domingo, 31 de maio de 2009

Eleições europeias:novas comparações

Nos quadros acima divulgados, comparam-se as sondagens feitas sobre as opções de voto quanto às próximas eleições europeias, que até hoje foram tornadas públicas. Estão ordenadas de acordo com as datas em que foram concluídos os respectivos trabalhos de campo.

O primeiro quadro corresponde a uma comparação global [ Clicando-se sobre os quadros, eles podem aumentar, tornado-se de mais fácil leitura]. Os outros quadros representam comparações das sondagens feitas por cada uma das empresas de sondagens, que assim revelam com clareza o tipo de evolução das expectativas de voto entre duas datas.

No quadro global, o PS mantém-se como primeiro partido nas nove sondagens, sendo o último o PP, também em todas elas. O BE é o terceiro partido, em sete das nove sondagens, lugar que numa outra é ocupado pela CDU, havendo empate na restante.

As diferenças entre o PS e o PSD, segundo partido nas nove sondagens, oscilam entre um mínimo de 0,2% e um máximo de 7,3%.

Comparando os quadros de cada uma das quatro empresas de sondagens, apuramos que :

1. Na Marktest, todos os partidos desceram da 1ª para a 2ª, excepto o PP que subiu 0,2%. Mas, enquanto o PS desceu 1,2 %, o PSD desceu 2,8 %.

2. Na Intercampus,o PS subiu 3,4%, o PSD desceu 1,5%, o BE caiu de 18 para 9,9%, a CDU desceu apenas 0,2%, mas o PP ficou reduzido a metade, caindo para os 3,5%.

3. Na Aximage, só o PP subiu: 0,8%. O PS desceu 0,3%, o PSD 1,2%, o BE 0,7% e a CDU 0,8%.

4. Na Eurosondagem, o PS subiu 1,2%, o PSD subiu 0,4% e a CDU 0,3%. O PP desceu 0,4 e o BE 1,3%.

Nas quatro comparações feitas, verifica-se que a distância, entre o PS e o PSD, aumentou sempre, entre a primeira e a segunda sondagens, feitas por cada empresa. A ideia de um PS a descer e de um PSD a subir é, portanto, uma das mentiras que alguns apaniguados da Drª Verdades Ferreira Leite usam. Procuram assim, certamente, mascarar resultados que não confirmam a lenda propagandeada pela comunicação social que lhes é fiel e pelos notáveis do PSD, que usam o disfarce público de comentadores "independentes", segundo a qual a prestação de Pernóstico Rangel é excelente e a de Vital Moreira deixa a desejar.

Dito isto, talvez se deva sublinhar que, embora tendo ficado mais sólida do que anteriormente, a hipótese de uma vitória do PS, de modo nenhum se pode dar como adquirida. O PP também parece solidamente ancorado no 5º lugar, enquanto a terceira do posição do BE mostra maior vulnerabilidade, perante a concorrência da CDU, do que anteriormente.

No blog Margens de Erro, pode encontrar-se um aprofundamento muito esclarecedor da informação disponível sobre sondagens, devendo ser dito que ele é a minha fonte privilegiada neste campo.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Eleições europeias - comparação de sondagens


Os dois quadros acima publicados comparam resultados das sondagens referentes à intenção de voto quanto às próximas eleições europeias, até hoje publicados. No caso dos resultados da Aximage, eles reproduzem os números divulgados, pelo blog de referência nestas matérias, Margens de Erro [de Pedro Magalhães e Luís Aguiar-Conraria], que resultam de um critério proporcional na repartição dos indecisos. De facto, neste caso, ao contrário dos outros, são difundidos os resultados das intenções de voto sem repartição dos indecisos. Para os resultados serem comparáveis é pois necessário proceder a essa distribuição.
A comparação dos dados da Aximage permite comparar a evolução das intenções de voto , com base nas pesquisas de uma mesma entidade, o que sem menosprezo pelos resultados em si próprios, é especialmente significativa como indício da evolução das opções dos eleitores nesta recta final . Dentro de uma relativa estabilidade, o PP regista uma ligeira subida de 1,2% e todos os outros ligeiras quebras, sendo certo que o PSD é o único em que a quebra ultrapassa um por cento ( 1,1%). Deste modo, a diferença entre os dois maiores partidos que estava em 6,5%, está agora em 7,3 %.
Um olhar para o quadro comparativo geral permite chegar a algumas conclusões. Será muito improvável que o PS não seja o partido mais votado. Será provável que o BE seja o terceiro partido. Ao contrário do que fazia crer uma das sondagens, parece pouco provável o esmagamento do PP, que pelo contrário pode aproximar-se do BE e da CDU, no limite podendo deixar o último lugar. Pressente-se um ligeiro aumento das intenções de voto nos outros partidos que , no entanto, não é suficientemente relevante para fazer esperar alguma surpresa , vinda desses lados.
Por outro lado, estes quadros não confirmam a lenda, que vai deslizando pelos corredores do complexo mediático-político, de que o Pernóstico Rangel está a ter êxito na campanha e o candidato do PS está abaixo das expectativas. A fazer fé nas sondagens, parece estara a confundir-se um discurso espanta-pardais, ancorado numa clara inflexão direitista com toques nacionalisteiros, com uma imaginária energia política. Mas, se olharmos com atenção, as prestações mais enérgicas de Rangel são tão ocas e circunstanciais que, verdadeiramente, não transcendem a performance normal de um pernóstico a gritar.
Vale a pena, para concluir, sublinhar que o primeiro lugar do PS, sendo provável, não deve ser tido como certo. O blog Margens de Erro acima referido, explica bem a razão pela qual resta ainda alguma incerteza quanto à posição relativa dos dois partidos. Sem com isso se menosprezar, insisto, a vantagem que deve ser atribuída ao PS pelo facto de vir à frente em todas as sondagens.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Pleonasmo jornalístico


