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Li , na imprensa de hoje, que Saramago manifestou expressivo regozijo pela atribuição do Prémio Camões de 2008 ao escritor brasileiro João Ubaldo Ribeiro, tendo dito que lhe apetecia gritar: "Viva o Povo Brasileiro!"
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Conhecendo os livros mais
importantes do escritor brasileiro, adiro em pleno ao destaque que Saramago quis dar ao seu melhor romance. Quando já há um bom par de anos 0 li, senti-me agarrado por uma imensa energia, chegada com naturalidade dos confins da história e apta a projectar-se com ousadia no futuro. Depois dessa entusiasmante leitura, senti que conhecia melhor o Brasil e os brasileiros , tendo colocado na galeria dos escritores que mais admiro mais um autor brasileiro.
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Curiosamente, não tinham então decorrido muitos anos sobre a leitura tardia de um outro grande romance de um escritor brasileiro: " O Tempo e o Vento", de Erico Veríssimo.
A comparação foi inevitável : dois livros como dois irmãos, mas muito diferentes um do outro. Ambos exprimindo, no entanto, dois demorados e calorosos olhares sobre o Brasil, sobre o Brasil vivido como história da construção de um povo, que não desiste de viver o futuro de todos os seus passados.
Para ma referir ao romance de João Ubaldo apetece-me usar a palavra "telúrico", especialmente, pensando na sua primeira parte.
Para falar no romance de Erico Veríssimo recorro a uma palavra que ele usou como título de um dos seus outros romances: "saga".
Depois de ter sido galardoado com este prémio o brasileiro Rubem Fonseca, nenhuma atribuição do Prémio Camões me provocou maior regozijo do que esta. Principalmente, pensando no grande romance: "Viva o Povo Brasileiro!".
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