
O blog Cravo de Abril transcreveu, no passado dia 9 de Março, o poema da minha autoria que abaixo transcrevo. Esta versão do poema, a definitiva, foi publicada no meu livro de poemas "Lírica do Silêncio" , editado em Outubro de 1973, poucos meses antes do 25 de Abril. Uma versão menos depurada do mesmo poema fora integrada no nº 1 dos "Cadernos de Cultura" da Associação Académica de Coimbra", em Abril de 1965, sob um outro título: "Poema contra a neutralidade".
AQUELE QUE SE SENTOU À PORTA DO TEMPO
Aquele que se sentou à porta do tempo
e deixou dormir o pensamento sobre a relva
em demasia confiante ou desenganado
em demasia confiante ou desenganado
aquele que se sentou estupidamente no tempo
e o deixou escorrer irremediavelmente entre os dedos
como velha adormecida no outono
honestamente aproveitou o oásis
alheio ao decorrer das caravanas
no livro dos povos ficará
como prolongamento dos tiranos.
RUI NAMORADO

1 comentário:
Caro Rui,
A actualidade da poesia mantém-se!...
Há que continuar a "acordar" os sonâmbulos...
Alvarez
Enviar um comentário