domingo, 24 de janeiro de 2010

Sampaio honoris causa em Coimbra


Hoje, Jorge Sampaio foi doutorado, honoris causa, pela Universidade de Coimbra, através da sua Faculdade de Direito. Uma honra para o homenageado,sem dúvida; mas um acto que dignificou também a instituição que o praticou.

A Sala dos Capelos estava bem emoldurada pelas cores das Faculdades, ostentadas nas insígnias dos vários doutores. Apadrinhou o acto Avelãs Nunes, professor catedrático da Faculdade de Direito. Foram apresentantes do Candidato e do Padrinho, respectivamente, Costa Andrade e Rui Marcos, professores da mesma Faculdade.
O postulante fez um breve pedido, como lhe competia, sobriamente eloquente, percorrendo com equilíbrio os tópicos essenciais do que lhe cabia dizer. Os discursos dos apresentantes, embora contendo excertos percucientes e comunicacionalmente eficazes, não escaparam, por completo, ao perfume retórico de um classicismo tardio.

O homenageado chamou a Coimbra não só alguns dos seus amigos de sempre, mas também alguns dos militantes estudantis de Coimbra do tempo em que Jorge Sampaio era dirigente estudantil em Lisboa. Misturando uns e outros, e mesmo sabendo que vou falhar alguns nomes, cuja presença não notei, ou que se escaparam indevidamente da lembrança de uns breves minutos, recordo: Manuel Alegre, Alberto Martins, António Arnault, Artur Santos Silva, José Carlos de Vasconcelos, Maria José Lobo Fernandes, Conceição Fernandes, Parcídio Summavielle, José Vera Jardim, Nuno Brederode Santos, José Manuel Galvão Teles, Jorge Galamba Marques, Francisco Soares, Joaquim Mestre, José Dias, João Serra. E, claro, marcaram também presença nos cadeirais dos doutores, que ocuparam por direito próprio, mas por dever de natural solidariedade, no caso concreto, vários amigos do homenageado, como foi o meu caso.
Perante o significado e o simbolismo da cerimónia, em si própria, e o que ali se ouviu, o aplauso ao que aconteceu tem que envolver, especial e calorosamente, quem, tendo sabido resistir quando foi necessário, mereceu ter sido escolhido como o Primeiro da nossa República por dez anos, para depois ter continuado a praticar a sua proverbial generosidade através do mundo, sob a égide da ONU.

1 comentário:

Anónimo disse...

O classicismo tardio é uma forma elegante de descrever as peças retóricas que ali se produziram.