Remexeram, remexeram, remexeram na sua arca das surpresas, mas não conseguiram mais do que o desgastado dono da SIC (aliás, ferozmente corrido do poder pelos seus próprios companheiros, quando o destino amargo fez com que Sá Carneiro o deixasse sozinho).
Como se o seu passado tentasse ainda reerguer-se dentro de si próprio, julgou fazer um discurso feroz contra o PS, embora realmente apenas o tivesse conseguido arranhar de mansinho. Impelido pela bolha épica dos aplausos generosos, quis ser histórico, marcando um antes e um depois, em torno do que tinha para dizer de futurante e arrebatador.
Solene, convocou Obama para o seu discurso, sugerindo num impulso de humildade partidária a semelhança entre o Presidente dos USA e a luminosa Ferreira Leite. E a desorientada senhora lá voou nas asas do imprudente discurso até ás alturas de Obama.
E com ela voaram sem pudor os "bushistas" do PSD que o acompanharam energicamente , em espírito, em todas as guerras santas, que sorveram com beatitude tudo aquilo que Obama teve que combater, todas as sombras que Obama teve de afastar, alinhavam agora no delírio de se imaginarem obamas , esconjurando assim o tom cinzento que MFL imprimiu á campanha.
Balsemão não percebeu que as asas que levam Obama para a ousadia dos sonhos, a sua teimosia fecunda no apelo a uma nova ordem mundial, não servem a Ferreira Leite. Não servem porque com ela só são verdadeiramente compatíveis as grilhetas que a prendem ao passado, mais facilmente carpindo a falta de Bush, do que celebrando a esperança de Obama.
Mas para o PSD a hipocrisia política não tem limites. Ontem, com Bush, hoje, com Obama, amanhã com qualquer um que julguem dar-lhes popularidade e render-lhes votos.
É a política de Verdade, versão PSD...
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