O CM dá hoje uma notícia extremamente significativa, apresentada como índice da probabilidade de o PSD ganhar as próximas eleições: Marcelo Rebelo de Sousa disse que, se o PSD não fizer asneiras, pode ganhar as eleições.
Pois eu posso garantir-vos, sem precisar de perguntar a ninguém que, se lhes perguntarem o mesmo, quer Manuela Ferreira Leite, quer Paulo Rangel, quer Santana Lopes, quer Marques Mendes, quer 99, 99% dos outros militantes do PSD, vão dar publicamente a mesma resposta.
Por isso, o que é a verdadeira notícia é o facto de uma posição deste tipo de Marcelo ter sido notícia. De facto, no fundo, no fundo, nem é de uma notícia que se trata, é de um pleonasmo jornalístico.

domingo, 24 de maio de 2009

A verdade e a mentira

Um periódico atabloizado, sequioso de difusão, lançou um boato sobre o conteúdo de declarações cobertas, ao que julgo, pelo segredo de justiça, de um Procurador objecto de processo disciplinar que ocupa um posto numa instância europeia.

A matilha mediática, a mabecagem dos comentadores circunspectos, os pernósticos dos partidos engravatados, os proletários chiques dos partidos sem gravata, a perna esquerda e a perna direita da Coligação Canguru, desabaram numa catadupa de pedidos de demissão com base no boato, cuja veracidade não se deram ao incómodo de verificar.

O visado procurador declarou afinal publicamente que aquilo que o periódico referido tinha dito era mentira.

Matilhas, mabecos e pernósticos assobiaram então para o lado. Mas o pernóstico dos pernósticos , o Rangel, continuou a pedir a demissão numa inércia algo patética.

E a Drª Verdades Ferreira Leite, verdadeiro arquétipo das verdades cinzentas, afivelou a sua máscara de riso em forma de esgar e afirmou com convicção a inabalável verdade dessa mentira.

A Universidade em obras


Por uma infeliz conjunção de circunstâncias,
- talvez encandeado por um excesso de confiança no seu próprio brilhantismo,
- ou demasiado absorvido pela sombra simplificadora do seu Técnico,
- ou demasiado marcado pelo imperativo dos cortes orçamentais,
- talvez demasiado apressado na deglutição acrítica das alegadas iguarias bolonhesas,
- ou, quem sabe, apenas entediado, pela infeliz circunstância de o terem feito emigrar para o inóspito ónus da tutela das Universidades,
o ministro M. Gago fez regredir a participação dos estudantes na vida das Universidades até limites tão modestos, que teriam sido admissíveis para um marcelismo que tivesse sobrevivido, mas em que ninguém teria sequer pensado durante os anos em que Abril ainda projectou sobre nós toda a sua força.

Por isso, quando ontem nas Escadas Monumentais apreciei, com nostalgia e esperança, uma reconstituição simbólica de episódios da crise universitária de Coimbra de 1969, deparei com as imagens que vos mostro. Eis uma reivindicação de há quarenta anos, que o Ministro M. Gago conseguiu tornar actual.

Ponto de vista

Por um inusitado impulso do seu pensamento enquanto dormia, o sábio, sem que disso se apercebesse, foi arrastado para uma caverna onde a luz não entrava.

De manhã, ao acordar, com a sua proverbial lucidez e aguda inteligência, com objectividade e realismo, afirmou: “Hoje, o sol não nasceu”.

No entanto, inesperadamente, cá fora, a manhã percorria com frescura o seu caminho.

Moralidade: se o teu pensamento estiver dentro de um buraco, os teus olhos nada verão.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

O suicídio segue dentro de momentos...


Um cidadão atento, que se informasse sobre a conjuntura política autárquica de Coimbra, perceberia rapidamente que o PSD só poderá conservar a liderança da autarquia, se o PS prolongar a sesta política, por que parece estar estranhamente seduzido.

Da facto, incompreensivelmente, o PS parece determinado a prolongar, quase até ao excesso da ousadia, a sua modorra política, como se quisesse experimentar a vertigem de, numa corrida para si decisiva, dar um substancial avanço ao adversário, para tentar alcançá-lo sobre a meta, num esforço desesperado.

É claro que, quando me refiro a modorra política, não imputo aos responsáveis concelhios uma inércia total. Pelo contrário, têm ocorrido iniciativas regulares, pelo menos duas das quais muito interessantes, relacionadas com a temática autárquica. Noutras circunstâncias, talvez essas actividades exprimissem adequadamente o que se pode esperar da actividade política de um partido, no plano concelhio. Na actual conjuntura, porém, acabam por ficar com a imagem de meros artifícios que, independentemente, do seu conteúdo, parecem simples cortinas destinadas a disfarçar a inércia política dominante.

É como se procedêssemos à laboriosa invenção de um deserto, que depois tivéssemos que atravessar. O que, naturalmente, causa perplexidades tanto maiores, quanto, cada dia que passa, se torna mais evidente que o seu resultado quase certo é o prejuízo para o candidato do PS, seja ele qual for.

Descontada a inusitada promoção de uma inesperado pré-candidatura independente, que nem de longe suportaria a comparação com, pelo menos, uma dezena de militantes do PS que aspirassem ao mesmo, garantindo assim, seguramente, a derrota e cavando mais fundo a fragmentação política interna que tem atormentado o PS, a sério a sério, há duas hipóteses de candidatura em equação: a do Henrique Fernandes e a do Luís Marinho.

Todavia, esta dualidade de hipóteses é mais aparente do que real. De facto, a hipótese do Luís Marinho só surgiu e só foi conquistando espaço e apoios, porque o Henrique Fernandes lhe transmitiu um impulso inicial, estimulando deste modo o próprio a pensar numa hipótese que há muito tinha por completamente afastada. E não apenas lhe transmitiu esse impulso inicial como, uma e mais vezes, a continuou a alimentar. Além disso, mesmo as dificuldades que podiam ser esperadas, quanto a essa solução, no plano distrital, acabaram por não surgir.

Era uma hipótese difícil de imaginar há uns meses atrás? Certamente. É uma hipótese com grandes potencialidades politicas positivas? Sem dúvida.

De facto, o PS apresentaria assim um candidato com um amplo currículo político nacional e europeu, o que objectivamente ilustrava a importância atribuída pelo Partido ao combate autárquico em Coimbra, constituindo, por isso, de per si, um relevante trunfo político. Não havendo vitórias nem derrotas antecipadas, o PS teria assim um candidato que tornava verosímil uma vitória. Na verdade, assim parecia possível desencadear uma campanha forte que conseguisses envolver, entusiasmar e corresponsabilizar, não só a larga maioria do partido, mas também personalidades e sectores que lhe são exteriores.
Mas uma candidatura destas, gerada nos termos em que o foi, teria também, previsivelmente, efeitos muito positivos na pacificação interna do partido, levando muito provavelmente a novas formas de relacionamento, entre as várias sensibilidades internas, de modo a que as diferenças naturais e desejáveis, actualmente existentes, encontrassem terrenos de cooperação mais férteis e formas de competir entre si mais saudáveis.

Os ruídos de fundo, as rosnadelas da praxe, os receios por imaginárias perdas de almejados lugares em listas, devem ser encarados com bonomia e serenidade, mas não podem ser alcandorados ao imerecido plano de argumentos políticos. Pelo que não devem sequer ser tidos em conta.

Por isso, custa a compreender a razão pela qual Henrique Fernandes hesita ainda em tornar pública a sua opção por Luís Marinho. Cada dia que passa, é um dia a menos, no combate que tem que ser travado. Começa a tornar-se tarde.

É claro que nem me passa pela cabeça que, contra toda a racionalidade política, Henrique Fernandes ceda às pressões difusas, que têm procurado exercer sobre ele, pelo menos através da comunicação social, e se deixe empurrar para uma candidatura que, verdadeiramente, parece não desejar.

É que uma candidatura de Henrique Fernandes, nas circunstâncias actuais, pouco tem a ver com uma candidatura de Henrique Fernandes, anunciada como se chegou a prever no último Congresso do PS. Se tivesse arrancado então, teria podido fasear as iniciativas e melhorar as condições políticas da sua própria afirmação. Mas, como tal não aconteceu (e não aconteceu, por livre decisão do próprio Henrique Fernandes, como Presidente da Concelhia que vai decidir em última instância), a sua candidatura, se avançasse agora, avançaria com muitíssimo menos probabilidades de vitória, do que aquelas que teria tido na outra hipótese.

De facto, se essa infeliz ideia se viesse a concretizar, tudo se passaria como se o próprio Henrique Fernandes tivesse ocupado os últimos meses a fragilizar a sua própria candidatura, para só depois disso a apresentar, o que nos deslocaria da política para o teatro do absurdo.

Por isso, não valorizo muito os ruídos mediáticos que parecem querer empurrar neste sentido. E quero crer que, sendo fácil ao PS de Coimbra chegar a uma boa solução, ele não optará pela proeza de alcançar, à custa de um enorme esforço, uma má solução.

Mas, se assim for, ou se protelarmos muito mais a solução, podemos cair numa situação em que seja apropriado dizer-se, quanto ao que se está a passar no PS de Coimbra, no plano autárquico: “O suicídio segue dentro de momentos…”

Os Empatas

Numa sondagem da Eurosondagem divulgada hoje pela SIC o locutor, depois de breve relance dos números, repetiu, uma inusitada quantidade de vezes, que havia um empate técnico entre o PS e o PSD.

Focou o Vital Moreira que disse o óbvio: o PS estava mais uma vez à frente nesta Sondagem.

Passou-se a palavra ao pernóstico Rangel que, como por acaso, também falou entusiasmado em empate técnico.

Mas, os números lá voltaram , incomodativos. Afinal empate técnico significava que o PS tem 2.2% de vantagem em face do PSD.

Mas , também como que por acaso, quanto aos outros partidos separados por curtas distâncias, foi esquecida a treta do empate técnico. Enfim, fiquei sem saber se o locutor da estação balsemista era um jornalista ou um candidato oculto do PSD.

Diga-se aliás que, nas outras quatro sondagens já divulgadas, em duas a distância era bem mais pequena ( 0,2 e 1,5 %) e numa apenas ligeiramente maior ( 3 %). Só era realmente mais alargada na quarta ( 5,5%).

Pixordices 25 - Natural estranheza


O Honoris Belmiro estranha que os trabalhadores da Auto Europa pugnem pelos direitos laborais que lhes permitam viver com a dignidade inerente a qualquer ser humano. Eu só estranharia que o referido Honoris portuense estranhasse a sofreguidão do capital.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Mais uma comparação de sondagens



No passado dia 13 de Maio, publiquei um quadro comparativo das sondagens respeitantes às eleições europeias, até então difundidas. Hoje, acrescento, às três então comparadas, uma quarta posteriormente divulgada pelo Correio da Manhã e pela qual foi responsável a Aximage. Mas, recorrendo ao que escreveu Pedro Magalhães, no seu indispensável blog, "Margens de Erro", incorporei nos resultados desta última uma repartição proporcional dos indecisos. Como foi este o critério seguido pelas outras sondagens, só deste modo faria sentido compará-las.

Verifica-se que o PS manteve a tendência de subida, ao contrário do PSD que regrediu. O BE continuou a descer, enquanto a CDU continuou a subir. O PP também recuperou, parecendo querer restabelecer-se do desastre da sondagem anterior.

domingo, 17 de maio de 2009

Os Lúcidos

Às vezes, o pior acaba por acontecer. Em política, como na vida. Antes disso, houve, no entanto, quem tivesse remado contra a maré, procurando evitar que o pior realmente acontecesse. Outros, repetidamente, vaticinaram que tudo estava perdido, que nada havia já a fazer.

Dir-se-á que os primeiros se enganaram redondamente e que os segundos acertaram em cheio.

E todos acabaram vencidos.

Mas não é absolutamente certo que, se todos tivessem remado contra a maré, o pior tivesse realmente acontecido.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Economia Social - para uma outra Europa

ECONOMIA SOCIAL EUROPA

MEMORANDO PARA AS ELEIÇÕES EUROPEIAS
2009

Pelo reconhecimento das
Empresas da Economia Social
ao nível Europeu



A ECONOMIA SOCIAL EUROPA é, desde 2000, a organização de cúpula de representação das empresas da Economia Social ao nível Europeu, junto das instituições Europeias.

Os membros da ECONOMIA SOCIAL EUROPA são as organizações internacionais e Europeias representativas das quatro “famílias” da Economia Social (Fundações, Cooperativas, Associações e Mutualidades), das organizações que representam a Economia Social ao nível nacional e das organizações Europeias em rede, que trabalham na área da Economia Social.

As empresas da Economia Social devem beneficiar de um ambiente legislativo e regulamentador que tenha plenamente em conta as suas características, permitindo-lhes actuar em pé de igualdade com todas as outras empresas em matéria de concorrência. As empresas da Economia Social representam 10% do conjunto das empresas Europeias, ou seja 2 milhões de empresas ou 6% do emprego total.

Um activo essencial das empresas da Economia Social é a sua capacidade para proporcionar ESTABILIDADE em períodos de agitação económica. Num período de crise económica, a Economia Social produz soluções valiosas em áreas tais como o emprego e a luta contra a pobreza, a criação de empregos de qualidade, a formação ao longo da vida e o acesso a serviços de qualidade para todos. Ao longo da história, a Economia Social tem contribuído para a criação e manutenção de empregos, incluindo em sectores e empresas em dificuldades

Os membros da ECONOMIA SOCIAL EUROPA são:
* AMICE (Associação das Seguradoras Mutualistas e das Cooperativas de Seguros na Europa)
* AIM (Associação Internacional das Empresas Mutualistas)
* CEDAG (Conselho Europeu das Organizações Não-Lucrativas e
das Associações de Interesse Geral)
* COOPERATIVAS EUROPA (Organização Trans-sectorial Europeia das Cooperativas)
* CEGES (Conselho das Empresas, dos Empregadores e dos Agrupamentos da Economia Social)
* EFC (Centro Europeu das Fundações)
* CEPES (Confederação Espanhola das Empresas da Economia Social)
* ENSIE (Rede Europeia das Empresas de Integração Social)
* FEDES (Federação Europeia dos Empregadores Sociais)
* REVES (Rede Europeia das Cidades e Regiões da Economia Social)

A ECONOMIA SOCIAL EUROPA apela ao Parlamento Europeu para que:
- implemente as recomendações contidas no Relatório de iniciativa do
Parlamento Europeu sobre a Economia Social, aprovado por larga
maioria em 29.02.09;

- garanta a renovação do Intergrupo de Economia Social no decurso do novo mandato;

- garanta um enquadramento legal seguro para a Economia Social,
através da aprovação de três novos Estatutos Europeus: para as
Fundações, para as Mutualidades e para as Associações;

- reconheça a especificidade do modelo empresarial da Economia Social aquando da aplicação das regras da concorrência, pois a maior parte delas está, como qualquer outra empresa, sujeita às regulamentações Europeias;

- integre as empresas da Economia Social em todas as medidas de apoio ao desenvolvimento empresarial e à cooperação entre diferentes actores económicos, tais como as parcerias público-privado;

- promova, em todos os programas e iniciativas Europeus relevantes, a implementação de parcerias institucionais sustentáveis entre as
empresas da Economia Social e as autoridades locais, regionais e nacionais que permitam o desenvolvimento de estratégias e de políticas comuns e a criação de novos modelos de boa governação;
- promova a utilização de novos indicadores económicos e sociais,
com vista a revelar o impacto das empresas da Economia Social sobre a coesão económica, social e ambiental;

- tome em consideração as melhores práticas das empresas da Economia Social em termos de Responsabilidade Social das Empresas e promova as empresas da Economia Social como modelos nesta área;

- apoie os Estados Membros em relação aos Serviços de Interesse
Geral, incluindo Serviços Económicos e Sociais de Interesse Geral, pela
promoção de uma qualidade elevada, assegurando que satisfazem as necessidades dos utilizadores ;

- apoie a introdução de iniciativas a favor da Economia Social ao nível da UE;

- reconheça as empresas da Economia Social em todas as legislações e
políticas, bem como no financiamento e nos programas da União Europeia;

- reforce a cooperação entre a Comissão Europeia e a categoria
“Economia Social” do Comité Económico e Social Europeu;

- apoie a criação de registos estatísticos nacionais para as empresas da Economia Social, e estabeleça contas satélites nacionais.
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Um amigo cooperativista enviou-me o texto que acima transcrevo. Quando há dias sustentei a necessidade de acontecer um enriquecimento estratégico da campanha do PS para as eleições europeias,inscrevi como possível aspecto desse impulso uma valorização da economia social. Este manifesto talvez ajude quem de direito a compreender o que representa de auto-amputação na sua própria identidade o descaso com que há anos o PS tem brindado o cooperativismo em particular e a economia social em geral. E mesmo os mais impenitentes eleitoralistas podem perceber que nas organizações da economia social há muita gente. É preciso dar-lhes razões objectivas para que votem no PS.

