Fotografia
- começam as aulas em Litle Rock, (USA), 1957
A menina negra entra na História em silêncio, desarmada.
Na sua cabeça erguida, cabem os escravos negros da América,
Mas também os índios massacrados nas imensas planícies
E os brancos pobres, através de cujos corpos subiram os poderosos.
O seu vestido é quase branco, como a paz que caminha no seu rosto,
Foi tecido pelas lágrimas amargas dos explorados.
E avança desarmada por entre os rostos frios do racismo,
Sem heroísmo mas sem medo, sem ódio mas sem perdão.
A menina negra vai apenas aprender, apenas aprender.
Vai dentro de uma imensa curiosidade com um caderno branco,
Onde irá escrever palavras novas, palavras de aprender.
A menina negra fita docemente o futuro em que confia.
Mas não sabe que meio século depois um outro negro
Seria posto no lugar de Lincoln, sem drama e com glória.
Na cólera dos brancos, friamente, há um ódio de cinza que apodrece,
Um hálito sombrio, crispado, triste, tecendo a sua própria escuridão.
A menina negra entrou em nossa casa, sentou-se à nossa mesa,
E num sorriso apenas garantiu que a vida é estar de pé.
A menina negra entra na História em silêncio, desarmada.
Na sua cabeça erguida, cabem os escravos negros da América,
Mas também os índios massacrados nas imensas planícies
E os brancos pobres, através de cujos corpos subiram os poderosos.
O seu vestido é quase branco, como a paz que caminha no seu rosto,
Foi tecido pelas lágrimas amargas dos explorados.
E avança desarmada por entre os rostos frios do racismo,
Sem heroísmo mas sem medo, sem ódio mas sem perdão.
A menina negra vai apenas aprender, apenas aprender.
Vai dentro de uma imensa curiosidade com um caderno branco,
Onde irá escrever palavras novas, palavras de aprender.
A menina negra fita docemente o futuro em que confia.
Mas não sabe que meio século depois um outro negro
Seria posto no lugar de Lincoln, sem drama e com glória.
Na cólera dos brancos, friamente, há um ódio de cinza que apodrece,
Um hálito sombrio, crispado, triste, tecendo a sua própria escuridão.
A menina negra entrou em nossa casa, sentou-se à nossa mesa,
E num sorriso apenas garantiu que a vida é estar de pé.
[ Rui Namorado]
2 comentários:
Gostei muito.
Por vezes,é necessário ir ao baú.
De espinha erguida e cabeça sem medos.
Obrigado. Ainda bem.
Abraço.
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