sexta-feira, 31 de outubro de 2008

O doce perfume da banca privada


Num artigo publicado no Diário de Notícias de hoje, assinado por Helena Tecedeiro, sobre a Islândia, foram integradas falas de islandeses.

Cito dois extractos com ecos dessas falas: “Zangados com o Governo que privatizou os bancos e com os banqueiros que deixaram o país à beira da falência, os islandeses garantem que vão superar a crise e sair reforçados.” E mais adiante: “E os alvos do descontentamento são vários: o Governo de Geir Haarde por ter privatizado os bancos, mas também, e sobretudo, os próprios banqueiros”.

Foi preciso que a palavra dos islandeses levantasse o véu e dissesse o que o complexo mediático –neoliberal cuidadosamente ocultou, apesar da floresta de notícias sobre a Islândia com que nos tem brindado e onde tudo foi dito menos esta incómoda verdade. Pode dizer-se: privatização escondida com falência de fora.

Aguardo pois com curiosidade a voz sábia dos papagaios de penugem economicista que desde sempre nos bombardeiam com diatribes contra o arcaísmo da banca pública e com a excelência modernaça da banca privada.


Mas espero, também, que nenhum douto pavão laranja ( ou de uma qualquer cor afim) nos continue a vender a urgência da privatização da Caixa Geral de Depósitos, como ápice virtuoso de uma economia saudável.

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