sexta-feira, 17 de junho de 2011

O ESTRANHO CASO DO GOVERNO COXO

A parte mais sólida e promissora do novo Governo é a que não chegou a fazer parte dele. São os ministros ausentes, os esteios de uma nova governação há muito anunciada que afinal não chegou a acontecer, porque os seus prometidos intérpretes se fecharam em copas, na hora do vamos ver.


Depois há o Governo, o poder político propriamente dito, claramente hegemonizado pelo CDS com Paulo Portas à frente e dois ministros políticos de primeira linha, a seu lado. É certo que Passos Coelho ocupa formalmente o cargo de primeiro-ministro, sendo talvez o porta-voz do governo nos tempos mais próximos, mas isso é um detalhe administrativo facilmente neutralizável pela incontornável inércia da política. E não irá ser o possível auxílio de uma advogada irritadiça, ou apoio frouxo de um guerreiro sem chama ou o ombro amigo de um burocrata de carreira, que serão suficientes para o resgatarem da armadilha política em que se meteu.


E esta inusitada procissão de espantos fecha-se com a turma dos independentes. Armados de sólidos instrumentos de corte, eles ameaçam sentar-se num imaginário banquete, onde o povo português será o peru convidado. Uns e outros, num entusiasmo infantil, querem cortar-nos às fatias cientificamente, como resulta da sua sólida formação académica, com toda a naturalidade.


Mas uma coisa parece certa, numa futura história do cinema, o filme deste governo, se não encontrar lugar no capítulo das tragédias, ficará seguramente entre os desenhos animados.

2 comentários:

Ana Paula Fitas disse...

... afinal, foram 2 :))
Abraço :)

Anónimo disse...

Cara Ana Paula:

Agradeço a sua atenção.

Abraço.

Rui Namorado