a agenda política nos tempos recentes. No outro, Carlos Daniel interpelou Ana Gomes reproduzindo a vulgata neoliberal quanto à problemática económica a qual reflete ostensivamente as posições políticas da direita .
Fizeram-no no decurso debates que estavam a mediar , situação que aumentava a imperatividade do seu dever jornalístico de imparcialidade. Psicologicamente, podem até ter agido sem intenção de prejudicar ou beneficias qualquer dos protagonistas . Objetivamente, assumiram-se como participantes ilegítimos num debate político institucional. São duas figuras jornalísticas conhecidas e reputadas, o que sublinha a gravidade do que se passou. Não pelos episódios em si mas por aquilo de que são sinais e sintomas: a crescente degradação da qualidade do jornalismo televisivo e o seu alinhamento com a agenda política da direita.
Esta crescente insalubridade do espaço mediático português é tanto mais insuportável quanto dele se espera um contributo essencial para o desenvolvimento sociocultural e para a melhoria da qualidade de vida do nosso país.
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