quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Israel - um crepúsculo



Em Israel, desde a morte de Rabin que os trabalhistas parecem ter perdido o norte. Paulatinamente, foram-se tornando imitadores da direita, cedendo-lhe sucessivamente a ribalta em governos por ela liderados que aceitaram integrar.

Na recente guerra contra Gaza, o Ministro da Defesa era o líder dos trabalhistas. O que parece ter dado oxigénio à líder do Kadima, um partido de direita moderada dominante no Governo, parece ter fragilizado ainda mais os trabalhistas.Realmente, o Kadima ficou por um lugar á frente do Likud ( direita) e os trabalhistas passaram para o 4º lugar, atrás da nova extrema-direita e com cerca de metade dos lugares ganhos pelas dois maiores partidos.

Os resultados das recentes eleições revelam o desmoronamento dos trabalhistas, relegados para um humilhante quarto lugar, quando já houve tempo em que verdadeiramente foi o partido dominante do regime e do estado. Um dos ícones institucionais que simbolizavam a própria existência do Estado de Israel.

Quando um partido de esquerda consente em mascarar-se de direita, pode acabar por ver a sua identidade de tal modo esbatida pelo predomínio dessa máscara, que os seus eleitores deixam de se reconhecer nele.

2 comentários:

Anónimo disse...

É exactamente o que está acontecer com o PS.

Anónimo disse...

A pior fragilidade de qualquer atitude crítica é a sua falta de objectividade.

Há pelo menos um dado que desmente o seu diagnóstico: não há qualquer indício que mostre como provável a descida do PS sequer ao 2º lugar em termos eleitorais. E muito menos ao terceiro.

E já agora um outro: há mais de vinte anos que o PS não partilha o Governo com qualquer partido de direita.