quinta-feira, 19 de maio de 2011

OS PEXISTOTÉMICOS EXISTEM !



Li há pouco, no site de um jornal diário, referências a uma tomada de posição de alguns crânios da SEDES, entre os quais se encontram verdadeiras criaturas de almanaque, que se notabilizam pelo tremendismo mais bacoco e por um ódio surdo a tudo o que, de perto ou de longe, lhes recorde sequer o PS. Apenas me deixa perplexo que alguém com a credibilidade e o mérito de João Ferreira do Amaral tenha deixado que o metessem nesta tropa fandanga.

Não vem aqui ao caso o que dizem sobre o presente. No grupo há uma densidade suficiente de pregadores de dislates para que nem valha a pena ler o que nos pretendam dizer sobre o momento presente.

Mas inebriados pela largueza do seu rasgo, eles quiseram trazer a história para o presente, dando assim luminosidade ofuscante à sua visão da nossa humilde trajectória portuguesa. Nesse registo, segundo transcrição do referido jornal, eles acham que o que está a acontecer entre nós "recorda a miopia dos partidos da I República, que abriram portas à ditadura e a quase meio século de partido único".

Ou seja, os verdadeiros culpados do salazarismo não foram os salazaristas, foram os partidos democráticos da 1ª República, as vítimas do salazarismo. Ora, realmente, quem arrombou as portas da democracia para fazer entrar a ditadura, não foram os que sofreram o salazarismo, mas os que o praticaram.

Os inefáveis personagens em causa censuram “ a miopia dos partidos da I República”, como se eles fossem os culpados pela existência em Portugal de uma direita que aceitou ser ditadura durante quase meio século. Assim, em vez de distribuírem conselhos, mais ou menos óbvios, mais ou menos tontos, não lhes ficava mal ganharem a modesta porção de vergonha necessária para os impedir de enxovalharem os republicanos que governavam em democracia e de branquearem indirectamente os fascistas, que acabaram com a imperfeição democrática para oferecerem aos portugueses a perfeição ditatorial. Em suma, exige-se a estes pexistotémicos: um pouco mais de vergonha , um pouco menos de burrice.

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