terça-feira, 17 de novembro de 2009

Marcelíadas e Sarmentadas



Dois barões da Casa Laranja, o de Sousa, em tom malandreco, e o de Sarmento, em tom impositivo, vieram pôr os pontos nos ii quanto ao famigerado caso das escutas ao Primeiro-Ministro.

Foi um estro subtil que assestaram contra a alegação do Ministro da Economia, de que se estava perante um episódio de verdadeira espionagem política, mostrando, embora em tons diferentes, como o mistério estaria afinal, apenas, no facto de a quebra do segredo de justiça não ter ocorrido antes das eleições, o que impediu que o PS tivesse sido mais prejudicado.

Ou seja, o Senhor de Sousa sustentou com argúcia, que os do PS deviam ter ficado agradecidos por não terem sido atingidos pela quebra do segredo de justiça, em altura ainda mais inconveniente. Mais enérgico o Senhor de Sarmento chegou mesmo a sugerir um qualquer compadrio entre os “criminosos” e a “vítima”, pelo facto de o crime não ter sido cometido em momento mais inconveniente para esta.

Os sábios e argutos comentadores laranjas seguem fielmente a escola de um vizinho meu, que quando, há anos atrás, um cunhado seu, que não lhe era simpático, foi baleado numa perna, lucidamente observou: “Agradece a quem te deu o tiro. Podia bem ter sido na cabeça.”

Aliás, não me admiraria muito que, com a sua habitual subtileza, o barão de Sarmento, se o tivesse ouvido, acrescentasse: “Há aqui um conluio qualquer. Têm que me explicar muito bem como convenceram o atirador a não vos dar um tiro na cabeça, ficando-se modestamente por um tiro numa perna.”

2 comentários:

Anónimo disse...

Realmente, ele há coisas...Sejamos claros, é imperativo que o Simplex seja implementado para agilizar a quebra do segredo de justiça. De outro modo, arriscamo-nos mesmo, a que a justiça, apesar de tudo vá funcionando, o que diga-se, parece um infortúnio para uma dada direita e
em abono de verdade é algo que a extrema esquerda também não enjeita.
RA

Anónimo disse...

Realmente, ele há coisas...Sejamos claros, é imperativo que o Simplex seja implementado para agilizar a quebra do segredo de justiça. De outro modo, arriscamo-nos mesmo, a que a justiça, apesar de tudo vá funcionando, o que diga-se, parece um infortúnio para uma dada direita e
em abono de verdade é algo que a extrema esquerda também não enjeita.
RA