segunda-feira, 7 de maio de 2012

Eleições na Federação de Coimbra do PS


A minha posição quanto às eleições para os órgãos da Federação Distrital de Coimbra do PS pode ainda vir a alterar-se. No entanto, de momento, não apoio qualquer das duas candidaturas já anunciadas. Mas, tal como aconteceu nas eleições anteriores, estarei disponível para cooperar com os futuros órgãos eleitos, na medida das minhas possibilidades e da utilidade que esses órgãos vejam nessa cooperação.

Guiando-me apenas pelos reflexos públicos da contenda, tenho a impressão de que a campanha está a ser menos crispada do que as anteriores. E isso é um bom sinal. Já foi gasta, noutras ocasiões, demasiada energia política, esgrimindo-se a propósito de questões menores. Instituíram-se clivagens por fidelidades e compromissos pessoais, mais do que a partir de ideias políticas estruturantes e relevantes. O que podia ter sido sinal de um pluralismo saudável e mutuamente enriquecedor reduziu-se, muitas vezes, a uma troca de diatribes mutuamente desgastantes. O que podia ser um combate político com ecos prestigiantes na base social do PS, era quase só uma girândola de pequenas acusações pessoais que só podiam corroer a imagem do PS junto dos seus eleitores.
É bem certo que quando se não é capaz de identificar as divergências de fundo realmente determinantes dos caminhos políticos que se pretendem ou se recusam, se corre o risco de se ficar prisioneiro de pequenas querelas que apenas degradam quem nelas se envolve.

Por isso, repito, só pode ser positivo que o clima da actual campanha interna não padeça da crispação das anteriores.

No entanto, até agora os temas avançados parecem-me muito presos a aspectos apenas funcionais da organização do partido, substancialmente pouco ousados, ideologicamente assépticos, politicamente lineares, algo repetitivos e demasiado previsíveis. A energia e a generosidade que tantos e tantos camaradas põem na sua militância quotidiana mereciam uma implicação mais profunda e mais informada no enfrentar dos grandes problemas que afligem os portugueses e na procura de caminhos novos susceptíveis de nos fazerem chegar a um tempo verdadeiramente nosso.

Pode ser que durante o resto da campanha surjam factos novos que me levem a mudar de posição. Por enquanto, apesar da consideração pessoal que tenho por ambos os candidatos, como disse acima: não apoio qualquer das duas candidaturas já anunciadas.

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