sábado, 2 de julho de 2011

NINGUÉM PROTESTA ?

Vou cometer um acto de pirataria, que espero me seja perdoado pela vítima, um amigo de sempre, companhiero nos "Poemas Livres" e em várias outras andanças o António Manuel Lopes Dias que no Facebook se identifica como Antonio Manuel Dias . Precisamente aí, num breve comentário escrito há pouco, foi com simplicdade ao fundo de uma questão do maior relevo, em termos claros e contundentes. Por isso, me atrevi a pirateá-lo. Eis o que aí escreveu:



"Sim, esta da descida da TSU (para as empresas) é no mínimo incoerente, pois se ficar nos 4% (?) não aumenta a competitividade de coisa nenhuma, dado que esses custos sociais integram os encargos salariais, e estes são já dos mais baixos da... UE...Por outro lado, a "compensação" da descida da TSU com o aumento do IVA irá agravar outros custos de produção para as mesma sempresas (energia, transportes, etc). E pode contribuir para a descida do consumo interno...Sabemos que a competitividade se incrementa com qualificação, inovação, formação, e outros incentivos "cirúrgicos" às empresas exportadoras. E a incoerência é maior ainda quando se fala na sustentabilidade financeira da segurança social... A descida da TSU representa um corte imediato nas receitas, afectando desde logo os trabalhadores que para a mesma SS descontam dos seus salários. Uma boa desculpa para cortar mais nas prestações sociais de carácter contributivo (doença, desemprego, invalidez, velhice, morte), e "plafonar" as contribuições para permitir que (sob o pretexto neo-liberal que cada um deve escolher a protecção social que deseja), transformar a protecção social pública num protecção "mínima" (para quem não tem capacidade de poupança), e possibilitando que as seguradoras e outras administradoras de Fundos de Pensões, captem as poupanças para investirem nos mercados financeiros até rebentar a próxima bolha especulativa...Restam os "pobres", com as IPSS, Misericórdias e outras instituições, a regressarem aos tempos da "caridade" e da "assistência", recebendo a sua maior componente financeira do Estado, que põe assim de lado a protecção social como um "direito" inscrito na Declaração Universal dos Direitos do Homem e na CR... Ninguém protesta'?

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