segunda-feira, 25 de setembro de 2017

A verdade de um falso relatório




A verdade de um falso relatório

A nuvem mediático-política que serviu a “troika” e dirige a direita portuguesa, contrariando a sua habitual circunspeção nas questões militares e de defesa, resolveu aproveitar (ou inventar) o assalto de Tancos, para enterrar politicamente o Ministro da Defesa. Mas o seu inicial fogo-de-artifício traduziu-se afinal em pouco mais do que um pirilampo político.Com as eleições autárquicas à porta, a escassez pretextos para a atacar o Governo, tornou-se-lhe insuportável.
Vai daí , na área mediática da nuvem “troikista” inventou-se um relatório que, a pretexto do caso de Tancos, atacava o Governo, apoucava o exército e demolia o Ministro da Defesa. Lançada dissimuladamente  essa bomba de mau cheiro pela seção plumitiva da direita , as suas seções partidárias apressaram-se a gritar que cheirava mal; e que, claro, a culpa era do Governo. Inventado um robusto relatório “oficial” os próprios urdidores da mentira fingiram julgar que estavam perante uma verdade que gritaram estridentemente.
Bastou, todavia, uma ligeira brisa de verdade para que a urdidura mentirosa do relatório, que afinal não existiu, ficasse completamente nua em praça pública. No entanto, as seções partidárias da direita, em vez de pedirem civilizadamente desculpa pelo excesso de imaginação e, pela ligeireza da repetição, continuaram a regougar dislates contra o Ministro, culpando-o do terrível erro de ser citado num relatório inventado pelos regougadores , mas que afinal não existiu. Ou seja os agressores acusam a vítima pelo facto de ter sido agredida por eles. Edificante. Ridículo.
Isto nos leva a pensar que as seções partidárias da direita portuguesa são dirigidas por ficções de políticos. Terem transformado questões militares e de defesa em episódios de capoeira, próprios de galinhas e coelhos, é verdadeiramente tão sintomático como deplorável.

Talvez isso os enfraqueça. Mas não devemos rejubilar com isso , uma vez que, mais do que o enfraquecimento da credibilidade política dos partidos que eles lideram, o que está em causa é o desprestígio das instituições democráticas.

Sem comentários: