Manifesto para uma renovação socialista
sábado, 30 de julho de 2011
MANIFESTO PARA UMA RENOVAÇÃO SOCIALISTA
Manifesto para uma renovação socialista
sexta-feira, 29 de julho de 2011
DUAS CARAS
Por exemplo: hoje, com voz enérgica, Passos aparentemente disse que em 2012 as pensões mais baixas iam ser actualizadas, de acordo com a inflação.
Mas o que realmente disse foi que para o ano todas as pensões iam ser congeladas, apenas com a excepção das mais baixas.
É como se tivesse dito: "Para o ano o Governo não vai agredir os mais fracos."
Mas eu pergunto: "E é legítimo agredir todos os outros ?"
quinta-feira, 28 de julho de 2011
CONFIAR NOS DEPUTADOS DO PS !
Nos corredores subtis das notícias que se transformam em boatos, e dos boatos que afinal são informação, foi detectado pelo menos um nome, o de Vitalino Canas, como provável futuro líder parlamentar do PS. Não fiquei entusiasmado, mas admito que outros camaradas tenham deitado foguetes. Se o fizeram, foi, afinal, antes da festa…
De facto, a notícia estava ligeiramente exagerada: só em Setembro será escolhido o novo líder parlamentar do PS.
Já agora uma sugestão ao S-G do PS, para completar a liberdade de voto: deixe o grupo parlamentar escolher livremente quem prefere como respectivo líder.
Ou será que os deputados do PS foram declarados dignos da liberdade de voto, mas não são dignos da liberdade de escolherem quem os deve liderar ?
quarta-feira, 27 de julho de 2011
CUIDAR DOS VIVOS
Mas os outros, aqueles que conservam, ciosamente como coisa sua, o trabalho morto e os frutos da mãe-terra, só querem jogar no seu próprio tabuleiro uma partida eternamente igual em que já sabem ser os vencedores. E dizem: “É aqui que tudo se decide. Aqui é o único lugar de todo o jogo”. Os seus sábios numerólogos, esforçados fabricantes de um destino fechado, há muito decidido, acenam rigorosamente com a cabeça, a dizer que sim , a dizer que sim, que é aqui no tabuleiro viciado que habitam a virtude e a verdade.
Caros irmãos vivos, é certo que não podemos deixar deserto o tabuleiro em que a nossa derrota está inscrita. Também aí teremos que lutar. Mas poderemos deixar vazios todos os outros ? Podemos consentir que os de cima joguem apenas no seu próprio campo ?
É tempo de um verdadeiro pacto entre os de cima e os de baixo: jogaremos lealmente no tabuleiro deles, mesmo viciado, mas eles terão de se sentar do outro lado em todos os tabuleiros desta vida. Jogaremos aberto, sem fronteiras, com nossas mãos polidas pela luta, com as palavras de todos os poetas e com a cólera fria dos justos.
Nem todas as batalhas ganharemos, mas na grande partida que jogarmos nos vários tabuleiros desta vida, mais cedo ou mais tarde venceremos.
terça-feira, 26 de julho de 2011
POEMA PARA A NORUEGA
1. Oslo
As rosas choram em Oslo,
Choram-se em Oslo flores.
Oslo, palavra colhida,
Jardim de cinza, tristeza.
Oslo, lágrima suspensa,
Palavra desmoronada,
Silêncio, cólera fria.
Em Oslo, choram-se rosas.
Apenas rosas…
2. A Ilha
No meio-dia de todos os desastres,
Um gesto foi suspenso.
Luzes acesas de pequenas esperanças
Faziam numa ilha aberta e limpa
Uma oração de futuro.
Sem medo e ainda sem saudade,
Passavam a limpo a luz da tarde,
Intuindo na sombra dos segredos
As palavras que escrevem o mistério.
Mas o gelo foi súbito e fatal,
Uma noite sem tréguas nem perdão,
Um ódio desbragado, torpe, sujo,
Um deserto, sem tempo nem miragens.
Na ilha há um silêncio denso
E frio, como as folhas caídas…
NÃO FICÁMOS DE FORA !
Os livros de saber nocivo, e por toda a parte
Os bois foram forçados a puxar carroças
Carregadas de livros para a fogueira, um poeta
Expulso, um dos melhores, ao estudar a lista
Dos queimados, descobriu, horrorizado, que os seus
Livros tinham sido esquecidos.
Correu para a secretária
Alado de cólera e escreveu uma carta aos do Poder.
Queimai-me! escreveu com pena veloz, queimai-me!
Não me façais isso! Não me deixeis de fora! Não disse eu
Sempre a verdade nos meus livros? E agora
Tratais-me como um mentiroso! Ordeno-vos:
Queimai-me!