Pressões

Na sua coluna regular que publica no DESTAK, “Estranho quotidiano”, J.L. Pio Abreu, fez sair hoje um sugestivo texto ("Pressões") que com a sua autorização aqui divulgo.

"Estou seriamente espantado com a importância que os procuradores dão às pressões. Se alguém me dissesse “cuidado com o que estás a fazer, porque senão...”, eu até seria capaz de repensar os meus procedimentos mas, se os achasse correctos, acabaria por me rir com o aviso. Podiam invocar ministros, presidentes, bispos ou mesmo o Papa.

Posso dar-me a esse luxo porque suponho viver num Estado de Direito, onde a minha vida não depende discricionariamente de quem me pressiona. Aliás, se os outros me pressionam, também eu os posso pressionar. Tenho liberdade para isso. E porque todos o podem fazer, as pressões acabam por se anular umas às outras.

O que parece, porém, é que se isto é verdade para o comum dos cidadãos, não o é para os procuradores. Sobretudo se um procurador pressiona outro procurador. Neste caso, teremos um terceiro procurador que se queixa a toda a gente, dando lugar a uma reunião magna dos procuradores que, por sua vez, nomeiam outro procurador para fazer um inquérito. Este voltará à reunião magna sob a vigilância atenta do Procurador Geral. Seguem-se inquéritos disciplinares e um grande alarido de políticos e jornalistas.

Entre os procuradores, uma pressão é um drama. Porque é que eles as levam tão a sério? Será que a sua vida depende discricionariamente de quem os pressiona? Ou será que sentem que não vivem num Estado de Direito? Mas se eles, protagonistas do Estado de Direito, assim o pensam, o que poderá pensar o cidadão comum? "

[J. L. Pio Abreu ]

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Eleições europeias - uma nova ambição para o PS

A relativa volatilidade das expectativas eleitorais respeitantes às eleições europeias, a profundidade da crise do capitalismo que atravessamos e a grande crispação política que se respira na actual conjuntura nacional justificam que se proceda a um reajustamento estratégico, na linha que o PS tem seguido na campanha que está a decorrer.

O factor tempo limita o tipo de modificações que podem com utilidade ser introduzidas. Mas é viável aquilo que poderíamos designar por um enriquecimento estratégico da campanha.

Não estou a pensar numa cosmética superficial de qualquer natureza, nem num imaginoso achado do marketing político ou numa sofisticada operação de imagem dos candidatos. Sem entender que tudo isso deva ser menosprezado, não estou a pensar no conjuntural.

De facto, por paradoxal que isso possa parecer, as medidas de tipo conjuntural são as que menos resultados podem dar nos prazos que temos. Só podemos esperar uma mudança relevante das expectativas eleitorais, com enriquecimentos estratégicos da campanha que disponham de um potencial efectivamente estruturante.

Vejamos, a título de exemplos, alguns dos possíveis vectores desse enriquecimento estratégico da campanha europeia do PS, a ser posto em prática de imediato.

Primeiro, os deputados socialistas portugueses assumem a firme determinação de lutarem por uma profunda modificação do pacto de estabilidade, dentro do PSE e do próprio Parlamento Europeu, de modo a que a União Europeia deixe de estar refém de um nefasto constrangimento, através do qual sobrevive o que há de pior na deriva neoliberal que levou à crise em que hoje estamos.

Segundo, os deputados socialistas portugueses comprometem-se a colocar no centro da agenda da União Europeia uma política que encare a economia social, nas suas vertentes cooperativa, mutualista e solidária, como um dos vectores decisivos do desenvolvimento social no seio da União, para o que tudo farão para, com urgência, lançarem um novo e ambicioso programa de apoio comunitário a esse sector que reflicta essa centralidade.

Terceiro, os deputados socialistas portugueses vão bater-se pela subordinação do Banco Central Europeu ao poder político democrático, expurgando a EU desta prótese anti-democrática, que, aliás, se revelou inútil como factor preventivo de possíveis crises. Nesta perspectiva, darão centralidade à instituição de uma regulação económica efectiva de nível europeu, guiada pelo interesse público (ou seja, pelo interesse dos povos europeus) e não por ilusões ideológicas pseudo-científicas.

Quarto, os deputados socialistas portugueses vão bater-se contra a pobreza em todos os planos, defendendo que esse combate deve ser a prioridade da União Europeia no próximo quinquénio, quer procurando extirpar as suas raízes mais fundas, quer protegendo as suas vítimas concretas desde já.

Uma decisão que conduzisse a este enriquecimento estratégico da actual campanha pode ser tomada em curtíssimo prazo, de modo a produzir efeitos para estas eleições. Mas mesmo que não fosse a tempo de produzir todos os seus resultados potenciais , sendo assumida pelo PS já, pode prestigiá-lo perante os eleitores que aspiram a uma Europa mais justa e, portanto, pode contribuir para o PS convergir de novo com um a parte do eleitorado que lhe fugiu.

