Em novembro de 2008, concluí
um texto, sobre os socialistas e a
Europa, que foi publicado pouco depois. Perante a hipótese de a União Europeia
continuar a deixar correr as coisas ao sabor de um inércia tolhida, alertei para
os riscos que daí resultavam. Disse:
“Aumentará o risco de se cair num
mal-estar social difuso, numa angústia coletiva alheada da esperança, numa
atmosfera propícia ao exacerbamento de uma conflitualidade social movida por fatores
circunstanciais, assente em preconceitos ou em dinâmicas aleatórias e
dissipativas, politicamente estéreis. Ficará assim aberta a porta a todos os
fundamentalismos, ao exacerbar dos nacionalismos mais estreitos, às alianças de
todos os ressentimentos, às pulsões suicidárias de todos os desesperos. A mais
vertiginosa irracionalidade poderá chegar ao cerne de muitos conflitos sociais
e políticos, minando os alicerces da democracia e fazendo regredir social e
culturalmente a Europa.”
Não me regozijo coma a
atualidade deste excerto de um texto escrito há quase uma década.
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