[Bertolt Brecht]
segunda-feira, 25 de julho de 2011
A MENTIRA TEM PERNA CURTA
E não posso deixar de estranhar, como fecho, que, neste caso, quando das oposições se esperaria uma barragem devastadora de críticas, apenas se tenha ouvido até agora o modesto ruído de bombas de carnaval.
domingo, 24 de julho de 2011
O TERRORISTA INCONVENIENTE
Por isso, talvez a raiz do mal estivesse neste caso na vítima, na própria Noruega, nos abastados (conquanto viciosamente democráticos) noruegueses. E o homem o especialista na televisão, continuava a espremer-se. Espremia-se quase pedindo desculpa por não encontrar uma explicação que nos ajudasse a compreender por que estranha razão um pobre militante da extrema-direita fora impulsionado a assassinar quase um centena de noruegueses, a maior parte dos quais ainda por cima pertencentes à juventude do Partido Trabalhista Norueguês.
Hoje, na página do DN, levantava-se uma ponta do véu.:”A polícia deteve um norueguês de 32 anos, identificado como Anders Behring Breivik, que já confessou a autoria dos ataques, considerando que foram "cruéis", mas necessários”.
Por mim, fiquei sem dúvidas: ou muito trivialmente vemos no miserável crime um acto de brutalidade terrorista de um militante de extrema-direita, agindo sozinho ou como braço armado de uma organização dessa área; ou, se queremos ir para uma explicação mais funda, encaremos então o atentado como uma metáfora viva que simboliza o essencial da lógica dominante, na fase histórica que atravessamos. Na verdade, todos os dias os divulgadores de más notícias, há uns tempos a esta parte denodadamente sorridentes, nos comunicam que foram ou vão ser tomadas medidas cruéis mas necessárias.
sábado, 23 de julho de 2011
ERRAR
TRISTE GLOSSÁRIO ELEITORAL
Anomalia – fraude eleitoral cometida por aliados.
Tendência – vociferar contra as falcatruas e esquecer as anomalias.
Equívoco – quem prejudica o partido é quem protesta contra as fraudes e não quem as pratica.
Esperança – que as falcatruas e as anomalias sejam erradicadas para que fiquem definitivamente reduzidas a meras sombras, dispersas na neblina do esquecimento.
Imperativo – um aperfeiçoamento dramático das regras democráticas que estruturam as eleições internas, de modo a que sejam pelo menos tão exigentes como as regras democráticas projectadas pela nossa Constituição e a que uma ética democrática irrestrita seja principalmente o modo de se comportar de cada militante e não apenas o reflexo esforçado de estatutos e regulamentos.
Risco insuportável – consentir que tudo fique na mesma, depois de algumas piedosas palavras de lamento e não volta a acontecer.
sexta-feira, 22 de julho de 2011
PARA UMA RENOVAÇÃO SOCIALISTA !
quinta-feira, 21 de julho de 2011
PALAVRAS ESCRITAS
quarta-feira, 20 de julho de 2011
PS COIMBRA - OLIVAIS
Reconhecemo-nos no conteúdo dessa moção, revemo-nos na liderança do respectivo candidato e identificamo-nos com o sentido que ele tem imprimido à sua campanha.
Esta lista resulta de uma conjugação de vontades de militantes socialistas apoiantes de Francisco Assis, com quem partilhamos a determinação de contribuirmos para que o PS se renove profundamente. Na verdade, só assim ele atingirá uma robustez política suficiente para poder enfrentar com êxito as tarefas políticas que inevitavelmente o vão esperar num futuro próximo.
Com Assis, estamos cientes da necessidade de se iniciar já um caminho de profunda mudança. Mas seria trágico que apenas se mudasse à superfície, subsistindo em profundidade o que há de mais gravoso nos actuais bloqueios. Com Francisco Assis não correremos o risco de ver apenas corrigidos os pequenos defeitos. A mudança será real.
De facto, as suas propostas são objectivamente incompatíveis com a perpetuação do que há de estagnado no PS. E é nelas que se inscreve inelutavelmente um futuro realmente novo para todo o nosso partido.
Votem Francisco Assis.
Votem lista B!
