Hoje, dia 22 de Julho, é dia de eleições dentro do PS, para Secretário-Geral e para delegados ao Congresso Nacional. Duas candidaturas, a de Assis e a de Seguro. Ambos os candidatos estão agora melhores do que aquilo que estavam, antes desta campanha interna. Foram obrigados a superar-se e a chegarem aos seus limites. Seja qual for o vencedor, esta campanha traduziu-se já numa experiência insubstituível. Mas ela também constituiu uma oportunidade única de o partido tomar o pulso a si próprio. Hoje, os militantes do PS sabem que os ocasos por que passaram e a derrota que sofreram não os transformaram num colectivo de saudades. Estão despertos e ambiciosos de futuro, de um futuro para todos os portugueses, que o seja realmente.
Sem os dois candidatos, sem que ambos jogassem o seu destino no tabuleiro de uma luta difícil, não teria havido campanha. Mas sem os militantes socialistas que se envolveram na campanha, também não. E pôde perceber-se que o PS pode ser mais do que uma agremiação de frequentadores de jantares, de habitantes de plateias veneradoras e obrigadas perante os poderes de ocasião, ou mesmo uma mera assembleia, de oradores livres mas dispersos, incapaz de atingir resultados visíveis. O PS pode ser um movimento vivo de socialistas despertos que não disfarçam as suas diferenças, mas não desistem de agir no quadro de uma mesma organização. De socialistas que sabem que a sua força está no exercício efectivo da sua liberdade e na determinação com que lutem politicamente.
Para mim, o prolongamento mais fecundo desta dinâmica, a sua transformação numa jornada ainda mais ambiciosa, será assegurado com uma vitória de Francisco Assis. Mas não ignoro que mesmo um outro resultado pode ser compatível com um futuro do PS mais promissor do que aquilo que tem sido o seu o passado. Não por que ache que esse passado possa e deva ser renegado, mas por saber que em todos os anos da sua existência o essencial da acção de cada socialista foi contribuir para que o PS fosse sendo melhor. Isso nem sempre foi conseguido, mas nunca deixou de se inscrever no horizonte de todos como um objectivo.
Por isso, passada a eleição e o Congresso, não podemos deixar-nos adormecer, não podemos hibernar até nova pugna, não podemos ficar passivos perante este poder tosco e arrogante de uma direita incompetente. Por isso, nenhum de nós pode ficar em casa, hoje e amanhã, quando devia votar; ou não votar de acordo com a sua consciência. E se é inerente, à força das convicções de cada um, tentar persuadir os outros de que tem razão, desvia-se por completo da ética democrática todo aquele que pressione qualquer camarada para que vote por arrastamento, por reconhecimento ou por seguidismo. Estas eleições não podem ficar manchadas pela sombra de qualquer dúvida, quanto à sua completa transparência, quanto à sua conformidade plena com a legalidade democrática e estatutária. Se elas forem realente decentes, o que de positivo já teve esta campanha para o PS será potenciado. Se assim não for, tudo o que já se ganhou, em prestígio público, pode vir a perder-se. Cada um de nós, desde as lideranças de topo até aos militantes de base, deve estar bem ciente disso, deve sentir-se responsável pela qualidade destas eleições. Por tudo isso:
Apelo ao voto em Francisco Assis !
Apelo ao voto na Lista B, na Secção dos Olivais (Fed. de Coimbra), que tenho a honra de encabeçar!
Apelo à participação de todos os militantes, seja qual for a sua posição.
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