Depois há o Governo, o poder político propriamente dito, claramente hegemonizado pelo CDS com Paulo Portas à frente e dois ministros políticos de primeira linha, a seu lado. É certo que Passos Coelho ocupa formalmente o cargo de primeiro-ministro, sendo talvez o porta-voz do governo nos tempos mais próximos, mas isso é um detalhe administrativo facilmente neutralizável pela incontornável inércia da política. E não irá ser o possível auxílio de uma advogada irritadiça, ou apoio frouxo de um guerreiro sem chama ou o ombro amigo de um burocrata de carreira, que serão suficientes para o resgatarem da armadilha política em que se meteu.
E esta inusitada procissão de espantos fecha-se com a turma dos independentes. Armados de sólidos instrumentos de corte, eles ameaçam sentar-se num imaginário banquete, onde o povo português será o peru convidado. Uns e outros, num entusiasmo infantil, querem cortar-nos às fatias cientificamente, como resulta da sua sólida formação académica, com toda a naturalidade.
Mas uma coisa parece certa, numa futura história do cinema, o filme deste governo, se não encontrar lugar no capítulo das tragédias, ficará seguramente entre os desenhos animados.
2 comentários:
... afinal, foram 2 :))
Abraço :)
Cara Ana Paula:
Agradeço a sua atenção.
Abraço.
Rui Namorado
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