A simpática Drª Manuela é tida, pelo exigente baronato laranja, como o ápice do bom-senso e do equilíbrio emocional.
Um esforçado perguntador questionou-a sobre o sentido do seu voto nas eleições de 2005, na esperança ingénua de se ver recompensado, pela parca glória de a obrigar a dizer que votara no irrequieto Dr. Santana. Contudo, mostrando o seu apurado sentido de oportunidade, a arguta senhora retorquiu, engenhosa:
- Não digo! Não digo ! E não digo !
O perguntador, abatido pelo inesperado da resposta, correu pressuroso a dar conta ao Dr. Santana do despautério. Subindo a uma gravidade só habitual nos grandes dias, o " não-dito", qual Zeus furioso , arrasou a pacata senhora:
- É grave! É muito grave! É muitíssimo grave que uma candidata a chefe do grémio laranja tenha dado uma tal resposta. No mínimo, deve desistir de imediato da sua candidatura.
Como se um vulcão, antes adormecido, tivesse acordado dentro de si, a Drª Manuela convocou os megafones da comunicação social e explodiu definitiva perante todos:
- Só o Dr. Santana, em todo o santo Portugal, tem dúvidas sobre o meu voto. Eu seja ceguinha se não votei sempre no PSD!!
Entre perplexo e ousado, o perguntador foi mais específico: "Em 2005 votou no Dr. Santana Lopes ?".
Afivelando o sorriso cinzento das certezas fortes e da palavra firme, a Drª Manuela explodiu contida, mas quase em raiva:
- Não digo ! Não digo ! E não digo!
Foi então que um dos mais excelsos barões laranja, vocacionado para as mais altas palavras em sublimes ocasiões, deixou o seu verbo produzir as seguintes palavras: "Uma grande senhora"!
Se a um povo fosse concedida a suprema graça de suspirar de alívio, quando realmente se sentisse aliviado, o povo teria suspirado longamente de alívio.
Ou de receio ?
Sem comentários:
Enviar um comentário