Efectivos
· Rui Namorado
· Carlos Veiga
· Elisabete Lemos
· Pedro Vieira Alberto
· José Alberto Moura e Sá
· Maria Fernanda Campos
Suplentes
· João Silva
· Victoriano Nazareth
· Emília Gil
· Bárbara Figueiredo
· Mário Campos
· Américo Figueiredo
Cordiais saudações socialistas,
Rui Namorado
terça-feira, 19 de julho de 2011
UM DELES MENTE !
domingo, 17 de julho de 2011
CONTRA A BALANÇA TORTA
sábado, 16 de julho de 2011
NUDISMO, AMBIENTE E AR CONDICIONADO
De facto, se dermos o devido valor ao que objectivamente está em causa, seria de uma grande ingenuidade pensar-se que uma importante ministra da corte do Dr. Paulo Portas se ergueria como adamastora perante o império das gravatas, para logo soçobrar tibiamente perante o reino dos casacos, dos vestidos, das saias, das blusas ou mesmo perante a república popular dos quentes soutiens. Não seria lógico. Não estaria à altura da cultura simbólica deste governo e muito menos da sua inequívoca densidade épica.
Por isso, se houvesse entre nós verdadeiros oráculos, à altura dos que pontificaram na Grécia do primeiro Sócrates, certamente nos teriam já mostrado o auspicioso futuro dos ministérios tutelados pela nossa encalorada ministra. Certamente, que teriam já feito desfilar, perante os olhos atónitos da nossa imaginação, esse episódio supremo que irá seguramente coroar a longa saga da ministra contra o ar condicionado.
Consta, como cereja no bolo, que o próprio Álvaro da Economia está criteriosamente a estudar a melhor maneira de rentabilizar a inovação como atracção turística, dispondo-se , talvez, a colocar no roteiro turístico, a seguir aos Jerónimos e ao Museu dos Coches, a visita ao referido ministério que passaria a ser designado, a título de promoção, como Ministério do Ambiente e do Nudismo.
A ILUSÃO DOS IMPLACÁVEIS
quinta-feira, 14 de julho de 2011
UM DESVIO COLOSSAL !
PIRATARIA E EQUIDADE
quarta-feira, 13 de julho de 2011
QUEM FICA EM CASA QUANDO A LUTA COMEÇA
terça-feira, 12 de julho de 2011
O FANTASMA DA MARGEM ESQUERDA
segunda-feira, 11 de julho de 2011
A DIREITA PASSOU-SE !
Aplaudi. Há meses e meses que aqui tenho escrito textos nesse mesmo sentido, pelo que só posso aplaudir e aplaudir. Mas confesso que me surpreendi, já que as mesmas criaturas, que agora tanto gritam, quando o governo era do PS, perante cachorradas idênticas, praticadas pelas mesmas "ratinzanas", apontaram o dedo a Sócrates como causa única de todos os males, absolvendo assim ronronantemente as agência de "rating"que agora vituperam. Enfim, mais vale tarde do que nunca...
É certo que se ficou a ver que afinal todo o alarido, todos os insultos lançados contra o anterior governo do PS, eram uma campanha de agressões gratuitas , lançada por essa mesma gente, agora tão nervosa. E das duas uma : ou eles sabiam que estavam a atacar quem realmente não era o culpado principal pelo agravamento da crise; ou enganaram-se, atacando, como se fosse o principal culpado, quem hoje se vê com clareza que não o era.
Se agiram com má fé falta-lhes a ética que os tornaria críveis; se agiram por erro, carecem da capacidade que os tornaria críveis. De uma maneira ou de outra, à luz do que deveria ser um desígnio português e europeu de dignidade, liberdade e justiça para todos, estamos perante aves de fraco voo, mais próximas dos frangos de aviário do que das águias, estamos perante verdadeiros amanuenses de uma política com letra pequena, aprisionada na teia das conveniências pequenas, das ideias anquilosadas , do conservadorismo pé-ante-pé. Estamos perante as velhas sombras da direita portuguesa e europeia, melífluas e desleais, hipócritas e parciais, pusilânimes e perigosas.
sábado, 9 de julho de 2011
QUEM É O TEU INIMIGO ?
Na versão portuguesa de Paulo Quintela, ouçamos mais uma vez, alguém que nos ajude a responder, o poeta BERTOLT BRECHT:
Ao faminto que te tirou
PELA NOSSA RICA SAÚDE:
Naturalmente, essa sombra difusa englobava também as organizações com fins lucrativos no bloco dos delegatários. E é quanto a essas que me assalta uma incómoda dúvida.
Por que razão o Estado poderá não garantir a prestação dos serviços de saúde necessários? Certamente, que por falta de dinheiro.
Por que razão uma entidade estruturada para obter lucros se irá abalançar a prestar cuidados de saúde em vez do Estado? Certamente, que para ganhar dinheiro.
Se o Estado não aproveitar essa delegação para se retirar sorrateiramente de algumas das suas obrigações no campo da saúde, há-de pagar aos delegatários aquilo que antes gastava como prestador desses serviços. Mas se os delegatários com fins lucrativos lucrarem, como necessariamente tem que acontecer, das duas uma :1) ou hão-de prestar piores serviços do que prestaria o Estado, para poderem amealhar como lucro o que pouparam com essa degradação; 2) ou, se mantiverem o nível de qualidade dos serviços, antes prestados directamente pelo Estado, e obtiverem lucros, o Estado terá de lhes pagar mais do que aquilo que gastaria se fosse responsável directo pela prestação de serviços.
