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São desígnios louváveis, que honram quem os assume. Quase sempre os semeadores são inventores de futuros. Por isso mesmo, revelarão uma saudável prudência se, desde já, quando começam a semear rumo a possíveis frutos também se preocuparem com quem os virá a colher.
Se Coimbra fosse uma princesa reclinada no Mondego, colhendo docemente as flores de todas as imaginações, tudo estaria bem. Tudo o que agora se semeasse seria por ela mansamente colhido, quando fosse tempo disso. Mas não é. Coimbra é uma cidade de um país e de um mundo lavrados por antagonismos sociais e políticos, que estão longe de ser apenas invenções perversas de mentes mal formadas. Coimbra, tendo uma identidade única, é também uma cidade, como todas as outras, sulcada por interesses e opções ideológicas diferentes e, muitas vezes, conflituais e antagónicos. É por isso que o ecumenismo, tão desejável na esfera religiosa para combater o fanatismos, corre o risco de ser insípido, quando se projecta na política. Estou certo que não será esse o caso.
Por isso, mesmo sabendo que a Feira dos 23 há-de ser o que os seus feirantes livremente quiserem, julgo não praticar uma intromissão abusiva, se manifestar a esperança de que a Feira dos 23 se vá colorindo com nitidez crescente, para vir a assumir, desse modo, um lugar próprio, no lado esquerdo da vida e da cidade.
1 comentário:
Passei pela Feira dos 23.
Gostei das intenções,mas creio que irão ter uma forte concorrência interna.
Ao que dizem,para lá da Cadeia,também o edifício da Câmara poderá ter um novo destino!
Se a Câmara passar para a Quinta das Lágrimas...
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