domingo, 14 de outubro de 2007

Uma fanfarronada do Dr. Menezes



O ferocíssimo Dr. Menezes sabe que para rever a Constituição é necessário dispor de 2/3 dos votos dos deputados na Assembleia da República, pelo que não só um partido isolado nunca conseguirá fazê-lo, como é muito improvável que, quer o lado esquerdo, quer o lado direito do espectro político, o possam, cada um por si só, fazê-lo.
Por isso, ele sabe também que ao proclamar o seu ímpeto arrasador da actual Constituição (que em todas as suas versões, ao longo de mais de trinta anos, sempre teve o acordo do PSD)está a produzir uma simples fanfarronada, cujo único efeito esperável é o de dificultar as negociações com o PS para uma eventual alteração da Constituição, daqui a alguns anos. Ou seja, o novo líder da constelação laranja não hesita em usar uma matéria tão estrurante da nossa democracia e tão relevante para qualquer cultor do estado de Direito, como arma de arremesso. Ou seja, não arranjou melhor do que a matéria constitucional para se armar em trinca-fortes. Nem o seu amigo/inimigo Santana Lopes no seu melhor o conseguiu exceder. Temos, portanto, sinais promissores quanto ao equilíbrio e quanto ao sentido de Estado do clínico de Gaia.

E não desesperem: vão ter mais. Para já, como grande inovação estratégica, temos a disponibilidade para levar o PSD a servir de câmara de eco aos alaridos protestativos, dirigidos pelo suave dirigente politico-sindical Mário Nogueira.

E como credencial da sua competência para uma gestão responsável da coisa pública, o Dr. Menezes apresenta orgulhosamente o endividamento da sua Câmara de Gaia.

Quando parecia que, do lado do PSD, nunca nos seria oferecido um candidato à liderança do Governo mais alucinante do que Santana Lopes, eis que o Dr. Menezes mostra que nos enganávamos.

Sem comentários: