quinta-feira, 30 de abril de 2009

O PS e as eleições em Coimbra


Dizia eu há alguns dias neste mesmo blog:

"Aliás, (...)há já algum tempo a esta parte parecem estar a reunir-se condições para uma candidatura autárquica em Coimbra que prestigie o PS, que torne verosímil a recuperação da maioria socialista na Câmara Municipal de Coimbra e que tenha efeitos positivos na própria vida interna do PS, no concelho e no distrito.Se esta pequena luz há algum tempo visível acabar por se revelar ilusória para ser substituída por uma solução como aquela que se noticia, tudo poderá voltar à estaca zero; e adeus Câmara, adeus desanuviamento, adeus perspectivas futurantes.Por tudo isto, quero crer que a notícia que comento é apenas um fogo-fátuo que em breve estará esquecido.Olhemos em frente. Todos nós, no PS em Coimbra, estamos quase a conseguir o que há alguns meses parecia impensável. Não desperdicemos a feliz conjugação. Lembremo-nos: estamos quase. Todos. Quase."

A tal notícia não se confirmou. Mas estranhamente perfilou-se uma outra: a de que, afinal, um dos artífices da tal boa solução, Henrique Fernandes, desistia da sua própria iniciativa e avançava ele próprio como candidato.
Pode ser que essa surpreendente notícia não passe de uma pequena cortina de fumo, lançada por razões que não descortino. Mas, se realmente for verdadeira, significa que tudo retoma as previsíveis rotinas que, pouco a pouco, têm vindo a minar a hipótese de o PS recuperar a Câmara de Coimbra. A hipótese de uma iniciativa de rasgo , nesse caso, perder-se-á.
Não porque ao Henrique Fernandes faltem qualidades pessoais para merecer ser eleito Presidente da Câmara de Coimbra, mas pelo significado de que se reveste a sua possível candidatura nas actuais circunstâncias; por aquilo que ela representa, objectivamente.


De facto, ela terá sempre a marca de uma candidatura que, embora formalmente legítima, surge como substancialmente tributária do aparelho partidário. Ao contrário daquela que o próprio Henrique Fernandes parecia andar pacientemente a tecer, não constitui, em si própria, uma candidatura de rasgo, uma iniciativa que surja aos olhos do eleitorado como um sopro de renovação, como uma candidatura que objectivamente torna verosímil para o eleitorado a ideia de que o PS se preocupa, antes de tudo, no plano autárquico, com a cidade e os seus munícipes ; libertando-se assim do garrote fatal das pequenas ambições, da vertigem das carreiras, da servidão dos objectivos meramnente pessoais de protagonistas que, desse modo, se deixam encasular num universo esquecido da realidade.
Se esta má notícia se confirmar, é pena. Como eu dizia há dias , estava-se "quase " a conseguir. Ficou-se por aí.
Por isso, cedo à tentação de recordar versos de um grande poeta português ( Mário de Sá-Carneiro), do seu poema "Quase":


"Um pouco mais de sol - eu era brasa.
Um pouco mais de azul - eu era além.
Para atingir, faltou-me um golpe de asa..."

7 comentários:

Anónimo disse...

Na Figueira ganha Duarte Silva
Em Coimbra ganha Carlos Encarnação

Anónimo disse...

Com esse slogan de campanha o PS pode ganhar nessas duas cidades.

Isto se o susto deixar as pessoas em situação de podetrem votar.

Anónimo disse...

Ao socialista das 1.36: os meus parábens! Embora, considere que com tanta hesitação e pensamento exclusivamente no "tratar da vidinha" dos camaradas que querem ou ir para deputados, ora ir para a câmara ou para o..., ou seja querem tudo, acabam por minar o que deveria ser o "tratar da vidinha do colectivo" que é vencer as eleições. Nem para eles são bons, pois não vêm que também estão a minar-se a eles próprios. A minha sugestão: LM para Coimbra e Duarte Silva para a Figueira (só por causa do deslumbre pelo poder que alguns camaradas figueirenses mostram ter!).

Anónimo disse...

E mais: se se preocupassem com os militantes que os ajudam a ter tachos, criavam uma página na internet da concelhia de Coimbra e da Federação, que são as unicas que não estão referenciadas no página do partido. Vergonhoso! É assim, que querem que esta cidade volte a ser pelo menos a 3ª mais importante do país.!

Anónimo disse...

"Um pouco menos de igoísmo- eles era umas brasas!
Um pouco menos de vigarice- eles eram o meu além!
Para me atingirem, faltam-lhes os "tomates no sítio"!"

Anónimo disse...

O anónimo das 16h e 23 m ilustra bem a diferença entre a boçalidade dos broncos e a subtileza dos poetas.

Para além disso, dá erros de ortografia grosseiros.

Mas é capaz de ter a ilusão de que ele próprio "os" tem no sítio.

Anónimo disse...

Agora que a lista é conhecida é pertinente formar uma opinião global sobre a sua constituição. Pelo que se vê, nas suas hostes há caras novas, rivalizando com nomes já crónicos destas lides autárquicas.
Associam-se, a estes, alguns cabeças de listas às assembleias de freguesia, que teimam em ser os únicos crânios pensantes das freguesias. São dinossauros duma espécie que corre o risco de desaparecer da senda política só por ocasião de um cataclismo eleitoral.
Brasfemes encontra-se nessa rota, com um candidato muito conhecido nestas andanças. Elemento condicionador do espaço democrático e por incrivel que pareça, opõe-se àqueles que no seio do mesmo partido têm propostas energéticas para desenvolver a freguesia, pretendendo ter a exclusividade de porta-estandarte de todas as (suas) boas novas. Pessoas com esta têmpera impedem a germinação de tudo quanto à sua volta nasça.
Para demonstrar a sua elevada competência, em todos os momentos eleitorais, lembra obras do passado, que remontam ao período jurássico. Porquê? Terá medo da oposição partidária que vem reforçando as suas fileiras, com pessoas, cada vez mais notórias?
Se alguém o souber que o diga.