O PS deve cumprir os compromissos que o governo anterior realmente subscreveu, mas não o modo como os seus adversários interpretam esses compromissos. E, muito menos, o excesso de zelo bacoco, tributário de um fundamentalismo neoliberal que vê na boleia da "troika" a grande oportunidade, para fazer tropelias tentando não ser responsável por elas.
O PS não desencadeou a crise que trouxe a "troika" até nós, pelo que não tem que se sentir obrigado a admitir que lhe peçam pressa, seja para o que for, em nome de um alegado interesse nacional. Interesse com o qual, os que agora pedem pressa não se preocuparam, quando precipitaram a realização de eleições. Formem lá o vosso governozinho de estimação, desenrrascassem-se como souberem, mas deixem de nos estar cosntantemente a dizer o que temos que fazer ou não fazer. Vamos ser oposição, de acordo com os nossos critérios, não de acordo com os vossos
Vem tudo isto a propósito da escolha do próxima secretário-geral do PS e do Congresso do PS que se vai realizar. A última coisa de que o PS precisa é de atamanacar um congresso à pressa , pôr em campo duas ou três moções superficiais e previsíveis, deixando paassar a oportunidade de se repensar e actualizar , de tirar todas as lições do que se passou nos últimos anos, e do que se tem passado na Europa e no mundo.
Espero que a Comissão Nacional saiba, hoje, desencadear um processo transparente, susceptível de permitir uma clarificação substancial das alternativas em confronto e capaz de incorporar as correcções mais óbvias dos regulamentos, sem as quais a democraticidade do Congresso sofre logo à partida o primeiro abanão.
Na verdade, o PS não pode consentir, nesta conjuntura, que a escolha do Secretário-geral se transforme numa concorrência entre apoios de imaginários "notáveis", entre invocação do alinhamento de estruturas invocadas sem serem consultadas, entre manobras mediáticas e declarações pomposas (ou manhosas), quase sempre vazias de conteúdo. Vazias, por terem mais a ver com a concorrência entre "marketings " de imagem do que com o combate político.
Não é isso que queremos. Queremos uma reflexão sobre o lugar do PS em Portugal e no mundo, na Europa e na esquerda. Não queremos um concurso de previsíveis trivialidades que nos fariam correr o risco de continuarmos separados de muitos dos nossos eleitores habituais que perdemos e exilados da nossa própria base social.
6 comentários:
Caro Rui Namorado,
Faço link... e agradeço.
Um abraço.
Cara Ana Paula:
Eu que agradeço.
Abraço.
Rui Namorado
Cheguei aqui através da Ana Paula Fitas. Subscrevo completamente!!
Abraço
Nem, mas, o tempo está do nosso lado. Vamos ser sustentáveis e criar soluções sustentadas nos valores e ideias.
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