terça-feira, 2 de outubro de 2007

A corrida para lado nenhum ?








Cresce na opinião pública um sentimento de revolta perante a sobranceria dos bancos, que ostentam lucros astronómicos, como se fossem máquinas de sugar a vida alheia. Alguns idiotas úteis, ou simples vigaristas intelectuais, concentram-se no louvor à excelência da gestão, como se aí estivesse a causa única da performance elogiada, esquecendo a atitude leonina, predominantemente predatória,com que grande parte dos bancos brindam os que mais precisam deles.
Deveriam ser, na verdade, um factor estratégico de desenvolvimento da economia nacional, mas de modo nenhum, como são quase sempre, instâncias especializadas na vampirização do talento e dos esforços alheios.

Vem isto a propósito da postagem anterior que espero terem ouvido. Se o não fizeram, façam-no agora. É no Brasil, mas tem um eco universal.

De uma outra origem, chega uma voz convergente. Como escreve Denis Clerc, na revista francesa, "Alternatives Economiques " de Outubro, hoje chegadas:
" Salvo raras excepções tendo a desconfiar dos banqueiros. A insistência com que sublinham as vantagens que conseguem para os seus clientes sempre me pareceu desempenhar o papel de uma cortina de fumo destinada a esconder os seus próprios ganhos. Um pouco no estilo Baile dos Vampiros,quando os predadores se vestem "du dernier chic" para esconderem as suas sombrias intenções."

E quase a concluir o seu interessante artigo,articulando a prevalência da lógica financeira com a desfilada produtivista reinante, que ninguém parece saber onde nos conduzirá, pergunta: " Francamente, alguém me pode explicar que sentido pode ter um crescimento que apenas melhora a sorte dos ricos e que destrói o planeta?"