quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Levar a água ao moinho dos outros...


Há quem diga que a única maneira de evitar que as posições políticas das actuais oposições de esquerda se convertam em combustível para o comboio da direita é o PS tomar uma decisão que mude a sua actual liderança.

Mas dizer isso significa que só uma decisão externa a essas oposições pode impedi-las de desempenhar esse papel. Ou seja, significa que só uma decisão do PS pode impedir essas oposições de representarem objectivamente o triste papel de auxiliares da direita.

Pergunto: pode apoiar-se uma linha política que só não suscitará resultados desastrosos se um centro de decisão que lhe é estranho tomar esta ou aquela decisão?

De facto, aqueles que, possuídos pela febre anti-Sócrates, subjectivamente solidários com as oposições de esquerda, reconhecem a inevitabilidade do desastre, se todas as esquerdas continuarem a seguir as linhas que actualmente seguem, embora possam subjectivamente julgar estarem a ser desse modo demolidoramente anti-socráticos, estão afinal a ser objectivamente críticos severos da deriva de subalternidade estratégica perante a direita, que tem inquinado o sentido geral das políticas seguidas pelas oposições de esquerda.

E é disso que se trata: subalternidade estratégica das oposições de esquerda relativamente à direita. Na verdade, se não hesitam em combater este governo em conjunto com a direita, forcejando para que ele caia, mesmo não tendo qualquer perspectiva minimamente previsível de serem governo por si sós, que outra solução facilitam objectivamente que não seja a de um governo de direita ?

1 comentário:

Anónimo disse...

Um dia, já lá vão uns bons anitos, aquando do derrube, se assim se pode dizer, do primeiro governo constitucional presidido por Mário Soares, perguntei a quem o desejava derrubar se tinha alternativa de governo, se se podia, sem ganhar mais eleitorado, sem ganhar as massas, como assim se dizia.

Alcunhara-me logo de Buchechas com X ou sem X.

De facto é isso mesmo que me parece hoje.

Mas não ignoro que o Partido Socialista possa governar um "pouco mais à esquerda" sem guinar demasiado.

E, a meu ver, não tem que ceder no plano ideológico ou prático, posto que os estatutos e as várias programações desse partido, permite apontar/dirigir as políticas económicas e sociais para os mais desfavorecidos.

Mas pelo que vejo o PS mais uma vez esqueceu para que foi criado - Não capitalista nem comunista, mas uma política independente, socialista e democrática.

Quanto aos tacticismos de momento, verifico que nenhum experimenta se presta aos objectivos do próprio PS.

É triste ver socialista metidos numa "camisa de força"

Com os devidos rspeitos de "O Catraio"