domingo, 20 de maio de 2012

A NUDEZ FORTE DA VERDADE.



O Ministro Relvas foi apanhado na curva de uma grosseira agressão à liberdade de imprensa. Melífluo, negou a proeza, mas, numa genuflexão do espírito, pediu desculpa.
Isto é, ou estamos perante uma individualidade masoquista, que pede desculpa por algo que não fez, ou perante um mentiroso. Diga-se, em abono da verdade, que a primeira hipótese está carregada de improbabilidade. O mais verosímil é que o homem tenha mentido.

Portanto, temos no âmago do núcleo duro de um governo uma figura alérgica à liberdade de imprensa que, ainda por cima, cultiva o pecado da mentira. Essa dupla qualidade excede o necessário para que um governante deixe de o ser. Bastaria que fosse apenas um atropelador da liberdade de imprensa ou um mentiroso oficial, para que qualquer primeiro-ministro o despedisse de imediato.O actual assobia para o lado. Por enquanto.

E, mesmo a nossa comunicação social, de uma maneira geral, apesar de visada no âmago da sua deontologia, espreguiça-se numa indignação comedida, pouco mais que ronronante. Até ver. Se o escândalo crescer, não escapará ao imperativo de ser mais enérgica, sob pena de perder a face e a credibilidade.

Por mim, como ex-leitor do jornal agredido, atrevo-me a deixar um conselho ao ministro: “Vossa Excelência devia ter telefonado ao Sr. Engenheiro”.

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