Um leque de propostas deste tipo não representará uma mudança brusca de direcção, na linha que tem vindo a ser seguida pelo PS. Pelo contrário, integrar-se-á com naturalidade no discurso anti-neoliberal que este partido tem vindo a desenvolver durante a actual crise. Aliás, até se pode dizer que é estranho que o PS não tenha assumido estas propostas ou outras do mesmo sentido , na medida em que elas são um corolário óbvio de uma atitude de recusa da deriva neo-liberal que nos afundou.

Pode mesmo recear-se que , independentemente de razões eleitorais de curto prazo, se o PS persistir na omissão de propostas deste tipo, possa ser acusado de ter um discurso crítico do neoliberalismo inconsequente, que no verbo se aproxima da diatribe, mas que no campo das políticas concretas se afunda numa inexplicável inércia.

Este golpe de asa é tanto mais urgente, quanto é claro que, se tudo for deixado às rotinas em curso, o resultado das eleições permanecerá incerto até ao fim, podendo o PSD escapar a uma derrota que lhe seria fatal, se lha conseguíssemos infligir.

Com estas, ou com outras propostas que apontem no mesmo sentido, é possível, necessário e urgente, proceder a um enriquecimento estratégico da campanha que o PS tem vindo a realizar para o Parlamento Europeu. O nosso cabeça de lista merece esse impulso político . O PS não lho pode recusar.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Eleições europeias- sondagens


1. Estas três sondagens foram divulgadas por uma ordem que não correspondeu às datas em que decorreram os trabalhos de campo de cada uma delas. Nomeadamente, a sondagem da Marktest /Semanário Económico foi a última a ser publicada, embora tenha sido a primeira a ser feita. A ordem das outras duas, a da Intercampus /TVI e a do CESOP(U.C.)/ RTP, JN, DN, foram divulgadas pela ordem em que foram feitas.

No quadro comparativo acima apresentado, as três sondagens são ordenadas pela ordem em que foram feitos os trabalhos de campo. Por aí se vê que há uma tendência de subida do PS (5,9%) , bem como do PSD, embora esta mais ligeira (3,1%). O BE não reflecte uma tendência de subida uniforme, mas revela um reforço de de 3,6% entre a primeira e a mais recente das sondagens, com uns espectaculares 18%, como resultado intermédio. A CDU oscila ligeiramente, descendo 0,6 %, entre a primeira e a terceira data. O CDS , quando parecia querer erguer-se no ponto intermédio, acaba por se estatelar no último resultado.


Comentadores menos escrupulosos ( ou simplesmente tontos) fingiram julgar que a sondagem mais recentemente publicada era a que espelhava a mais recente opção dos eleitores e apontaram para um PSD em subida rumo à vitória. Como se viu, no entanto, a diferença entre o PS e o PSD é curta, mas, a haver alguma impressão de vantagem a extrair deste quadro comparativo, ela não vai seguramente para o PSD. Pode pois dizer-se que, se as sondagens estiverem certas, haverá uma vitória escassa de um destes partidos, parecendo mais provável que essa vitória acabe por ser do PS.


A CDU parece caminhar para um resultado próximo dos 8%; o BE dispõe de expectativas que oscilam entre um bom e um excelente resultado; o CDS parece estar à beira de um desastre, mas com hipóteses de ainda lhe poder escapar.

2. Pela mesma entidade(CESOP/UCat.) que realizou a mais recente das três sondages acima referidas e com os trabalhos de campo realizados na mesma altura, foi feita uma sondagem, mas agora irigida a conhecer as intenções de voto para as eleições legislativas.
De acordo com ela, o PS chegaria aos 41% (+2 % do que nas europeias); o PSD teria 34% (- 2% ); o BE, 12 % (ficaria igual); a CDU, 7% ( igual); o CDS ( igual).

domingo, 10 de maio de 2009

Miragaia



O Bento Machado chegou à blogosfera. Há tempos apareceu de passagem no meu blog, mas evaporou-se rapidamente.

Agora, espero que tenha vindo para ficar. Podem encontrá-lo no Miragaia ( usem a lista ao lado para clicarem).

Um abraço, ilustríssima figura. Estás proibido de não apitares , quando passares por Coimbra

Esquerda socialista - uma nova corrente dentro do PS


Ontem, numa reunião ocorrida em Lisboa, os militantes socialistas presentes deliberaram por unanimidade , conforme é permitido pelos estatutos do PS, constituir uma nova Corrente de Opinião dentro do partido, cuja designação será a de “Esquerda Socialista”.

Esta nova corrente tem a sua identidade política expressa na moção “Mudar para Mudar – mudar o PS para mudar Portugal” que foi apresentada no mais recente Congresso do Partido Socialista. Com base nessa moção, da respectiva lista que concorreu às eleições para os órgãos nacionais do partido, foram eleitos 27 membros para a Comissão Nacional. Do mesmo modo, 7 dos seus membros integram também a Comissão Política Nacional, para a qual foram eleitos pela Comissão Nacional do PS, a partir de uma lista única apresentada ao sufrágio deste órgão, em cuja constituição se respeitou a proporção entre os lugares obtidos pelas duas listas na Comissão Nacional.

Esta nova corrente, pelo facto de estar radicada na referida Moção, pode dizer-se que teve a sua origem numa iniciativa do Clube Político “Margem Esquerda”. Por isso, muitos membros desse clube integram também a “Esquerda Socialista”, a qual naturalmente vai muito para além deles. Reciprocamente, nem todos os membros desse clube fazem parte da nova corrente. Deste modo, da criação da nova corrente não resulta, naturalmente, o desaparecimento do
mencionado Clube Político, o qual continua a existir, cabendo, obviamente, aos seus membros as decisões quanto às suas actividades, embora seja perfeitamente possível que as duas entidades coexistam e cooperem.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

O Santo brinca com o fogo

Modestamente, a Igreja Católica Italiana, pela voz solene dos seus bispos, reclama do primeiro-ministro italiano Berlusconi discrição.

