domingo, 3 de julho de 2011

O NÓ DO PROBLEMA DO PS

As duas narrativas implícitas nas moções de Assis e de Seguro podem ser semelhantes. Mas quando se trata de tentar surpreender diferenças, quanto à vontade efectiva de uma mudança profunda no partido, temos que procurar para além dos textos. Pelo menos nalguns distritos, é tal o peso dos pequenos poderes locais instalados, entre os apoiantes de Seguro, que só uma fé inexplicável nos pode fazer acreditar que por essa via se chegue a qualquer mudança de fundo no PS.


Mas este é, ainda assim, um aspecto secundário, se o compararmos com o que está a ocorrer quanto às eleições primárias como método de escolha dos candidatos do PS. De facto, elas implicam um conjunto de metamorfoses tão profundas que, por si sós, deixam muito para trás o conjunto dos sinais de renovação, dados pelas duas candidaturas em todos os outros campos.


E, no caso das primárias, enquanto Assis as trouxe decididamente para o centro do debate, comprometendo-se irreversivelmente com esse caminho, Seguro limitou-se a algumas fugidias promessas de que no futuro se preocuparia com isso. Podem ser muitas as razões que levem cada militante a optar por um por outro candidato, mas quem der centralidade ao imperativo de refundação do partido ( como preconizou Mário Soares) não pode deixar de escolher Assis.

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