quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Mais uma sondagem


Mais uma sondagem, realizada pela pelo CESOP da Universidade Católica, para o Jornal de Notícias/Diário de Notícias/RTP/Antena 1.
Eis os resultados:

PS - 38%


PSD - 32%


BE - 12%


CDU - 7%


CDS - 7%


A sondagem foi realizada durante os dias 11 e 14 de Setembro, ou seja, no período pré e pós-debate entre José Sócrates e Ferreira Leite, que se realizou no sábado, dia 12. Comparando-a com uma outra levada a cabo pela mesma entidade, na semana passada, verifica-se que o PS sobe um ponto, o PSD desce três, o Bloco de Esquerda sobe um , a CDU desce um e o CDS-PP sobe um ponto.


Se compararmos com o sentido geral das sondagens feitas até aqui, que referimos numa postagem anterior, verificamos que a vantagem do PS parece ganhar consistência, traduzindo, de algum modo, o ambiente político gerado, no qual se destacou a combinação entre uma MFL crispada e agressiva e um JS que conseguiu mostrar-se mais distendido e sereno. Num outro plano, o BE consolida a sua terceira posição, enquanto a CDU e o CDS parecem enfrentar uma estranha dicotomia: mostram grande poder de mobilização da sua base social mais fiel, mas não parecem conseguir romper eleitoralmente o círculo mais próximo dos seus apoiantes tradicionais. Esta confortável vantagem do BE na competição entre os partidos do que podemos sem desprimor designar por segunda linha, é o facto de haver uma enorme percentagem dos eleitores que dizem votar neles, que admitem poder mudar o seu sentido do seu voto.

Aliás, aproveitando uma série de boas acções de campanha, Paulo Portas introduziu uma importante inflexão estratégica no seu discurso: assumiu-se, reiteradamente, como candidato a primeiro-ministro. Numa leitura apressada, que até pode estar certa, pode parecer que se está perante uma retórica de campanha quase caricata.


Mas outro pode ser o seu significado, se pensarmos que Paulo Portas já percebeu que MFL tem vindo afundar-se numa girândola de dislates, que ameaçam converter Santana Lopes, em termos relativos, num político equilibrado. E, consequentemente, encarando como improvável uma maioria de direita quer, por uma lado, capitalizar desde já em votos o desastre MFL e, por outro, colocar-se em posição de ter uma voz audível numa conjuntura de maioria relativa do PS. Por isso, deu um relevo especial ao facto, aparentemente inócuo, de vir ser o terceiro partido. Aliás, comparando o papel político que podia desempenhar nessa hipótese, comparativamente com o que poderiam vir a ter o BE e o PCP. Ou seja, na cabeça de Paulo Portas, o PSD parece já ter perdido, em grande parte por deficiência da sua liderança, pelo que procura criar condições para que o CDS desempenhe um papel ainda mais autónomo, durante a próxima legislatura, para eventualmente se colocar em posição de fazer jogo igual com o PSD.


Tudo isto, não invalida que se mantenha em aberto o que estava em aberto na semana passada, estando-se longe de podermos ter como certas e irreversíveis, quer as derrotas, quer as vitórias, de uns e outros. No entanto, seria estulto não reconhecer que esta sondagem, não sendo garantia de coisa nenhuma, deixa uns mais estimulados e outros mais preocupados.

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