domingo, 1 de março de 2009

Discutir o PS


O texto que abaixo transcrevo reproduz integralmente uma intervenção que fiz no Congresso do Partido Socialista que hoje terminou em Espinho.

Escapar ao messianismo vazio dos amanhãs que cantam, não significa que nos conformemos com um horizonte de trevas.

A actual crise tornou evidente que ou a humanidade apressa o pós-capitalismo ou se arrisca a mergulhar no caos numa próxima crise.

É este o contexto em que nos movemos.

Por isso, um governo socialista, tendo a obrigação de gerir bem a conjuntura na sociedade que existe, de pilotar com segurança a sua evolução estrutural, não pode deixar de assumir um forte protagonismo transformador do próprio tipo de sociedade. Não pode fugir ao imperativo de acelerar a transição para um pós-capitalismo que espelhe os nossos valores e as nossas ideias. Não pode renunciar a um horizonte socialista.

De facto, é urgente proteger as vítimas da actual crise, as que sentem nas suas dificuldades materiais o drama de uma infelicidade pessoal. É indispensável tomar as medidas que evitem o caos, já, nesta crise.

Mas não se pode consentir que os seus fautores continuem em posição de causar uma nova crise.

Não se pode consentir que as instituições internacionais cúmplices do actual pesadelo, cuja aproximação nos ocultaram, prometendo-nos paraísos, continuem a receitar-nos como remédios aquilo que já se revelou serem produtos tóxicos.

Não se pode continuar a obedecer à mesma lógica, á mesma ideologia pseudo-científica que nos pôs no beco onde estamos.

Por isso, o nosso partido tem que assumir, quanto a esta crise, um protagonismo total, desligando-se por completo da ganga ideológica que multiplicou equívocos nas últimas décadas. Não pode ceder ao conformismo das rotinas, não se pode deixar ir na corrente, esperando melhores dias.

Mas para isso tem que ser muito mais do que uma simples rede de comités eleitorais. Muito mais do que um colectivo em que só estão permanentemente activos, eleitos locais, deputados, membros do governo e seus assessores, e um ou outro responsável político local. Não pode continuar a ser um organismo adormecido que acorda esporadicamente em sobressaltos de vida.

Tem que iniciar desde já um enérgico caminho de renovação. E para isso as propostas da moção “ Mudar para mudar” são um contributo incontornável.

Propostas como as eleições primárias, o aperfeiçoamento democrático das eleições internas, a separação entre política e negócios, tornada transparente por mecanismos públicos de controle, são medidas urgentes que não podem mais ser adiadas.

E se elas, já hoje, são urgentes, mais o serão no futuro se quisermos um PS à altura dos desafios que o esperam.

De facto, a marcha do tempo e a força da actual crise vão impor que qualquer governação socialista se articule com outros protagonismos sociais e culturais, que induzam directamente na sociedade dinâmicas convergentes com ela e com as políticas autárquicas conduzidas sob a mesma responsabilidade.

E é por isso que um governo socialista que se queira transformador, assumindo por completo o seu papel histórico, tem que ter o apoio de um partido capaz de ser uma força impulsionadora de dinâmicas sociais que potenciem, numa sinergia virtuosa, os resultados da sua governação.

Verdadeiramente, no futuro, um partido socialista para estar à altura da sua identidade histórica e da sua ambição futurante tenderá a ser um movimento social.

Discutir o partido não é, por isso, um desvio que nos afaste do essencial. Discutir o Partido com a ambição de o transformar é, hoje, a mais essencial das urgências estratégicas.

2 comentários:

Anónimo disse...

Vocês deviam ter vergonha na cara pelo modo como foi elaborada a lista da Margem Esquerda à Comissão Nacional. Lista não votada pelos 21 eleitos.

O único delegado por Lisboa não foi consultado e foi relegado para o 35º lugar.

Porque razão, tendo sido eleitos 21delegados apenas, um deles tinha de ir para aquele lugar. Não há respeito pela DEMOCRACIA. Esse elemento conseguiu os votos da secção, onde sempre foi eleito, mesmo quando foi deputado. Foram as bases que o elegeram por unanimidade para candidato a deputado há muitos anos atrás e voltaram a eleger muitas vezes, mas com a ascenção do fascismo no PS foi sempre relegado para lugares cada vez menos elegíveis, o que não o perturbou porque havia de colocar independentes que depois traíram o partido.

O Fonseca portou-se como um FASCISTA. Fechado no Gabinete com o sobrinho e a "boazona" mais alguns, confeccionou a lista à boa maneira fascista do posso, quero e mando e não pergunto nada a ninguém, o que, não é de admirar para quem anda de Mercedes novo.

O Fonseca colocou a amiga, o sobrinho e parece que a irmã também na lista dos eleitos mais uns tantos capangas. O gajo portou-se como um "coronel" à brasileira ou um fascista mesmo e ainda vangloriou-se que tinha muita família na Comissão Nacional, tal como os Tito de Morais. Olha que exemplo, os Tito de Morais, os mais corruptos do PS.

Não devemos esquecer que o fascismo nasceu precisamente de grupúsculos do antigo Partido Socialista Italiano.

Vocês ficam assim na Net como a "Ala Fascista" do PS.

Anónimo disse...

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