Ou seja, se a delegação da prestação de cuidados de saúde em entidades com fins lucrativos ocorrer, sem degradação da qualidade dos serviços prestados, os cidadãos ficarão na mesma, o Estado, se não perder, também não ganhará nada com isso. Só os delegatários privados movidos pelo lucro ficarão beneficiados.
Assim se percebe que música tocava esse fantasma .
sexta-feira, 8 de julho de 2011
A MIRAGEM DOS ESPERANÇADOS
quinta-feira, 7 de julho de 2011
O CLUBE DOS HOMENS ASSUSTADOS
HOMENAGEM
Mas para com o ser humano que ela foi a minha solidariedade é total. Ninguém deveria ser obrigado a morrer. Apagar-se-ia quando quisesse no fim do seu tempo. Tal como ninguém merece a dor insuportável de perder alguém que lhe é querido. Também nesse campo não há limites para a minha solidariedade.
Por isso, não sobrecarrego a sua memória com algumas frases feitas que possam parecer tributárias da renda tranquila da sua ausência nas hostes que combato. Apenas digo que, se me fosse dado esse poder supremo, ela continuaria viva.
quarta-feira, 6 de julho de 2011
AS MALFEITORAS DO RATING E O DILEMA
domingo, 3 de julho de 2011
O NÓ DO PROBLEMA DO PS
A EUROPA EM CRISE !
Mais cela ne signifie pas qu'on doive leur accorder le pouvoir suprême ni qu'ils puissent dicter leur loi à des gouvernements démocratiquement élus, sans que l'Europe exerce aucune résistance organisée. Le pouvoir des agences de notation ne peut être contenu et encadré que par des personnalités politiques exerçant un pouvoir exécutif au niveau européen. Or pour l'heure, un tel pouvoir n'existe pas.
Deuxième point, on voit mal en quoi les sacrifices imposés par ces chevaliers de la finance à des pays en difficulté constituent le remède décisif pour assurer la pérennité à long terme de leur économie, ni même que ces sacrifices soient en mesure de garantir celle de la zone euro dans le cadre non réformé d'un système financier intégré et d'un club de la monnaie unique à la composition inchangée.
Puisque désormais une grande partie de l'Europe s'efforce de juguler au plus vite les déficits publics par le biais de coupes claires dans les dépenses publiques, il est essentiel d'étudier avec réalisme quelles seront les répercussions des mesures adoptées dans ce but, tant sur le quotidien des gens que sur la création de recettes publiques par la croissance économique. Ce qui manque à l'heure actuelle, outre un projet politique plus ambitieux, c'est une réflexion économique plus développée sur les effets et l'efficacité de cette stratégie de réduction maximale des déficits dans "le sang, la sueur et les larmes".
C'est pour moi une piètre consolation de rappeler que j'étais fermement opposé à l'euro, tout en étant très favorable à l'unité européenne pour les raisons qu'Altiero Spinelli avait soulignées avec tant de force. Mon inquiétude venait notamment du fait que chaque pays renonçait ainsi à décider librement de sa politique monétaire et des réévaluations des taux de change, toutes choses qui, par le passé, ont été d'un grand secours pour les pays en difficulté. Cela permettait de ne pas déstabiliser excessivement le quotidien des populations au nom d'une volonté acharnée de stabilisation des marchés financiers. Certes on peut renoncer à l'indépendance monétaire, mais quand il y a par ailleurs intégration politique et budgétaire, comme c'est le cas pour les Etats américains.
La formidable idée d'une Europe unie et démocratique a changé au fil du temps et l'on a fait passer au second plan la politique démocratique pour promouvoir une fidélité absolue à un programme d'intégration financière incohérente. Repenser la zone euro soulèverait de nombreux problèmes, mais les questions épineuses méritent d'être intelligemment discutées (l'Europe doit s'engager démocratiquement à le faire) en prenant en compte de façon réaliste et concrète le contexte différent propre à chaque pays. Dériver au gré des vents financiers que souffle une pensée économique obtuse et entachée de graves lacunes, souvent proférée par des agences affichant de piteux résultats en termes d'anticipation et de diagnostic, est bien la dernière chose dont l'Europe ait besoin. Il faut enrayer la marginalisation de la tradition démocratique européenne : c'est une nécessité impérieuse. On ne l'exagérera jamais assez. [Traduit de l'anglais par Julie Marcot ]