Uma das regras de convivência democrática, que, no essencial, tem sido respeitada em Portugal desde os finais dos anos setenta do século passado, é a de não perturbar com quaisquer espécies de acções ou manifestações de hostilidade as realizações públicas ou privadas de qualquer partido político.
Há uns anos atrás, essa regra de convivência foi quebrada por manifestações promovidas por sindicatos em actos políticos do PS. Ontem , em Viseu, um grupo de jovens intrometeu-se numa realização interna do PS. A comunicação social referiu-se ao episódio apenas como se ele fosse um embaraço para Sócrates, mas em nenhum caso encontrei qualquer reparo crítico a essa provocação desnecessária.
Pode acabar-se de vez com a regra de convivência acima referida. Mas quando isso ocorrer a nossa democracia terá perdido qualidade. E, que não seja esquecido: um clima de respeito mútuo em contexto democrático é fácil de destruir, mas muito difícil de recompor.
E não haja ilusões. Se passar a ser corrente a perturbação de iniciativas partidárias por quem não gostar do respectivo partido, não serão as iniciativas de um único partido as que serão perturbadas. Mais cedo ou mais tarde, todas tenderão a sê-lo.
Que os jovens de Viseu se tenham precipitado ao fazer o que fizeram, não me custa a compreender. Mas que jornalistas adultos e maduros engulam tudo isso sem pestanejar, já me parece absurdo e sintomático.
Muitos têm sido os agentes políticos e os cidadãos apolíticos que têm, nos últimos anos, contaminado o debate democrático pelo reiterado recurso ao insulto e ao enxovalho pessoalizado. Em todos esses casos, esse tipo de agressão verbal apenas revela a mediocridade e a rasteirice dos seus autores, mas infelizmente os seus efeitos podem ser mais extensos. Podem corroer duradouramente a convivência no seio da nossa democracia entre cidadãos com opiniões diferentes, tornando o quotidiano público mais crispado e os diálogos políticos e sociais mais difíceis .
Há uns anos atrás, essa regra de convivência foi quebrada por manifestações promovidas por sindicatos em actos políticos do PS. Ontem , em Viseu, um grupo de jovens intrometeu-se numa realização interna do PS. A comunicação social referiu-se ao episódio apenas como se ele fosse um embaraço para Sócrates, mas em nenhum caso encontrei qualquer reparo crítico a essa provocação desnecessária.
Pode acabar-se de vez com a regra de convivência acima referida. Mas quando isso ocorrer a nossa democracia terá perdido qualidade. E, que não seja esquecido: um clima de respeito mútuo em contexto democrático é fácil de destruir, mas muito difícil de recompor.
E não haja ilusões. Se passar a ser corrente a perturbação de iniciativas partidárias por quem não gostar do respectivo partido, não serão as iniciativas de um único partido as que serão perturbadas. Mais cedo ou mais tarde, todas tenderão a sê-lo.
Que os jovens de Viseu se tenham precipitado ao fazer o que fizeram, não me custa a compreender. Mas que jornalistas adultos e maduros engulam tudo isso sem pestanejar, já me parece absurdo e sintomático.
Muitos têm sido os agentes políticos e os cidadãos apolíticos que têm, nos últimos anos, contaminado o debate democrático pelo reiterado recurso ao insulto e ao enxovalho pessoalizado. Em todos esses casos, esse tipo de agressão verbal apenas revela a mediocridade e a rasteirice dos seus autores, mas infelizmente os seus efeitos podem ser mais extensos. Podem corroer duradouramente a convivência no seio da nossa democracia entre cidadãos com opiniões diferentes, tornando o quotidiano público mais crispado e os diálogos políticos e sociais mais difíceis .
1 comentário:
O ódio faz tolher a capacidade de pensar... quando a há, claro!
Luis Santarino
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