domingo, 2 de dezembro de 2007

Portugal e o Desenvolvimento Humano





O Relatório do Desenvolvimento Humano de 2007/2008, elaborado sob a égide do PNUD , foi recentemente publicado pela Almedina, uma prestigiada editora com sede em Coimbra. Já tive oportunidade de o comentar muito brevemente numa das minhas postagens recentes ( "Círculo Vicioso").

Vou hoje falar, um pouco mais, acerca da posição que Portugal ocupa no respectivo "ranking" de desenvolvimento humano. Na edição agora publicada, são ordenados 177 países, dos quais 70 são considerados com desenvolvimento humano elevado. Portugal ocupa o 29º lugar. Seguem-se mais 85 países considerados como tendo um desenvolvimento humano médio. Por fim, os últimos 22 países são considerados como tendo um desenvolvimento humano baixo. Ou seja, Portugal tem atrás de si 148 países e à sua frente 28. Destes últimos , 16 pertencem à União Europeia.

Deve entretanto ter-se presente que os dados com base nos quais se elaborou o "ranking" na sua quase totalidade correspondem a 2005. Ou seja um ano em que a direita governou durante os primeiros meses e em que o actual Governo só começou realmente a governar do início do 2º semestre. Se fizer sentido, imputar a principal responsabilidade política pelo que resulta desse Relatório, a um dos governos que estiveram à frente do país em 2005, certamente que será mais facilmente aos governos anteriores do que ao actual.

Mas, se compararmos os dados de 2005 ( difundidos agora), com os de 1995 ( difundidos no Relatório de 1998) e com os de 2001 ( Relatório de 2003 ), podemos chegar a algumas conclusões. Recordemos, entretanto, que 1995 foi o último ano do Governo de Cavaco e 2001 foi o último ano do Governo Guterres.


Nestes dados está incluído o Índice de Desenvolvimento Humano propriamente dito, o que torna útil saber-se, para se poder atribuir um significado aos números citados, que, quanto a 2005, o IDH do 1º classificado ( a Islândia) é 0,968, sendo o do último país com DH Elevado ( o Brasil) de 0,800. Por seu lado, o do nº177 é de 0,336.

Os "rankings" são simplificadores da realidade, pelo que não podem ser encarados como se a reflectissem fielmente, mesmo quando têm a credibilidade dos que são elaborados por organismos da ONU, como é o caso. No entanto, se deste relatório pode resultar alguma conclusão favorável a um Governo esse é o Governo liderado por Guterres. Em contrapartida, se pode encontrar-se nele um sinal negativo para algum outro governo, estarão nesse caso os governos liderados por Durão Barroso e por Santana Lopes.

Hoje, fico por aqui, mas o relatório em causa merece estudo e atenção. Se compararmos os dados que oferece aos dos relatórios anteriores , numa primeira análise, parece-me que poderão daí resultar elementos que são postitivos para os governos socialistas e negativos para os governos de direita.

Aliás, esse estudo e essa atenção deviam ser uma responsabilidade assumida pelas estruturas do PS a quem caibam essas funções, se não estivessem adormecidas por força de um estranho encantamento que, certamente, alguma bruxa má terá malevolamente urdido.




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