O inefável estadista, velha raposa da política espectáculo, polvilhou as suas listas eleitorais para o Parlamento Europeu de garotas de calendário, vestindo-as de uma adequada nudez no espaço mediático, na esperança de que, fazendo-as cobiçar gulosamente pelos eleitores verdadeiramente machos e levando-os assim a esquecer a Europa, a crise e todas as outras coisas chatas e desagradáveis, conseguisse arrastá-los para um voto, ainda que concupiscente, na sua direita.

Arrasada por esse impulso “cicciolinniano » , e por mais alguns detalhes que envolviam uma gostosa garota abaixo dos dezoito anos, a esposa do estadista italiano assomou de supetão à boca de cena mediática e pediu o divórcio. A esquerda italiana, liderado pelo estranho Partido Democrático, pareceu acordar da sua modorra sonolenta , tendo suspirado uma comedida indignação. Como alguém que foi apanhado a roubar um rebuçado, o visado, depois de atabalhoadamente reduzir a torrente de beldades que estava a preparar para a alta política, a um pequeno punhado das verdadeiramente excelentes, denunciou com argúcia o dedo maçónico da oposição com uma esbatida foice e martelo, pálidos, ao fundo. Alegou o “velho gaiteiro” que a sua inocente esposa sucumbira às perfídias malévolas de uma oposição sem escrúpulos.

A própria gostosa garota abaixo dos dezoito anos se derramou com leveza pela comunicação social , garantindo que o Berlo era realmente um paizinho para ela. Um paizinho muito querido, mas apenas um paizinho.


Foi então que os piedosos bispos num assomo de cuidado com cada ovelha do rebanho por que são responsáveis, passaram a mão pelo pêlo de tão irrequieto cordeiro e sussurraram uma suave admoestação , esperando que o Berlo fosse doravante mais discreto.

Não vimos os anjos da virtude enlouquecidos ribombando censuras no espaço santo, não vimos o coro dos sacerdotes vigilantes invocando infernos. Vimos um plácido coro de bispos admoestando carinhosamente o irrequieto estadista.

Gostámos dessa distância prudente da política espectáculo, dessa distância salubre do carnaval de um estadista piedoso. Mas não conseguimos deixar de cair na tentação de imaginarmos as tempestades que teriam desencadeado os vigilantes bispos se tivesse sido um incauto primeiro-ministro de esquerda a procurar atrair votos com uma qualquer aposta na indução do pecado. Especialmente, se o pecado se vestisse de uma exuberância de curvas, numa tentação de lábios e de gestos sensuais de beldades de calendário.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Sem prejuízo de poderem clicar na gravura situada no vosso lado direito, para na própria página do Colóquio chegarem a todas as informações que lhe dizem respeito, resolvi transcrever dessa página o que me pareceu de maior relevo informativo.

Apresentação


A Rede Portuguesa de Formação para o Terceiro Sector e o CIRIEC España têm vindo a percorrer um percurso comum, traduzido na realização dos Colóquios Ibéricos de Cooperativismo e Economia Social, iniciados em 2001, realizados alternadamente em Portugal e Espanha.
Cabe à parte portuguesa a responsabilidade operacional, pela realização do 5º Colóquio em 2009, que vai ter lugar em Santarém, nos próximos dias 10 e 11 de Julho de 2009. O Colóquio vai adoptar, no essencial, o modelo iniciado em Córdoba, no ano de 2007.


O tema geral do Colóquio será: A Economia Social e o Desenvolvimento Sustentável.

Compreenderá quatro sessões temáticas, com base nos seguintes subtemas:



A economia social: solidariedade e cooperação.
A economia social e a crise alimentar.
A economia social e a responsabilidade social das empresas.
O papel da economia social numa lógica de proximidade.



Em cada uma destas sessões temáticas, falará um conferencista espanhol e outro português. Haverá também uma mesa-redonda com a participação de representantes de organizações da economia social dos dois países.
As comunicações, que podem ser apresentadas no âmbito do Colóquio, devem incidir sobre os quatro subtemas, com base nos quais este se encontra estruturado.
Convidam-se todos os investigadores a enviarem os seus trabalhos teóricos e empíricos realizados no âmbito dos subtemas do colóquio. Não existe limite para o número de originais enviados por cada autor.



Programa Provisório

Sexta-feira, 10 de Julho

Programa Provisório de 10 de Julho

09:00 - RecepçãoEntrega da documentação

Sessão de Abertura - 10:00

Secretário de Estado (Aguarda confirmação)
Dr. Eduardo Graça - Presidente do INSCOOP
Prof. Ricardo Server - CIRIEC España
Prof. Rui Namorado - Rede Portuguesa de Formação para o Terceiro Sector
Prof Jorge Faria - ESGS IPS

Primeira Sessão:
A economia social: solidariedade e cooperação


Moderador:
11:00
Conferencistas: Português e Espanhol
11:30

Segunda Sessão
A economia social e a crise alimentar


Moderador:
12:00
Conferencistas: Português e Espanhol
12:30

13:00
Pausa para Almoço

Terceira Sessão
A economia social e a responsabilidade social das empresas

Moderador:
14.30
Conferencistas: Português e Espanhol

16.00
Coffee Break

Mesa Redonda
A Economia Social e o Desenvolvimento Sustentável


Moderador: Dr. Canaveira de Campos
16.30
Três portugueses (Confederações e SCMS)
17.00

17.30

Encerramento

20:00
Jantar
Sábado, 11 de Julho

****************
Programa Provisorio de 11 de Julho


Quarta Sessão:
Apresentação de Comunicações


Moderador:
09:00

11:00
Coffee Break

Quinta Sessão
O papel da economia social numa lógica de proximidade

Moderador:
11:30
Conferencistas portugueses e espanhois

13:00
Encerramento

Prof Rui Namorado - Rede Formação Para o Terceiro Sector
Prof. José Luís Monzón - Ciriec Espanha (a confirmar)
Ciriec Portugal/CEEPS

14:00
Almoço

domingo, 3 de maio de 2009

A limpidez das palavras



Vou transcrever, com a devida vénia, um texto de José Saramago, publicado hoje no Diário de Notícias.

Estou longe de ser, no plano literário, um admirador incondicional de José Saramago, mais longe ainda de partilhar as suas opiniões políticas. E, no entanto, é para mim uma grande honra e motivo de um imenso orgulho ser cidadão de uma pátria que inclui José Saramago entre os seus filhos.

De facto, se nem sempre me revejo no que ele pensa, também acontece ver, por vezes, nas suas palavras a expressão perfeita do que eu próprio penso. E se nem sempre adiro à sua literatura, também acontece que me entusiasmo com ela.

Comentar o texto que vou transcrever seria empobrecê-lo. E, embora não corresponda ao meu ângulo de abordagem do acontecimento, senti-me bem melhor depois de o ler.

E, sem que José Saramago nada tenha a ver com isso, sempre quero dizer, que para mim, por si só, este texto de um militante do PCP, vem salvar neste caso , em larga medida, a honra desse partido, compensando porventura o triste espectáculo dado por alguns amanuenses da política que o acaso colocou em posições de mando que claramente os transcendem. E, infelizmente, sublinho eu, neste último aspecto o PCP está muito longe de ter um monopólio.

Eis o texto de José Saramago:



Expulsão

"Espero que a estas horas os agressores de Vital Moreira já tenham sido identificados. Quem são eles, afinal? Que foi que os levou a um procedimento em todos os aspectos repulsivo? Que ligações partidárias são as suas? Sem dúvida a resposta mais elucidativa será a que vier a ser dada à última pergunta.
A Vital Moreira chamaram-lhe "traidor", e isto, queira-se ou não se queira, é bastante claro para que o tomemos como o cordão umbilical que liga o desprezível episódio do desfile do 1º. de Maio à saída de Vital Moreira do Partido Comunista há vinte anos. Neste momento estamos assistir a algo já conhecido, toda a gente, com a mais clara falta de sinceridade, a pedir desculpa a toda a gente ou a exigir, como vestais ofendidas, que outros se desculpem. De repente, ninguém parece interessado em saber quem foram os agressores, dignos continuadores daqueles célebres caceteiros que exerceram uma importante actividade política pela via da cachaporra em épocas passadas. Não tanto por contrariar, mas por uma questão de higiene mental, gostaria eu de saber que relação orgânica existe (se existe) entre os agressores e o partido de que sou militante há quarenta anos. São militantes também eles? São meros simpatizantes? Se são apenas simpatizantes, o partido nada poderá contra eles, mas, se são militantes, sim, poderá. Por exemplo, expulsá-los. Que diz a esta ideia o secretário-geral? Serão provocadores alheios à política, desesperados por sofrerem esta crise e que pensam que o inimigo é o PS e o candidato independente às eleições europeias?… Não se pode simplificar tanto, nem na rua nem nos gabinetes.
Embora o tenham incluído na lista dos candidatos, o Prémio Nobel de Literatura nunca se encontrará com o seu amigo Vital Moreira no Parlamento Europeu. Dir-se-á que a culpa é sua, pois sempre quis ir em lugar não elegível, mas também se deverá dizer que sobre ele em nenhum momento se exerceu a mínima pressão para que não fosse assim. Nem sequer a Assembleia da República pôde conhecer os meus brilhantes dotes oratórios… Não me queixo, mais tempo tive para os meus livros, mas o que é, é, e alguma explicação terá. Que espero que não seja por me considerarem a mim também traidor, pois embora militante disciplinado, nem sempre estive de acordo com decisões políticas do meu partido. Como, por exemplo, apresentar listas separadas para a Câmara de Lisboa, que, pelos vistos, vamos entregar a Santana Lopes, isso sim, sem que ninguém tenha perdido a virgindade do pacto municipal. Apetece dizer "Deus nos valha", porque nós parecemos incapazes. "

sábado, 2 de maio de 2009

A miragem do lobo que é cordeiro


Há quem, julgando-se ainda no íntimo um verdadeiro “lobo”, se procure convencer a si próprio que, em certas especiais ocasiões, está apenas a vestir a pele do que julga ser um “cordeiro”. Pode mesmo julgar ser necessário agarrar-se piedosamente às saias de um bispo, para dar verosimelhança ao que pensa ser apenas uma cordeirice postiça.

Mas a vida, com a sua suprema ironia, vira muitas vezes tudo isso de pernas para o ar. E essa ilusão de “lobo” acaba por se converter, com o tempo, numa simples miragem. A miragem dos “cordeiros” que julgam ainda ser”lobos”.

Na verdade, andam por aí alguns “cordeiros” possuídos pela ilusão de que continuam a ser os “lobos”. Não se apercebem que, realmente, já não vestem apenas a pele de “cordeiro”. São realmente verdadeiros “cordeiros”.

Por isso, em certos ajuntamentos alguns “cordeiros”, em ruidoso alarido, parecem querer imitar “lobos”, que realmente já nem existem. E assim, na impossibilidade de assaltarem inexistentes palácios de inverno, insultam os passantes, mesmo que eles nada tenham a ver com os czares.