Estamos a entrar agora num terreno decisivo: a legislação laboral. Até agora houve pugnas importantes, mas agora entra-se no coração da identidade histórica do PS.
Tudo é mais melindroso. O clima de crispação social existente não ajuda. O empastelamento das esquerdas europeias também não.
O PS pode errar, o seu Governo pode errar, mas não pode tentar mistificar o sentido do que proponha, nem deixar pairar qualquer sombra de dúvida quanto à sua boa-fé negocial.
Assim, é imperativo que explique aos seus militantes, aos seus eleitores e ao povo de esquerda, em geral, as razões por que mudou de posição quanto ao Código de Trabalho feito pela direita; e por que razão, em vez de revogar tudo aquilo que criticou, parece querer agravar alguns dos erros que denunciou.
É imperativo que garanta aos seus militantes e aos seus eleitores que não agravará a perda de peso dos trabalhadores na dialéctica social (negociação/conflito), que não entrará na fila dos partidos da IIªInternacional que se deixaram arrastar por essa deriva.
É imperativo que o Governo não caia no logro de pôr já em prática tudo o que não convém aos trabalhadores, deixando que só a pouco e pouco se materialize tudo o que os possa beneficiar.
O Governo afixa como prioridade o combate à precariedade laboral. Muito bem ! Mas espera-se que não faça pagar por essa vitória, a prazo, com uma quase -transformação de todos os trabalhadores , em precários.
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