Vou transcrever um texto assinado pelo Senador francês Jean-Luc Melanchon e pelo deputado Marc Dolez, dois ex-militantes da ala esquerda do Partido Socialista Francês, que acabam de deixar o partido a que pertenciam, para promoverem a fundação de um novo partido de esquerda em França. Como podem verificar, pelo texto que dou a conhecer, ambos se reconhecem no partido alemão Die Linke ( A Esquerda), que foi criado a partir de uma cisão no SPD, dispondo hoje de mais de cinquenta deputados e atingindo os 12 % nas sondagens mais recentes.
Penso que as cisões são, em geral, respostas equívocas, mesmo que o sejam a problemas reais, que só enfraquecem politicamente o conjunto da esquerda em geral e, particularmente, a área específica em que ocorrem( neste caso a área socialista). Mas sei , também, que elas são quase sempre muito estimuladas pelo mau funcionamento dos partidos em que acontecem. E é no seio destes que devem ser prevenidas, nomeadamente, no seio dos grandes partidos socialistas que, por serem partidos que representam uma ampla fatia do eleitorado, são naturalmente heterogéneos.
E as conjunturas de crise como a actual, podem suscitar processos bruscos e nem sempre previsíveis, dado que suscitam pulsões contaditórias. De facto, se por um lado aconselham a que dentro deles se cerrem fileiras, não deixam de agudizar , em contrapartida, muitas das diferenças de opinião que aí se manifestam. Às direcções cabe a responsabilidade de prevenirem as crises enquanto não são iminentes, velando pela qualidade efectiva da democracia interna, pela convivialidade na discordância e proscrevendo qualquer hegemonia aparelhística de quadros medíocres, especialmente se for a paga de uma qualquer fidelidade acéfala.
Em Portugal, não penso que, a curto prazo, corramos o risco de uma cisão no PS . Por isso mesmo, é que é tempo de a prevenir para se ter a certeza que é evitada, reforçando as condições de convivialidade entre as diversas correntes de opinião interna, a todas tratando como recursos políticos valiosos e não como impecilhos a um qualquer oficialismo unanimista, a todas ouvindo, não como vozes perturbadoras, mas como estímulo ao refinamento das opções de cada um por força de um contraditório saudável. Repito, estamos a tempo. Não deixemos, por isso, que as inércias rotineiras façam correr esse risco, por deixarem que se acumulem factores de crispação que, para além de certos limites, podem tornar-se incontroláveis.
Os congressos federativos incorreram nessa inércia rotineira, quanto ao ponto em questão. Não é inevitável que aconteça o mesmo com o próximo Congresso Nacional.
Nous nous réjouissons du mouvement de soutien qui s’exprime déjà envers notre démarche, aussi bien depuis les rangs socialistes que l’ensemble de la gauche, en à peine 3 jours. Nous avons déjà enregistré plus de 3 500 soutiens sur le modeste site www.casuffitcommeca.fr que nous avions ouvert vendredi 7 novembre.Ces soutiens montrent l’immense énergie disponible dans notre pays pour changer la gauche, affronter la droite et ouvrir une alternative au capitalisme de notre époque. C’est pourquoi nous annonçons la fondation du « Parti de Gauche » avec tous ceux qui partagent ces orientations.D’ores et déjà Claude Debons, cheville ouvrière des collectifs contre la Constitution européenne participe à notre démarche. Eric Coquerel est également en train de la rejoindre avec ses amis du MARS - Gauche républicaine. Ce n’est qu’un début. D’autres noms seront annoncés dans les jours qui viennent.Nous voulons que le « Parti de Gauche » soit un parti unitaire à gauche. Nous voulons en faire un trait d’union au service de la constitution d’un front de forces de gauche pour les élections européennes, sur une ligne claire de refus du Traité de Lisbonne et de construction d’une autre Europe. Dans ce but nous avons d’ores demandé à rencontrer notamment le PCF et le NPA.Nous voulons aussi que le « Parti de Gauche » soit un parti gouvernemental capable, avec d’autres, d’entraîner la société au service d’un projet majoritaire pour changer la vie du plus grand nombre dans notre pays. Le PG sera enfin un parti résolument républicain, défendant sans concession la souveraineté du peuple, la laïcité des institutions et de la société et l’intérêt général contre le productivisme face à la crise écologique.Nous avons dit que nous mettions nos pas dans ceux d’Oskar Lafontaine. Ce dernier sera présent lors du lancement du « Parti de Gauche », samedi 29 novembre, dans un grand meeting en région parisienne.
Jean-Luc Mélenchon, sénateur de l’Essonne
Marc Dolez, député du Nord
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