Um novo governo ergue-se no horizonte. Os "pecebes" chegam finalmente ao pote. A direita respira fundo. As coisas voltam ao seu lugar. Os escribas, a soldo dos donos da comunicação social, babam-se, numa admiração novinha em folha pelos novos senhores. Os mercados, talvez não domesticados, continuam inexplicavelmente indóceis. Agora, a culpa das desgraças financeiras prometidas, por definição, já não pode ser do governo. Tem que passar a ser da Grécia.Segundo um boato insalubre, as mais irresistíveis novidades do governo emergente são afinal múmias, oriundas do cavaquismo, que há muito estavam sepultadas em duras odisseias pessoais, rumo a um confortável enriquecimento. Regressam trôpegos e deslumbrados.
O ex-futuro presidente nobre jaz amolgado num canto, como bola de ping-pong estragada, por tanto lhe terem batido com as raquetas do oportunismo e da sofreguidão política. Os poderes de facto preparam-se para o festim das grandes oportunidades. Camões arrepia-se. O espectro que paira em belém, agora com um coelho triunfante nos braços, pergunta ansiosamente aos oráculos o que há-de fazer com ele.
O povo olha desconfiado para o novo carnaval. E eu também.



1 comentário:
Caro Rui Namorado,
Fiz link.
Obrigado.
Um abraço.
Enviar um comentário