sexta-feira, 2 de agosto de 2013

LARANJODUTO



Foi-lhe atribuído o papel de protagonista impoluto, a ele um pré-cavaquista que já liderou o PSD. Naquele jardim relvado, cheio de portas, portinhas e portinholas, deveria ser o ministro grave que faria esquecer os álvaros e os alvaríssimo, a tempestade albuquérquica e todas as outras sombras de gaspar que teimassem em persistir. Passearia pelos corredores solenes da Europa a sua patine americana, adquirida na Fundação adequada. Deixaria escapar subtilmente a sua pertença a um governo do bloco central, na penumbra dos últimos tempos do século passado. Enfim, por entre as prováveis traquinices da miudagem, passearia agora um senhor.

Mas, apesar das suas sombras, a luz crua do mediatismo não foge de algumas virtudes. Rapidamente, lançou o odor ácido da sua “podridão” sobre as navegações financeiras do vulto.
Alegou-se, num primeiro momento, uma vaga inocência, pontuada de altaneiros silêncios e refugiada na penumbra discreta do mundo dos negócios. Mas o demónio dos factos incómodos regressou no bojo da referida ”podridão” tão incrivelmente apostada em divulgar acontecimentos pouco recomendáveis. 







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