terça-feira, 12 de outubro de 2010

O regresso dos pexistotémicos



O remastigado e dramático Orçamento para 2011 vai ser entregue na AR, mas ainda não foi. Ou seja, verdadeiramente, ainda nem existe.Talvez , por isso, o pexistotémico Crespo, deslizando reptileanamente com sua voz untuosa e o seu sorriso melífluo, rumo ao pexistotémico Duque, uma das novas sumidades laranja, perguntou defimitivo e solene:O que pensais, do alto de vossa imenssíssima clarividência, ó preclaro oráculo das moedas e dos números sobre o próximo Orçamento?
O sábio pexistotémico Duque teve a leve sombra de uma hesitação, em dar uma opinião sobre algo que não existia. Mas qual novo Albuquerque do século XXI, desembainhou a sua coragem e avançou decidido. Reunindo todas as pulsões de adivinhação que ferozmente já o possuíam, olhou para dentro da sua vasta sabedoria e trovejou profunda e gravemente :" É mau !".


Crespo, aliviado, deixou escorrer pelo rosto um sorriso concupisciente de quem já sabia. Duque instalou-se confortavelmente na sua douta e definitiva opinião.Ronronaram-se mutuamente alguns lugares comuns e fulminaram com o seu juízo sólido e arguto um Orçamento que ainda não existe.


Se um verdadeiro cientista os analisasse, como exemplares raros e ousados de uma zoologia futura, só poderia concluir com objectividade que : os pexistotémicos, mais cedo ou mais tarde, acabam sempre por pexistotemizar.

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