Ontem, a corrente de opinião do PS, Esquerda Socialista, reuniu-se em plenário nacional, em Santarém. Uma parte do que dela resultou é conhecida. Espero, num dos próximos dias, escrever um comentário político a tudo o que lá ocorreu. Hoje, venho apenas dar conta da minha reacção a um infeliz efeito colateral produzido indirectamente pela reunião. Eis uma carta que enviei hoje para os membros ou simpatizante da corrente ES, de cujos endereços dispunha:
Caros camaradas:
Pelo menos na TSF, em notícias difundidas no decorrer do dia de hoje, Henrique Neto surgiu objectivamente como porta-voz da Esquerda Socialista, a nossa corrente de opinião dentro do PS, difundindo as posições tomadas na Reunião Nacional, realizada no passado dia 8 em Santarém.
Como membro da respectiva Comissão Coordenadora e como participante na reunião de Santarém, tenho que recordar que Henrique Neto não tem qualquer mandato para falar em nome da Esquerda Socialista. Aliás, foi esta a primeira reunião nacional em que participou e, que eu saiba, só muito recentemente aderiu à ES.
Embora tenha subscrito a nossa moção apresentada no mais recente congresso do PS, não desempenhou qualquer papel na sua elaboração, nem teve um papel activo nos trabalhos inerentes a esse Congresso, onde a Moção Mudar para Mudar foi apresentada. Continuou fora dos trabalhos da ES, até há pouco tempo atrás.
Não tem pois qualquer legitimidade formal ou substancial para ser porta-voz da ES ou para falar em nome da corrente, seja em que circunstância for. Por isso, o que Henrique Neto tenha dito ou venha a dizer em quaisquer circunstâncias públicas só a ele o responsabiliza.
De facto, a última coisa a que, pela minha parte, estarei disposto é a que me possam confundir com os apoiantes de algumas das infelizes posições e opiniões que Henrique Neto tem exprimido publicamente, nos últimos tempos. E embora eu possa achar estranho que tenha aderido à nossa Moção e se sinta bem dentro da ES quem sustente tais opiniões, enquanto elas forem expressas a título pessoal situam-se dentro de um normal exercício da liberdade de opinião e nada tenho a ver com elas nem a opor-lhes, mas se quem as tiver proferido for porta-voz formal ou informal de uma corrente política a que eu pertença, aí o caso muda de figura: não posso pactuar com situações dúbias.
Lamento que quem nada teve a ver com o esforço paciente de anos que precedeu o ponto a que chegámos, tenha objectivamente assumido um papel tão contraproducente.
É pena que eu tenha sido obrigado a tomar esta posição formal, mas não me foi deixada alternativa.
Coimbra, 9 de Maio de 2010
Rui Namorado
Pelo menos na TSF, em notícias difundidas no decorrer do dia de hoje, Henrique Neto surgiu objectivamente como porta-voz da Esquerda Socialista, a nossa corrente de opinião dentro do PS, difundindo as posições tomadas na Reunião Nacional, realizada no passado dia 8 em Santarém.
Como membro da respectiva Comissão Coordenadora e como participante na reunião de Santarém, tenho que recordar que Henrique Neto não tem qualquer mandato para falar em nome da Esquerda Socialista. Aliás, foi esta a primeira reunião nacional em que participou e, que eu saiba, só muito recentemente aderiu à ES.
Embora tenha subscrito a nossa moção apresentada no mais recente congresso do PS, não desempenhou qualquer papel na sua elaboração, nem teve um papel activo nos trabalhos inerentes a esse Congresso, onde a Moção Mudar para Mudar foi apresentada. Continuou fora dos trabalhos da ES, até há pouco tempo atrás.
Não tem pois qualquer legitimidade formal ou substancial para ser porta-voz da ES ou para falar em nome da corrente, seja em que circunstância for. Por isso, o que Henrique Neto tenha dito ou venha a dizer em quaisquer circunstâncias públicas só a ele o responsabiliza.
De facto, a última coisa a que, pela minha parte, estarei disposto é a que me possam confundir com os apoiantes de algumas das infelizes posições e opiniões que Henrique Neto tem exprimido publicamente, nos últimos tempos. E embora eu possa achar estranho que tenha aderido à nossa Moção e se sinta bem dentro da ES quem sustente tais opiniões, enquanto elas forem expressas a título pessoal situam-se dentro de um normal exercício da liberdade de opinião e nada tenho a ver com elas nem a opor-lhes, mas se quem as tiver proferido for porta-voz formal ou informal de uma corrente política a que eu pertença, aí o caso muda de figura: não posso pactuar com situações dúbias.
Lamento que quem nada teve a ver com o esforço paciente de anos que precedeu o ponto a que chegámos, tenha objectivamente assumido um papel tão contraproducente.
É pena que eu tenha sido obrigado a tomar esta posição formal, mas não me foi deixada alternativa.
Coimbra, 9 de Maio de 2010
Rui Namorado
2 comentários:
Totalmente de acordo com esta posição.
Manuel Oliveira
Não estive na reunião de Santarém, no entanto, também fiquei surpreendido com este facto, hoje mesmo confirmado pelas notícias nos jornais (DN, pelo menos). A minha surpresa não tem origem no facto de, na "Corrente", desaguarem diferentes afluentes mas pela razão de que, recentemente, tenho ouvido as posições de Henrique Neto bem mais ilustrativas de uma contra-Corrente. É um pouco como se as águas do Ceira entrassem no Mondego e corressem na direcção da barragem da Aguieira. Calculo que na reunião foram indicados os respectivos porta-voz. Custaria muito ao camarada Henrique Neto remeter para eles?
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