
O rigoroso roteiro do economicismo neoliberal, seguido por graves feiticeiros de uma numerologia pessimista, atirou o mundo contra uma parede.
Os sábios meteram-se na concha e cautelosamente esperaram que a tempestade para que tinham contribuído, passasse.
Os zeladores do status quo escolheram alguns dos capitalistas mais sôfregos e menos prudentes, alguns capatazes de empresa mais desenvoltos na arte de contornar o império da lei, colaram-lhes o carimbo do opróbrio e da vergonha, despejaram-nos na categoria sumária de criminosos, trataram a sociedade das feridas mais ostensivas e gravosas; e esperaram.
Por outro lado, a voz poderosa de um mundo novo perdeu-se nos labirintos imediatistas de ódios pequenos, de oportunismos curtos, de rotinas tão exacerbadas quanto estéreis. Os que têm sofrido, sofreram mais, entre o desespero e a fúria, não abriram um verdadeiro caminho de saída. A jibóia lenta do poder continuou ronceira a digerir as suas vítimas.
As nuvens mais negras, apesar de tudo sopradas por algum voluntarismo e pela inércia auto-compensatória do sistema, parecem querer esvair-se lentamente no horizonte.
Tanto bastou para que, pouco a pouco, ainda como cães batidos que regressam a medo com o rabo entre as pernas ao lugar da refrega que os afugentou, os graves feiticeiros do neoliberalismo regressam vagarosamente ao espaço público. Vêm arrependidos com a corda ao pescoço penalizar-se perante o povo pelos dislates com que nos esconderam a catástrofe para que contribuíram ? Não senhor.
Ei-los repetindo as mesmas receitas rançosas, sustentando as mesmas conclusões já desmentidas pela teimosia dos factos, recitando a mesma ladainha pessimista que encerra os fracos num círculo de ferro e acaricia os fortes com sugestões de paraíso.
Foi como um destes pregoeiros de más notícias que vi o Governador do Banco de Portugal recordar pressuroso os vastos ganhos da função pública no corrente ano, para clamar por contenção no ano vindouro. Lamentavelmente o Sr. Governador nunca veio dizer nada de oposto a isso, quando anos e anos seguidos os funcionários públicos perderam poder de compra pelo facto de a inflação esperada ter sido superada pela inflação realmente acontecida.
Os sábios meteram-se na concha e cautelosamente esperaram que a tempestade para que tinham contribuído, passasse.
Os zeladores do status quo escolheram alguns dos capitalistas mais sôfregos e menos prudentes, alguns capatazes de empresa mais desenvoltos na arte de contornar o império da lei, colaram-lhes o carimbo do opróbrio e da vergonha, despejaram-nos na categoria sumária de criminosos, trataram a sociedade das feridas mais ostensivas e gravosas; e esperaram.
Por outro lado, a voz poderosa de um mundo novo perdeu-se nos labirintos imediatistas de ódios pequenos, de oportunismos curtos, de rotinas tão exacerbadas quanto estéreis. Os que têm sofrido, sofreram mais, entre o desespero e a fúria, não abriram um verdadeiro caminho de saída. A jibóia lenta do poder continuou ronceira a digerir as suas vítimas.
As nuvens mais negras, apesar de tudo sopradas por algum voluntarismo e pela inércia auto-compensatória do sistema, parecem querer esvair-se lentamente no horizonte.
Tanto bastou para que, pouco a pouco, ainda como cães batidos que regressam a medo com o rabo entre as pernas ao lugar da refrega que os afugentou, os graves feiticeiros do neoliberalismo regressam vagarosamente ao espaço público. Vêm arrependidos com a corda ao pescoço penalizar-se perante o povo pelos dislates com que nos esconderam a catástrofe para que contribuíram ? Não senhor.
Ei-los repetindo as mesmas receitas rançosas, sustentando as mesmas conclusões já desmentidas pela teimosia dos factos, recitando a mesma ladainha pessimista que encerra os fracos num círculo de ferro e acaricia os fortes com sugestões de paraíso.
Foi como um destes pregoeiros de más notícias que vi o Governador do Banco de Portugal recordar pressuroso os vastos ganhos da função pública no corrente ano, para clamar por contenção no ano vindouro. Lamentavelmente o Sr. Governador nunca veio dizer nada de oposto a isso, quando anos e anos seguidos os funcionários públicos perderam poder de compra pelo facto de a inflação esperada ter sido superada pela inflação realmente acontecida.
Tenho pena de ver um músico que devia tocar numa outra orquestra executar tão cegamente as partituras negras do neoliberalismo dominante.
 
 

 
 


 
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3 comentários:
Se bem me lembro,esse pregoeiro disse sempre o mesmo.
A única vez que o ouvi declarar algo de diferente foi quando foi questionado,há 2 ou 3 anos,sobre o seu próprio salário...
Atirou a bola para canto,dizendo que já se tinha queixado de ganhar um bocadinho a mais;mas ninguém lhe deu ouvidos...
Também me lembro de quando o pregoeiro chegou ao poder.
Após aquelas reuniões no sótão...
Com ele,também a ninhada de ratos que se vai mantendo.
Ao que dizem,o problema vai ser resolvido como é habitual.
Dão-lhe um chuto para cima e mandam-no para o BCE!
Este comentario não está no padrão de qualidade a que este blog nos habituou.É proprio de uma das "estrelas"cadentes do DRºPortas...
Três linhas densas.
Uma opinião: corolário natural de qualquer troca de ideias.
Uma dúvida: a qual dos Drs. Portas se refere.
Mas eu poderia retorquir mais utilmente se me fosse apontado em concreto o que entende que afirmei de errado.
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