O Marcelo Correia Ribeiro numa das suas mais recentes Incursões, na veste D'Oliveira, a propósito da guerra de Loures, na Quinta de Fonte, disse a certa altura:
“Há uns anos, bastantes, passou por aí um filme chamado “Feios, porcos e maus”. Mostrava como estas três qualidades (se é que são qualidades) se dão melhor em meios pobres, excluídos, marginais. Como a tal Quinta de não sei quê, em Loures.”
Trouxe-me isso à memória um poema que fiz publicar num dos meus livros, “Debruçado no Vento” (1983), precisamente sobre esse filme. Ei-lo:
“ Feios, porcos e maus”
por detrás das palavras mais pesadas
escavam no sonho o pão de cada dia
nas paredes do nojo
gravam medo e espanto
não choram
são pântanos de lágrimas
não vivem
corróem os dias
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