Por isso, uma das coisas que me intrigava na propaganda do PSD era o facto de MFL insistir tanto, na verdade, na ética, elevando-as a um patamar de quase santidade, que só ela alega poder garantir. E intrigava-me isso, pelo facto de a referida senhora não ter uma imagem negativa nesses campos, que pudesse obrigá-la a carregar tanto nas tintas de uma invocada virtude própria.
Mas a naturalidade, com que acolheu nas listas de deputados do PSD, alguém já pronunciado e prestes a ser julgado, abriu uma primeira janela de esclarecimento quanto à raiz de uma tão ostensiva campanha de paixão pela verdade e pela virtude. De facto, parece visível que, sabendo MFL com que tipo de partido pode contar, achou prudente maquilhar-se, sôfrega e preventivamente, com as cores da verdade e da virtude.
Dizem-me que na entrevista de ontem, valorizou especialmente esse registo. Porquê? - hão-de perguntar. Talvez na esperança de fazer esquecer eventuais episódios de que a integração nas listas do PSD de um elemento que está á beira de ser julgado é um exemplo gritante. Consegui-lo- á ?
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